Digitalização e IA impulsionam comércio em Minas Gerais
A digitalização já é uma realidade para o setor varejista em Minas Gerais e no restante do Brasil, respondendo por cerca de 20% das vendas. O uso da estratégia omnichannel, que integra diferentes canais de comunicação e venda, e da inteligência artificial (IA) tem se tornado cada vez mais necessário para o crescimento e a sobrevivência dos negócios no mercado.
Um levantamento realizado pela Associação Brasileira de Inteligência Artificial e E-commerce (Abiacom) demonstra que 72% dos consumidores brasileiros pretendem realizar compras on-line neste fim de ano, sendo que mais da metade prefere retirar os produtos presencialmente para evitar atrasos e reduzir custos com a entrega.
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O head de marketing da Livraria Leitura, Rafael Martinez, explica que o foco da rede mineira está na experiência do cliente nas unidades físicas, devido à capilaridade da empresa, que deve encerrar o ano com 133 lojas no País. No entanto, ele afirma que a marca também está consciente da importância do comércio on-line. “Não podemos nos esquecer desse importante núcleo de negócios”, diz.
O diretor de estratégia digital e clientes da Drogaria Araujo, André Gifoni, avalia que a revolução da digitalização no varejo tem ocorrido de forma gradual no Brasil, com o e-commerce atingindo cerca de 20% das vendas, embora alguns segmentos tenham superado essa barreira. No entanto, ele pondera que a revolução da IA promete ser ainda mais rápida.
Para Gifoni, esse assunto deve estar entre as prioridades das empresas nos próximos anos. “As empresas precisam entender como podem melhorar os processos de atendimento ao cliente utilizando a inteligência artificial. Isso é quase uma obrigatoriedade para sobreviver”, destaca.
Martinez também acredita que essa ferramenta veio para ficar. Assim como ocorreu com as estratégias digitais, o varejo tem surfado nessa nova onda da IA. Ele destaca, inclusive, que a Leitura lançou recentemente uma livreira virtual chamada Lê, para dar dicas de leitura aos clientes. “É uma iniciativa recém-lançada que acreditamos ser um diferencial no processo de venda”, afirma.
Mercado mais dinâmico

Uma pesquisa feita pela Opinion Box demonstra que ter a opção de comprar na loja on-line e retirar o produto em uma unidade física é considerado muito importante para 43,5% dos brasileiros, contra apenas 4,2% que não veem importância nessa ação. Já 41,2% dos respondentes avaliam como muito importante a compra em lojas físicas com entrega do produto em casa, enquanto 48% acreditam que não há importância nisso.
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Para o diretor de estratégia digital e clientes da Araujo, um dos grandes desafios enfrentados pelas empresas no mercado nacional é a concorrência com grandes players internacionais. Isso fez com que o cliente se tornasse ainda mais exigente, comparando os serviços oferecidos pelas redes brasileiras com os das concorrentes estrangeiras.
Ele avalia que o mercado brasileiro é um dos mais dinâmicos e competitivos do mundo no âmbito digital. Isso porque o consumidor tende a apresentar grande adesão a diferentes ferramentas, além da presença de empresas de diversos países. “Nós, varejistas, estamos disputando com o mundo inteiro. Poucos países possuem tantos players globais e empresas nacionais fortes atuando. É por isso que devemos nos preparar e atender cada vez melhor o cliente”, afirma.
No varejo farmacêutico, segundo Gifoni, o cliente deseja uma experiência mais integrada, cada vez mais personalizada e simplificada. Isso significa que a empresa deverá atender às necessidades específicas de cada consumidor de forma mais individualizada. “Esse é o grande desafio para todos”, completa.
Ele ressalta que as vendas nos canais digitais da Drogaria Araujo estão prestes a atingir 25% de participação no faturamento anual da rede farmacêutica, o que demonstra o sucesso da estratégia de entregar com agilidade os produtos de que os clientes necessitam.
E-commerce responde por 10% das vendas da Leitura

No caso da Livraria Leitura, a internet responde por cerca de 10% das vendas. A varejista mineira possui um site que opera como um marketplace próprio para os estabelecimentos da rede. Martinez pontua que uma das vantagens dessa estratégia está no processo de entrega dos produtos, utilizando as unidades físicas como pontos de distribuição, enquanto os principais concorrentes possuem centros de distribuição (CD) concentrados nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, distantes de outras regiões do Brasil.
A Leitura também está presente em outras grandes plataformas de e-commerce, ampliando a presença digital da marca no mercado nacional. “Recentemente entramos no TikTok Shop, que foi lançado no Brasil há pouco tempo, e observamos o sucesso da plataforma no País e nos Estados Unidos, com uma forte comunidade, como os booktokers”, relata.
A pesquisa da Opinion Box aponta que 43,8% dos consumidores brasileiros procuram endereços de lojas físicas ou on-line em sites de busca, e 42,9% optam por pesquisar diretamente no aplicativo. Outros 34,6% disseram que utilizam o Instagram da loja, o que demonstra que o social commerce também está atrelado à estratégia de omnicanalidade.
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