Tecnologia

Pesquisas em 6G avançam em Minas e prometem transformar setores estratégicos

Agronegócio, mineração e meio ambiente estão entre as áreas que podem ser revolucionadas pela nova geração de redes
Pesquisas em 6G avançam em Minas e prometem transformar setores estratégicos
Foto: Reprodução Adobe Stock

Minas Gerais quer sair na frente na corrida global pela próxima geração de internet móvel. Pesquisas apoiadas pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) estão colocando o Estado no mapa mundial do 6G, tecnologia que promete revolucionar não apenas a forma como as pessoas se conectam, mas também setores inteiros da economia, ampliando produtividade, sustentabilidade e inclusão digital.

Atualmente, cerca de R$ 12 milhões em projetos apoiados pela Fapemig estão em andamento no Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), em Santa Rita do Sapucaí, reforçando a posição de Minas como protagonista no cenário das telecomunicações.

O Instituto abriga o Centro de Competência Embrapii-Inatel em Redes 5G e 6G (xGMobile), considerado um dos polos mais importantes da América Latina. Sob coordenação do professor Luciano Leonel Mendes, o centro desenvolve soluções que vão além da comunicação tradicional.

“O 6G nasce para ir além da comunicação. Ele será capaz de prover serviços inéditos como mapeamento interno de ambientes, interação mais natural entre humanos e máquinas e maior eficiência energética no uso do espectro”, avalia o pesquisador.

Tecnologia para os desafios mineiros

O professor explica que os estudos buscam adaptar a tecnologia à realidade brasileira, com foco em setores estratégicos da economia mineira como agronegócio, mineração e meio ambiente.

“Sem conectividade, a transformação digital no campo não é possível. A sexta geração de redes móveis permitirá monitoramento em tempo real, uso intensivo de sensores e automação, mesmo em áreas remotas. Já na mineração, a substituição de trabalhadores em áreas de risco por robôs conectados pode salvar vidas. Além disso, redes móveis evoluídas permitem monitorar estruturas e reduzir o risco de desastres ambientais, como os já vivenciados em Minas Gerais”, explica.

O 6G também deve contribuir para o monitoramento hídrico e energético, a conservação da biodiversidade e a logística, ampliando ganhos sociais, econômicos e ambientais.

Inclusão e acessibilidade digital

Outro diferencial é o potencial de inclusão. As novas redes devem possibilitar interação sem toque, tradução de libras em tempo real, comandos por voz e gestos, além de integração com inteligência artificial. “O 6G será revolucionário não só pela velocidade de conexão, mas pela possibilidade de tornar a experiência digital mais humana e inclusiva”, reforça Mendes.

O professor também aponta que o 6G nasce para integrar diferentes tecnologias, incluindo satélites, o que deve ampliar a cobertura em áreas remotas. Porém, esse avanço traz novos desafios. “Os dados são o combustível dos serviços digitais, mas seu uso indevido pode gerar riscos. Precisamos estabelecer critérios éticos e regulatórios claros para proteger os usuários sem impedir a inovação”, afirma.

Ciência a serviço da indústria mineira

As pesquisas do Inatel têm forte ligação com a indústria. Empresas como Cemig, Copasa, Usiminas e Vale, além da Fiemg, já são parceiras do xGMobile. O apoio da Fapemig é considerado decisivo para que as pesquisas saiam do laboratório e alcancem resultados práticos.

“A Fapemig nos dá pernas e asas para chegar ao mundo. Sem esse apoio, muitos avanços seriam inviáveis”, ressalta Mendes.

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