Retomar o turismo em Minas Gerais é fator determinante para a recuperação da economia do Estado. Lançado ontem, pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), o programa Reviva Turismo prevê o investimento de R$ 17,5 milhões até o fim do ano. O objetivo é, por meio de patrocínios, parcerias público-privadas (PPPs) e aportes diretos, gerar até 100 mil empregos até o fim de 2022, colocando Minas entre os três principais destinos brasileiros.

De acordo com o secretário de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas Oliveira, o programa está baseado em quatro pilares: biossegurança, infraestrutura, capacitação e marketing e promoção.

“A biossegurança é o primeiro ponto. Devemos ter muito cuidado ao viajar, entendendo que o turismo não aglomera as pessoas como pensamos. O clandestino está aí funcionando, colocando as pessoas em perigo. Na parte de infraestrutura vamos melhorar a sinalização instalando placas, por exemplo, na Rota Lund e portais, na Rota Guimarães Rosa. Para que tudo isso funcione, é preciso formar o trade, sobretudo para a captação de recursos e a biossegurança. E, por fim, o nosso projeto em marketing e promoção passa pela contratação da grande imprensa para promover a volta das viagens. Não será uma campanha ostensiva, chamando todo mundo para viajar, mas para as viagens conscientes. A Rede Minas vai ao interior mostrar nossos atrativos, temos 250 municípios listados”, explicou Oliveira.

Segundo dados da própria Secult, o setor do turismo representa cerca de 12% das empresas mineiras e é responsável por 8% dos empregos formais no Estado. A crise econômica desencadeada pela Covid-19, porém,  levou a uma queda de 40% na receita turística em 2020, queda de 32% no fluxo de turistas no Estado no primeiro trimestre de 2021, desligamento de quase 35 mil trabalhadores do setor em 2020 e a queda de 48% na taxa de ocupação hoteleira de Belo Horizonte.

Além do Reviva Turismo, foi lançado, na manhã de ontem, o Selo Evento Seguro. A certificação será destinada a estabelecimentos, atividades culturais, turísticas e de eventos que cumprirem requisitos relacionados à adoção de protocolos sanitários durante o período de distanciamento social, de acordo com os preceitos ditados pelo Programa Minas Consciente.

“O Selo nasce da necessidade de dar segurança aos eventos e para quem vai aos eventos. O que temos visto são eventos clandestinos e falência das empresas. O selo quer colocar regras para que as pessoas possam voltar aos lugares de eventos, respeitando as formas de proteção com o uso de máscara e álcool em gel. Londres e Barcelona nos mostraram que é possível. Outro fator importante é a Polícia Militar fiscalizando os eventos e caçando os clandestinos”, destacou.

Patrimônio 

Ao mesmo tempo que lança projetos e a recuperação do turismo em Minas, a Secult segue o planejamento para a valorização dos atrativos do Estado, sendo o principal deles a cozinha mineira. Após o reconhecimento da culinária típica como patrimônio imaterial no Estado, o plano é fazer o processo de reconhecimento nacional.

“Temos mais de 4 mil restaurantes de cozinha mineira no Brasil. Temos a tradição de receber as pessoas na cozinha. A nossa culinária é inusitada em relação ao mundo e, finalmente, faremos o selo, certificando em Minas os estabelecimentos que promovem a nossa cultura e turismo. 30% dos turistas vêm aqui para comer. É a cozinha mineira a nossa grande fonte de atração turística”, pontuou o secretário.

O programa “De Minas para Minas”, que tinha o objetivo de fomentar o turismo doméstico, convidando o mineiro para conhecer Minas Gerais, continua trabalhando junto com o programa “Minas Recebe”. E, em julho, será lançado o “Minas para o Brasil”.

“Esse programa ainda está em fase inicial e será lançado no Rio de Janeiro, em julho, aproveitando o aeroporto do Galeão, que é o que mais recebe turistas nacionais e estrangeiros no Brasil. Já começamos as ações como a série Brasil Visto de Cima. É marketing para todo o território nacional e que é muito aderente para o turismo de liberação que estamos vivendo. Segundo o Google, 62% das pessoas estão buscando espaços abertos. Temos que conhecer Minas Gerais para além do barroco e ouro. Toda a beleza do nosso Estado. É um esforço de aplicar as tendências do momento para a retomada do setor”, completou o secretário.

As belezas e encantos mineiros foram apresentados em 15 capítulos no Canal Mais tela, entre 12 e 30 de abril e, logo nos primeiros dias de exibição, foi registrado aumento no fluxo do portal Minas Gerais. Em 2021, abril foi o mês que mais registrou acessos aos conteúdos do site, com crescimento de 30% em relação a março.

Foram apresentados destinos como Zona da Mata mineira, Sudoeste de Minas, Serra do Cipó, Parque Estadual do Ibitipoca, Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, Sul de Minas, Serro, entre outros. Todos os 15 episódios podem ser assistidos aqui