Grupo Fleury-Pardini faz parceria com a UFMG para estudar ressonância magnética com IA

O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Neurotecnologia, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) deu início aos estudos em ressonância magnética utilizando recursos de Inteligência Artificial (IA). As análises estão sendo realizadas em parceria com o grupo Fleury-Pardini, que forneceram dados de 10 mil exames realizados em suas clínicas em Minas Gerais.
A radiologista e coordenadora da Educação Médica do Grupo Fleury, Luciana Costa, ressalta que os exames já estão instalados nos computadores da UFMG, após uma pré-seleção de perfis de pacientes e o cumprimento das prerrogativas éticas e legais para a disponibilização das imagens.
“Por essas 10 mil ressonâncias magnéticas do Grupo Fleury, o projeto prevê avaliar quais pacientes a partir de 18 anos têm doenças cerebrais ou não por meio de algoritmos de inteligência artificial generativa. Essa tarefa é para identificar, de maneira mais rápida, o diagnóstico e fornecer o acesso da população aos resultados com mais precisão”, explica.
Ainda segundo Luciana Costa, a primeira etapa do projeto, que compreende a pré-seleção dos exames, teve início há 18 meses.
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“Dentro do nosso roteiro, a partir dos próximos 12 meses já teremos os resultados iniciais dos estudos. Para isso, vamos utilizar todos os critérios da LGPD já como protocolos e previamente cadastrados, respeitando o código de ética”, pontua.
Segundo a médica, dentro do mercado brasileiro há dezenas de estudos no campo da saúde que já utilizam a inteligência artificial, mas área de neurologia, tanto para uso interno quanto para uso externo, ainda não há.
“O próximo passo, que é a etapa final do projeto, será o desenvolvimento de algoritmos de IA para obtermos os resultados”, afirma.

Ampliação de atividades laboratoriais como medida de fomento à pesquisa
O histórico de pesquisas do Pardini com a UFMG é extenso na área da medicina diagnóstica. No ano passado, a combinação com o grupo Fleury-Pardini resultou na ampliação das atividades dos laboratórios, que agora também se dedicam a pesquisas no modelo de saúde preventivo e híbrido, integrando inovação tecnológica e educação.
A diversidade e a responsabilidade social são destacadas como aspectos essenciais da parceria.
“Tem grande importância social e científica. E, com o INCT em Neurotecnologia Responsável, a parceria também valoriza a ativa participação dos diferentes segmentos da sociedade no trabalho de pesquisa e inovação. Essa colaboração com a iniciativa privada nos nossos projetos é por si um ganho inestimável”, avalia o coordenador do NeuroTec-R da UFMG, professor Marco Aurélio Romano.

Uso da IA em exames pode garantir uma ciência mais inclusiva
Ainda segundo a radiologista Luciana Costa, a parceria firmada estabelece chances de avanços e de fomento ao desenvolvimento da saúde.
“É um passo estratégico que nos coloca na vanguarda das pesquisas em neurotecnologia, nos permitindo contribuir de maneira efetiva para a criação de novas ferramentas diagnósticas e terapêuticas que beneficiarão a sociedade como um todo”.
“Um primeiro ponto é a possibilidade de ter a IA aplicada na prática diária dos exames de imagem é um importante avanço. Em segundo ponto, é que todo o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) direciona seus esforços para o desenvolvimento responsável, inclusive como ter uma ciência aberta e inclusiva, além do acesso dos pacientes e o tratamento das imagens para melhoria da saúde da população”, avalia.
O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Neurotecnologia Responsável (NeuroTec-R) conta com o financiamento do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq), órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil.
Os princípios de Pesquisa e Inovação Responsável (PIR), adotados pelo Instituto, foram desenvolvidos no âmbito da União Europeia e ainda são pouco aplicados no Brasil. O PIR tem como foco o desenvolvimento de soluções tecnológicas que combinam inovação científica com preocupações éticas e de inclusão social.
“Essa estratégia busca antecipar problemas e propor tecnologias mais relevantes, capazes de melhorar a qualidade de vida de todos e atender às demandas da sociedade”, afirma o professor Marco Aurélio, enfatizando a importância do envolvimento de legisladores e empresários.
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