Startup Ana Health e UFMG desenvolvem IA para transformar a Atenção Primária à Saúde

Uma parceria entre a startup Ana Health e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) está à frente do desenvolvimento de uma tecnologia de inteligência artificial (IA) para apoiar profissionais da saúde no contexto da Atenção Primária à Saúde no formato digital digital (APS-digital). Ainda em desenvolvimento, a ferramenta vai integrar dados clínicos, históricos de saúde e determinantes sociais para auxiliar os profissionais em um primeiro contato com o paciente.
Com apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), o projeto recebeu investimentos para estruturar bancos de dados vetoriais, selecionar modelos de linguagem, criar e avaliar prompts, desenvolver algoritmos de cálculo de engajamento de pacientes e aprimorar a central de atendimento.
Coordenado pelos professores Marcos André Gonçalves e Leonardo Chaves Dutra da Rocha, do Departamento de Ciência da Computação da UFMG, o trabalho combina métodos avançados de processamento de linguagem natural (NLP), engenharia de prompt e aprendizado por reforço com feedback humano (RLHF). O objetivo é criar agentes de IA que atuem como extensões do cuidado humano, gerando interações personalizadas com base em informações clínicas, sociais e territoriais.
Segundo um dos fundadores da Ana Health, Víctor Cussiol Macul, o sistema utiliza um processo de injeção de contexto integrado a modelos de linguagem de grande porte (LLM) para gerar recomendações que orientam a atuação dos profissionais.
“Por exemplo, eles podem identificar indivíduos que precisam de acompanhamento mais próximo, sugerir interações por meio de mensagens de texto, alinhadas a linhas de cuidado de acordo com as necessidades individuais do paciente, e monitorar o engajamento com os tratamentos propostos”, explica.
Sócio de Macul, o cirurgião Olívio Alves de Souza Neto destaca que a colaboração com a universidade e o suporte das instituições de fomento têm sido decisivos para o avanço do projeto.
“Estamos trabalhando no desenvolvimento de agentes de IA que integram dados clínicos, históricos de saúde e determinantes sociais. Esse apoio possibilita a criação de tecnologias avançadas, como modelos de linguagem específicos para a saúde, capazes de oferecer recomendações personalizadas que melhorem significativamente a experiência do paciente. Essas parcerias reforçam nosso compromisso com a democratização da saúde e mostram como o alinhamento entre o setor privado, a academia e o governo pode gerar avanços concretos para toda a sociedade”, afirma.
O projeto também busca ampliar o engajamento dos usuários em suas jornadas de cuidado e otimizar a priorização de atendimentos, direcionando recursos para os casos de maior risco ou necessidade.
“Essa conexão entre Ana Health, academia e governo nos permite transformar ciência e tecnologia em soluções práticas, escaláveis e éticas. Estamos construindo um futuro no qual a tecnologia atua como um habilitador poderoso para levar saúde de qualidade a todos os brasileiros, especialmente àqueles que mais precisam”, completa Macul.
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