Tecnologia

Digitalização e uso de dados: as grandes apostas no mercado de mídia OOH

O mercado brasileiro é o terceiro com mais ativos digitalizados no mundo
Digitalização e uso de dados: as grandes apostas no mercado de mídia OOH
Foto: OOH Brasil / Divulgação

O segmento de mídia out of home (OOH), ou mídia fora de casa, tem se transformado nos últimos anos, com novos modelos, ferramentas e tecnologias. Dentre as grandes novidades estão a digitalização dos meios e a adoção de dados e métricas visando resultados mais precisos quanto a comunicação com o público.

Sobre o uso cada vez mais adequado da tecnologia, a diretora executiva da Associação Brasileira de Mídia Out Of Home (Abooh), Andrea Weiss, destaca o desenvolvimento mais acertado da digitalização dos inventários, da segmentação de público e da utilização de plataformas cada vez mais desenvolvidas para a compra programática.

“Nesse sentido, a inteligência artificial (IA) também vem nos auxiliar e está sendo incorporada aos poucos, na leitura de dados e condução de rotas eficientes com criativos mais apropriados. Por outro lado, acredito que a IA será, em breve, um acelerador de resultados em tempo real na questão das métricas”, completa.

Já o CEO da OOH Brasil e diretor de novos projetos da associação Central de Outdoor, Felipe Davis, destaca que as marcas entenderam a importância do OOH como solução para os problemas de comunicação, uma vez que ele é a mídia com maior sinergia com os outros meios, como rádio, TV ou internet.

“Essa percepção das marcas quanto às vantagens de se aproveitar dessa mídia é o primeiro ponto que trouxe essa indústria até onde ela está no momento”, avalia.

Publicidade em mídia OOH.
Foto: OOH Brasil / Divulgação

Digitalização e o uso dos dados na mídia OOH

Outro ponto destacado por Davis é o forte processo de digitalização do mercado de mídia OOH ao longo da última década. O CEO da OOH Brasil ainda estima que entre 25% e 30% do inventário da indústria out of home esteja digitalizado. Além disso, ele aponta que cerca de 70% dos investimentos das marcas são destinados para os ativos digitais.

“Nós temos um volume maior de dinheiro sendo destinado para ativos digitais, mas a quantidade desses ativos ainda é menor do que o modelo estático, apesar da rápida digitalização”, relata.

Na visão do diretor da Central de Outdoor, a rapidez no processo de digitalização e a concentração de investimentos podem estar relacionados ao dinamismo oferecido por este modelo.

“É possível materializar a troca da estratégia de comunicação ou algum reajuste de rota em tempo real e nas telas, o que no estático não permitia toda essa agilidade, dinamismo e interação”, diz.

Davis destaca que o Brasil é o terceiro país com mais ativos digitalizados do mundo, atrás apenas do Reino Unido e da Austrália. Isso demonstra o protagonismo que o mercado nacional possui nessa área.

Vale ressaltar que de acordo com o estudo Insider OOH 2023, realizado pela Kantar, 81% das pessoas entrevistadas admitem que gostam de ver anúncios de mídia OOH em formatos digitais, também conhecidos como digital out of home (DOOH). Além disso, 93% acreditam que os anúncios neste formato chamam mais a atenção do que os de mídia tradicional.

Além da digitalização, ele também cita os fatores relacionados ao uso de dados e métricas, o que tem impulsionado o mercado nos últimos dois anos. Essa ferramenta, somada a diversas tecnologias, poderá proporcionar às empresas melhor compreensão sobre o perfil dos clientes.

No entanto, o especialista pontua que a indústria ainda necessita de um padrão metodológico para que as empresas possam adotá-los.

“Todo mundo sabe que um ponto de audiência na televisão representa 700 mil pessoas assistindo aquele canal simultaneamente. Mas qual é o ponto de audiência do out of home? É neste nível de maturidade que estamos chegando para obter uma métrica padronizada”, explica.

Mídia OOH em Belo Horizonte.
Foto: Diário do Comércio / Leonardo Leão

Perfil de público e empresas atendidas pelas mídias OOH

O CEO da OOH Brasil pontua que, em muitos casos, os meios OOH tendem a estar presentes em diversos momentos e lugares ao longo do dia a dia das pessoas, com diferentes formatos. Ele destaca que o perfil do público de mídias out of home vai depender do ambiente em que ela está presente e da estratégia de comunicação da marca.

Quanto ao perfil das empresas, Davis relata que o cenário tem apresentado uma grande mudança. O especialista lembra que, historicamente, a mídia OOH sempre foi voltada para a construção de marca, mas com a digitalização e o surgimento de novos modelos no inventário possibilitou o acesso a essas ferramentas para todos os tipos de empresas.

“Nas últimas quatro ou cinco décadas, os grandes e médios anunciantes dominavam a indústria quanto ao investimento. Já nos últimos dois anos a indústria tem crescido e democratizado o acesso para o pequeno e médio anunciante”, completa.

Ele ainda ressalta que esses públicos de anunciantes menores vêm crescendo e devem representar uma fatia representativa do mercado no futuro. Davis lembra que este grupo foi o grande responsável pelo avanço observado entre os meios on-line, transformando-se no segundo meio com mais investimentos no País, atrás apenas da TV.

“Aquele pequeno e médio cliente que nós não acessávamos antes e que destinava seu dinheiro para o digital, agora, passará a investir na indústria do out of home”, declara.

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