Programa Climativa leva apoio a 12 cidades de Minas Gerais na luta contra a crise climática

Doze cidades mineiras de pequeno porte ganharam um reforço importante no combate à crise climática. O Programa Climativa é uma iniciativa conjunta da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), do governo de Minas e da Embaixada da França no Brasil, que vai apoiar municípios com população entre 20 mil e 100 mil habitantes na construção de políticas públicas eficazes e personalizadas para lidar com os efeitos das mudanças climáticas.
O projeto quer transformar conhecimento técnico em políticas públicas sustentáveis e adaptadas à realidade de cada região para lidar com os efeitos das mudanças climáticas. O lançamento aconteceu na última sexta-feira (29), na Reitoria da UFMG, em Belo Horizonte, com a presença de autoridades estaduais, representantes da Embaixada da França no Brasil, gestores municipais, pesquisadores e especialistas da área ambiental.
O que é o Programa Climativa?
O Programa Climativa tem como foco principal a elaboração dos Planos Locais de Ação Climática (Placs) em cidades mineiras de pequeno porte. A proposta é capacitar técnicos e gestores municipais para que eles desenvolvam soluções integradas e específicas, adaptadas à realidade de cada território.
A plataforma criada pelo programa orienta as cidades em duas etapas: diagnóstico dos riscos climáticos e definição de ações concretas, a partir de um catálogo com 250 sugestões distribuídas em 22 áreas temáticas, como agricultura, saneamento, mobilidade urbana, saúde e defesa civil.
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Segundo a professora da Escola de Arquitetura da UFMG Natália Aguiar Mol o programa oferece uma ferramenta simples, acessível e participativa para que os municípios possam planejar ações de enfrentamento à crise climática.
“O plano de ação climática é um instrumento inicial e fundamental de conhecimento do território. Ele permite que o município identifique os problemas e priorize ações concretas para se preparar para os desafios da crise climática”, explicou.
A metodologia do programa foi desenvolvida com base em experiências-piloto em cidades como João Monlevade, Curvelo, Piranguçu, Três Pontas, Guaxupé e Turmalina.
Quem será beneficiado pelo programa?
Inicialmente, 12 municípios com até 100 mil habitantes foram selecionados com base em critérios técnicos como nível de vulnerabilidade climática, diversidade populacional, distribuição geográfica e representatividade de diferentes biomas mineiros. A proposta é chegar onde os impactos do clima são mais sentidos e os recursos e conhecimento técnico mais escassos.
Saiba quais são os municípios selecionados para a fase inicial do projeto:
- Araxá
- Belo Oriente
- Congonhas
- Itamarandiba
- Monte Carmelo,
- Naque
- Nova Serrana
- Pará de Minas
- Raul Soares
- Taiobeiras
- Três Corações
- Varginha
“Não basta termos compromissos estaduais se não conseguimos chegar aos 853 municípios. O Climativa foi criado para apoiar, especialmente, os municípios mais vulneráveis a avançarem em políticas climáticas eficazes”, afirmou a secretária de Estado de Meio Ambiente, Marília Melo.
Ela também apresentou o NRD Climático, uma ferramenta criada para monitorar e verificar as ações do Estado na área, e reforçou a importância de um modelo de governança robusto.
“A mudança do clima é uma agenda que atravessa diversos setores, como transporte, agricultura, saúde e desenvolvimento econômico. Por isso, elaboramos nosso plano com essa integração em mente”, ressaltou.
Parcerias estratégicas contra a crise climática
O Programa Climativa tem mostrado que o enfrentamento à crise climática exige cooperação entre diferentes setores da sociedade. Para o prefeito de Congonhas, Anderson Cabido, a iniciativa representa uma oportunidade concreta de aliar desenvolvimento econômico à responsabilidade socioambiental, especialmente em cidades mineradoras.
“Aproveitar esse momento de transição energética para debater justiça social e inclusão é um desafio enorme para municípios mineradores como o nosso”, afirmou o prefeito ao destacar a importância da articulação entre governo, universidades e setor produtivo.
O apoio internacional também tem papel decisivo na construção dessa agenda. O adido de cooperação da Embaixada da França, Vincent Nédélec, ressaltou que a proposta do Climativa está alinhada aos compromissos do Acordo de Paris e representa um modelo de impacto direto e descentralizado.
“Esse projeto nasce de uma construção conjunta, com apoio financeiro da Embaixada, e reforça nossa aposta em uma cooperação descentralizada e efetiva”, destacou.
Já a reitora da UFMG, Sandra Goulart Almeida, celebrou o programa como um exemplo claro do papel transformador da universidade pública. “A crise climática não será enfrentada isoladamente. Precisamos de alianças para construir um futuro sustentável e a UFMG está à disposição de Minas Gerais para atuar em todas as áreas necessárias”, comentou.
Municípios mineiros estão prontos para agir contra a crise
Cidades como Varginha, no Sul de Minas, e Belo Oriente, no Vale do Aço, comemoraram a seleção no programa. Para a coordenadora de educação ambiental de Varginha, Jaara Cardoso, o município já sentia a urgência de um plano local antes mesmo do projeto estadual.
“Agora buscamos capacitação técnica e acesso a ferramentas como a plataforma climática para tornar nosso município mais resiliente diante das mudanças do clima”, afirmou.
O secretário de Meio Ambiente de Belo Oriente, Sebastião Lopes de Faria, reforçou. “Sabemos que o trabalho precisa ser feito agora para que possamos colher resultados positivos no futuro”, reforçou.
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