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Fiscalização e segurança: concessionária vai usar inteligência artificial na BR-381; saiba como

Concessionária investe em tecnologias de monitoramento para apoiar a segurança pública e prevenir acidentes; novos pontos de fiscalização entram em operação nos próximos 120 dias
Fiscalização e segurança: concessionária vai usar inteligência artificial na BR-381; saiba como
Foto: Divulgação / Nova 381

A concessionária Nova 381, que administra a rodovia entre Belo Horizonte e Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, está ampliando o uso de inteligência artificial (IA) na gestão operacional da BR-381, com foco em duas frentes: auxílio à Polícia Civil e prevenção de acidentes.

Outra mudança prevista na via é a instalação de 68 novos pontos de fiscalização eletrônica nos próximos 120 dias.

Os equipamentos fazem parte das obrigações do contrato firmado com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e serão posicionados em áreas de maior incidência de acidentes.

Inteligência artificial nos pórticos

Segundo o gestor de operações da Nova 381, Diego Dutra, a primeira frente de uso da IA pela empresa está nos pórticos de pedágio, que realizam a leitura automática dos veículos no momento da passagem. As câmeras fazem o escaneamento completo e, caso haja manipulação ou impedimento de leitura da placa, o sistema emite alerta imediato.

“Se os dados como cor, modelo e placa não coincidirem, o sistema sinaliza não só para a concessionária, mas também para a Polícia Rodoviária Federal, que acompanha as imagens em tempo real. Quando identificamos manipulação de placa, que é crime, enviamos as imagens para a Polícia Civil para abertura de inquérito e investigação”, explica.

Embora os pórticos possuam função de cobrança eletrônica, a tecnologia também servirá de apoio à segurança pública. “É importante esclarecer que pórtico não é radar. Ele funciona como uma praça eletrônica de pedágio, mas com monitoramento voltado também para a segurança pública”, afirma.

A segunda aplicação da tecnologia está nas viaturas da concessionária. Os veículos contam com câmeras e sensores capazes de identificar sinais de fadiga dos condutores, como sonolência ou piscar excessivo. Quando o sistema detecta risco, o alerta é enviado ao Centro de Controle de Operações. “As viaturas rodam 24 horas por dia, 365 dias por ano. A tecnologia atua como ferramenta de prevenção”, diz.

Novos radares

A Nova 381 recebeu os equipamentos de fiscalização eletrônica previstos no contrato de concessão para instalação em 68 novos pontos na rodovia. Dutra ressalta que o processamento das multas e a gestão da fiscalização são exclusivos da Polícia Rodoviária Federal, sem participação financeira da concessionária. Os locais foram definidos com base em estudo técnico que considera sinistralidade, travessia de pedestres, histórico de acidentes e a geometria da via.

Os radares permanecerão instalados por cinco anos e deverão ser removidos ou realocados quando os trechos forem duplicados.

“Há um embasamento técnico claro para justificar a presença de cada radar. Se o motorista respeita a velocidade indicada, ele não terá qualquer problema. A função do radar é garantir que o usuário passe pelo trecho em velocidade segura”, afirma.

Tecnologia e empregos

Dutra também avalia que o novo modelo eletrônico acompanha o cenário atual de veículos conectados e pagamentos digitais. Ele afirma que praças convencionais se tornaram obsoletas: “Se fizermos um paralelo, instalar uma praça de pedágio convencional hoje seria como instalar um orelhão. Não faz mais sentido”.

Segundo o gestor, o modelo reduz o risco de acidentes e elimina a necessidade de aceleração e frenagem constantes, com redução de emissões. Já sobre o impacto nos empregos, ele afirma que não haverá demissões, mas mudança de funções: “Antes, o colaborador atuava na pista; agora está no Centro de Controle Operacional. Falamos de transformação, não de perda”.

Estrutura da concessão

A Nova 381 é responsável pela administração e manutenção de 303,4 quilômetros da rodovia entre Belo Horizonte e Governador Valadares. O contrato de concessão prevê investimentos superiores a R$ 9,5 bilhões em infraestrutura e tecnologia ao longo de 30 anos, com expectativa de geração de 80 mil empregos diretos e indiretos.

As obras de duplicação do trecho entre Belo Horizonte e Caeté permanecem sob responsabilidade do Dnit e serão incorporadas à gestão da concessionária a partir do oitavo ano do contrato.

A concessão beneficia 21 municípios ao longo da malha. São eles:

  • Antônio Dias,
  • Barão de Cocais,
  • Bela Vista de Minas,
  • Belo Horizonte,
  • Belo Oriente,
  • Bom Jesus do Amparo,
  • Caeté,
  • Coronel Fabriciano,
  • Governador Valadares,
  • Ipatinga,
  • Jaguaraçu,
  • João Monlevade,
  • Nova União,
  • Naque,
  • Nova Era,
  • Periquito,
  • Sabará,
  • Santa Luzia,
  • Santana do Paraíso,
  • São Gonçalo do Rio Abaixo
  • e Timóteo.
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