Tecnologia

Mais da metade das corporações brasileiras apostam em Inteligência Artificial, diz pesquisa

Levantamento anual da ACE Cortex aponta que 53,5% das empresas usam a IA como a principal tecnologia em processos de inovação
Mais da metade das corporações brasileiras apostam em Inteligência Artificial, diz pesquisa
Crédito: Reprodução Adobe Stock

As empresas que reconhecem a inovação como uma questão de sobrevivência preveem para o futuro ações que gerem novos produtos e melhorem processos. Neste sentido, 53,5% das corporações brasileiras enxergam o uso da Inteligência Artificial (IA) como principal tecnologia nos processos de transformação, segundo o relatório Innovation Survey 2024.

O estudo é da consultoria de inovação ACE Cortex, em conjunto com a edtech Future Dojo e a boutique de M&A ACE Advisors. Ele mostra que a era digital nas empresas é impulsionada por avanços tecnológicos e, já no último ano, a introdução e a adoção crescentes da IA sinalizaram uma onda de mudanças sociais e empresariais.

O relatório também revela que 52% dos C-levels, diretores, conselheiros, gerentes e coordenadores respondentes consideram a inovação como prioridade em suas organizações, em contraste com os 39% registrados com essa visão em 2023.

Assim, segundo a pesquisa, a preocupação com este aspecto do desenvolvimento empresarial cresce em conjunto com o uso da IA, que assume um papel ainda mais central nas corporações. A COO da ACE Cortex, Milena Fonseca explica que, apesar de uma ótima tecnologia que está em ascensão, a IA apresenta desafios culturais significativos.

“Não se trata apenas de aprender sobre as aplicações da tecnologia, mas também de entender os impactos comportamentais e as mudanças que ela implica tanto na vida das pessoas quanto nos negócios”, diz.

Por figurar como uma importante ferramenta em um cenário de prioridades dentro do mundo corporativo, a Inteligência Artificial é considerada um dos grandes motores dessa transformação do mercado, segundo a executiva.

“O movimento do mercado é constante e a velocidade de mudanças é cada vez maior, sem dúvida. A IA diminui – algumas vezes, até elimina -, a barreira de entrada, e potencializa o surgimento de novos concorrentes. Portanto, vale destacar que a tecnologia é meio e não fim. Nesse sentido, o desafio das empresas está na criação e captura de valor para clientes, colaboradores e stakeholders, bem como garantir performance e perenidade do negócio com crescimento e relações sustentáveis”, conclui Milena Fonseca.

Inovação é prioridade de longo prazo

A partir do levantamento, três principais fatores apontados pelos executivos contribuem para a geração de resultados:

  • ter uma estratégia clara de inovação atrelada aos objetivos da empresa (34%);
  • possuir cultura consolidada para promover e apoiar a inovação (30%);
  • liderança empresarial forte e visionária (23,6%).

Já em relação aos objetivos, a especialista Milena Fonseca avalia que há um movimento das empresas no que diz respeito ao curto prazo. Milena destaca que é visível a mudança de rota no aspecto da experiência do cliente.

“Enquanto na Innovation Survey do ano passado este aspecto era uma prioridade para 46% dos executivos, em 2024 caiu para 29%”, completa.

Veja os rankings de prioridades de curto e longo prazo

Objetivos de curto prazo:

  • aumento de receita através do portfólio de produtos existentes (35,1%);
  • exploração de novas formas de gerar receita (26,4%);
  • criação de cultura forte (19%).

Objetivos de médio ou longo prazo:

  • evolução de produtos/serviços existentes (47,1%);
  • desenvolvimento de novos produtos (40%);
  • eficiência operacional e automação de processos (39%);
  • novos modelos de negócios (30,6%);
  • estratégicas de marketing e experiência do cliente (29,4%).

Cultura organizacional é desafio para inovação

A pesquisa realizada entrevistou mais de 300 corporações que, em sua maioria, possuíam faturamento anual acima de R$ 1 bilhão. Dessa forma, ao analisar os desafios que as empresas enfrentam no caminho para se tornarem mais inovadoras, a diferença entre as pequenas e as grandes corporações ficou evidente.

A falta de recursos financeiros, por exemplo, foi uma das principais restrições citadas por 46% das organizações, e é a realidade de 41% dos respondentes que faturam até R$ 10 milhões por ano.

O cenário muda quando se trata das corporações com faturamento acima de R$ 1 bilhão, já que o problema de falta recurso financeiro é citado apenas por 21,6% dos entrevistados. No caso dessas companhias, a cultura organizacional é a principal restrição para a inovação (52,2%), seguido por aversão ao risco (43,5%) e governança e sistema de gestão (43,5%).

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