Saiba como a Inteligência Artificial pode revolucionar vendas e impulsionar o mercado de trabalho

A aplicação da inteligência artificial (IA) na etapa de pré-vendas está transformando o cenário econômico de Belo Horizonte e do Brasil. Empresas que adotam tecnologias para automatizar e estruturar processos comerciais estão colhendo frutos como maior produtividade, crescimento no faturamento e aumento na geração de empregos qualificados, especialmente nas áreas de vendas e tecnologia.
Segundo pesquisa da empresa de desenvolvimento de programas para análise de sistemas SAP, 51% das empresas apontam o aumento de produtividade como principal razão para a adoção da IA, enquanto 54% já buscam ativamente profissionais com experiência na tecnologia – número que deve crescer ainda mais até o fim do ano.
“Quando você reduz o desperdício de tempo e energia na etapa comercial a empresa cresce com mais previsibilidade e, para atender essa demanda, precisa contratar. É um movimento que fortalece toda a cadeia produtiva”, explica o especialista em gestão corporativa e estruturação comercial, Vinicius de Sá.
A pesquisa aponta também que o Brasil é o País mais otimista da América Latina com o potencial de uso da Inteligência Artificial no ambiente de trabalho. Segundo os resultados, 52% das empresas nacionais tem percepção totalmente positiva sobre o recurso e outros 27% a enxergam de forma favorável, mas com alguma ressalva.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
“A inteligência artificial não tira empregos. Ela reorganiza as competências exigidas e cria novas oportunidades para quem está preparado”, avalia o especialista.
IA transforma o mercado e impulsiona a criação de empregos
Dados da PwC mostram que o número de vagas que exigem conhecimento em IA no Brasil saltou de 19 mil em 2021 para 73 mil em 2024. Além disso, setores mais expostos à IA apresentaram até 4,8 vezes mais produtividade por colaborador, fator que impulsiona diretamente a expansão das equipes.
Para o CEO da Prime Talent e presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos em Minas Gerais (ABRH-MG), David Braga, a IA está longe de ser um “vilão do emprego”. Ele afirma que, na verdade, a tecnologia está criando um novo universo de profissões, ao mesmo tempo em que redefine o papel dos profissionais nas empresas:
“A inteligência artificial não está acabando com os empregos mas sim mudando radicalmente as carreiras. Ela substitui tarefas repetitivas como atendimento automatizado e trabalho com planilhas, mas abre espaço para novas oportunidades”, destaca.
Segundo Braga, surgiram profissões do zero como engenheiros de machine learning, arquitetos de soluções digitais e especialistas em ética algorítmica, todos cargos com alta demanda no mercado atual.

Pré-vendas mais estratégicas e menos operacionais
Um dos principais impactos da IA nas empresas está na reestruturação das equipes comerciais. Ferramentas inteligentes assumem tarefas como triagem de leads e respostas automáticas, permitindo que os profissionais foquem em negociações de alto valor e no relacionamento com o cliente.
“A IA no pré-vendas está tornando as equipes comerciais mais enxutas e estratégicas. Surgem grupos menores com especialistas em análise de dados e gestão de ferramentas inteligentes. O perfil profissional mudou e hoje se busca o vendedor, que interpreta insights da IA e os converte em oportunidades concretas.”, explica Braga.
Ou seja, o futuro das vendas é menos sobre volume e mais sobre inteligência. De acordo com o especialista, se atualizar é essencial e as empresas que resistirem certamente ficarão para trás, mas as que adotarem este modelo ganharão agilidade, reduzirão custos e fecharão negócios mais lucrativos.
Profissionais precisam se adaptar ou ficarão para trás
A revolução provocada pela IA no mercado de trabalho também exige uma mudança de mentalidade entre os profissionais. A capacidade de liderar e colaborar com tecnologias inteligentes, em vez de competir com elas, é considerada essencial.
“O futuro do trabalho com a IA depende de nossas ações hoje. O objetivo não é competir com as máquinas, mas aprender a liderá-las. Se acertarmos nessa equação, construiremos um mercado mais produtivo, adaptável e inovador”, avalia Braga.
Ele destaca ainda que, além das habilidades técnicas como ciência de dados, machine learning e computação em nuvem, as empresas buscam profissionais com inteligência emocional, pensamento crítico, criatividade e visão estratégica.
“O futuro não será uma competição entre humanos e máquinas, mas uma colaboração na qual quem se adaptar mais rápido terá vantagem. A questão não é se haverá empregos, mas se estaremos preparados para os empregos do futuro”, finaliza o especialista.
Ouça a rádio de Minas