Em evento do G20, Simões defende volta de investimentos em hidrelétricas em MG

O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (Novo), defendeu, na manhã desta segunda-feira (27), que o Estado deve voltar a investir em hidrelétricas. Ele representou o governo estadual na terceira reunião do Grupo de Trabalho de Transições Energéticas do G20, que começou nesta segunda e vai até a próxima quarta-feira (29), no Minascentro, em Belo Horizonte.
“Nós temos um potencial não utilizado considerável e os estudos indicam que é possível dobrar a capacidade de produção hidrelétrica em Minas Gerais. E não estamos falando da construção de grandes barragens, como foi o caso de Furnas lá atrás. Então, é sim possível pensar em novos investimentos”, defendeu.
Porém, ele defende que esta a responsabilidade não seja da Cemig. Na opinião do vice-governador, a companhia precisa concentrar seus investimentos na melhoria da rede de distribuição.
“Eu preferiria que esses investimentos não fossem feitos pela Cemig. A Companhia precisa é fazer mais subestações, mais redes trifásicas e garantir que a energia chegue na casa das pessoas”, disse Simões.
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Alexandre Silveira fala sobre projeto do Combustível do Futuro
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que presidiu o evento, disse ser contra a criação de um mandato para o diesel coprocessado da Petrobras no âmbito do projeto Combustível do Futuro que tramita no Congresso.
- Leia também: Brasil pode liderar discussões da transição energética, diz Silveira em reunião do G20 em BH
Segundo Silveira, o combustível renovável da Petrobras “não pode competir” com o biodiesel ou com o diesel verde, já que o governo está buscando estimular investidores de menor porte para atuar esses segmentos.
“Porque a Petrobras já é monopolista e ela já tem musculatura suficiente para não precisar de mandato… Essa nova indústria é menor, são investidores menores, eles precisam captar recursos no mercado financeiro e tem mais dificuldade para isso do que a Petrobras”, disse o ministro.
“O investimento no coprocessado da Petrobras, que é importantíssimo e que no futuro vai chegar a ser competitivo financeiramente para a Petrobras,… não pode competir com biodiesel e nem com o diesel verde”, acrescentou.
O ministro afirmou, entretanto, que tem uma posição mais contundente de não admitir a inclusão de mandato de coprocesso no biodesel, e que no caso do diesel verde a possibilidade é “menos pior”.
O projeto do Combustível do Futuro, aprovado na Câmara em março, está tramitando agora no Senado.
A Petrobras vem defendendo que seu diesel R, que tem percentuais de cerca de 5% de óleos renováveis, dispute um mandato de 3% de biocombustíveis avançados, como o HVO. O ex-CEO da estatal, Jean Paul Prates, afirmava que o mandato para o diesel R seria complementar ao do biodiesel e não haveria concorrência com o produto.
O ministro também foi perguntado sobre as eleições municipais em Belo Horizonte e disse que o atual prefeito, Fuad Noman (PSD), também presente na reunião do G20, é seu candidato.
“Fuad preparou Belo Horizonte nos seus dois anos de gestão para poder construir uma Belo Horizonte muito melhor”. Ainda de acordo com o ministro, pelo perfil do candidato, “com experiência e sem aventura, ele tem tudo para renovar seu mandato de prefeito na capital mineira”.
Mais sobre o evento do G20 e a escolha de Minas como sede
O Grupo de Trabalho de Transições Energéticas do G20 é um dos maiores polos de debates sobre a transição energética mundial, e é coordenado pelo Ministério de Minas e Energia.
O encontro conta com a presença de diversos representantes das potências mundiais, entidades e organizações internacionais que atuam no setor energético, para fomentar discussões a respeito da dimensão social da transição energética, e o papel dos minerais estratégicos no tema.
Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a produção e diversificação mineral em Minas Gerais, e a matriz solar energética instalada no Estado, foram os principais fatores que levaram à escolha de Minas, e consequentemente, sua Capital, para sediar o evento.
Ainda conforme o ministro, o Brasil, que assumiu a presidência do Grupo em novembro do ano passado, possui uma matriz elétrica 88% limpa, além de ser destaque na produção de energia hidráulica, eólica, solar, biomassa e de biocombustíveis.
(Com informações da Reuters)
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