Turismo

Observatório do Audiovisual Mineiro é lançado em Belo Horizonte

Articulação vai proporcionar uma governança compartilhada com o apoio da Secult-MG e de instituições de ensino que têm foco na pesquisa
Observatório do Audiovisual Mineiro é lançado em Belo Horizonte
Foto: Leo Bicalho

A Empresa Mineira de Comunicação (EMC), a Universidade Federal de Alfenas (Unifal) e o Instituto Gesto, com apoio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG), assinaram nesta terça-feira (19) o protocolo de intenções para a criação do Observatório do Audiovisual Mineiro. A cerimônia aconteceu durante o 8º Encontro de Gestores de Cultura e Turismo, que ocorre no Expominas (região Oeste) até esta quarta-feira (20).

Parceria institucional

Segundo o assessor de Audiovisual da Secult-MG, Matheus Rufino, o papel da secretaria é dar apoio ao Observatório, já que parte das políticas públicas destinadas ao setor audiovisual, especialmente nas fases iniciais, passa por ela.

“Essa articulação vai proporcionar uma governança compartilhada com o apoio da secretaria e das instituições de ensino que têm foco na pesquisa. O principal papel da Secult é fornecer dados públicos das políticas que passam pela secretaria, como as políticas federais que têm recursos repassados, além dos mecanismos próprios, como a Lei e o Fundo Estadual de Cultura. E vamos ser usuários porque todos os dados recolhidos são úteis na definição das políticas públicas”, explica Rufino.

Atuação imediata

De acordo com o presidente da EMC, Gustavo Mendicino, as atividades do Observatório começam imediatamente.

“A criação do Observatório do Audiovisual era algo muito pedido pelo setor e, a partir dele, vamos poder definir políticas públicas mais assertivas. A previsão é envolver outras instituições, entre elas a Unimontes, que já tem um curso de cinema. O nosso trabalho será uma pesquisa contínua, capaz de gerar uma visão geral do audiovisual em Minas, atuando da formação até a geração de emprego e renda em diferentes níveis, desembocando em produção, circulação e distribuição”, destaca Mendicino.

Diagnóstico do setor

O Observatório do Audiovisual Mineiro nasce a partir de um diagnóstico sobre o setor audiovisual mineiro apresentado pelo Sebrae Minas, em parceria com a ONG Contato, em maio. A pesquisa reuniu dados do Observatório da Agência Nacional de Cinema (Ancine), da Secult-MG e do Observatório do Audiovisual de Belo Horizonte, além de escutas com profissionais da Capital e dos principais polos audiovisuais do interior realizadas pelo Instituto VER.

O estudo apontou a necessidade de um plano de metas para o setor, a criação do Observatório do Audiovisual Mineiro e o incentivo à formação de público e novos talentos.

Força do audiovisual

Segundo o levantamento, Minas Gerais ocupa o 3º lugar no país em número de agentes econômicos cadastrados na Ancine, com 1.058 registros, sendo 825 independentes. O Estado conta com 272 salas de cinema em funcionamento. Belo Horizonte concentra mais de 3.200 empresas do setor, a maioria microempresas, e, segundo dados da Secretaria Municipal de Fazenda, a arrecadação de impostos de ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) na capital mineira, referentes a atividades audiovisuais no período de 2007 a 2023, somou R$ 71 milhões.

“O audiovisual vai muito além da sua própria cadeia produtiva. Ele impacta o turismo, o sentimento de pertencimento e a autoestima da população. É uma cadeia produtiva gigantesca que envolve as outras artes. Em vez de fazer um projeto caro, estamos reunindo entidades que têm condições de contribuir para um grande trabalho com suas responsabilidades e expertises”, afirma o presidente da EMC.

Parceria acadêmica

Para o reitor da Unifal, Sandro Amadeu Cerveira, a parceria entre a Universidade Federal de Alfenas e a EMC é importante em dois sentidos principais no papel da universidade.
“Primeiro, a questão da pesquisa. É nosso dever e é a nossa vocação produzir ciência de qualidade e, nesse sentido, a Universidade Federal de Alfenas, junto com outras universidades, pode ser parceira, aportando esse conhecimento científico. Por outro lado, há também a questão do desenvolvimento cultural. Ter ações desenvolvidas em parceria com a EMC significa potencializar a capacidade da própria Universidade Federal de ser espaço de cultura e também agente de produção cultural”, avalia Cerveira.

Investimentos regionais

Durante o Encontro de Gestores, a Secretaria de Comunicação do Estado anunciou um investimento de R$ 4,8 milhões destinado às Instâncias de Governança Regional (IGRs), por meio de parceria com a Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge). A medida é mais um passo para a descentralização e o fortalecimento das políticas públicas de cultura e turismo em todas as regiões do Estado. Cada IGR receberá R$ 100 mil para investir em ações estratégicas, que vão desde a promoção e divulgação dos destinos até projetos de sinalização turística e iniciativas de valorização da cultura local.

“Outros entes públicos e privados podem fazer parte do Observatório do Audiovisual. As IGRs certamente serão parceiras. Elas podem fornecer dados sobre vocações já existentes e indicação de locações que agregam no turismo cinematográfico”, completa o assessor de Audiovisual da Secult-MG.

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