Turismo

Turismo amplia participação na economia

Entre 2018 e 2019, o Valor Adicionado Bruto da atividade em Minas saltou de R$ 19,1 bilhões para R$ 22,3 bilhões
Turismo amplia participação na economia
Crédito: Freepik

O Valor Adicionado Bruto (VAB) do setor do turismo no Estado saltou de R$ 19,1 bilhões para R$ 22,3 bilhões, um crescimento de 16,9% entre 2018 e 2019. No mesmo período, o VAB total de Minas Gerais – de todas as atividades – evoluiu 87,2%, evoluindo de R$ 305,2 bilhões para R$ 571,5 bilhões.

Os números foram divulgados ontem pela Fundação João Pinheiro (FJP) e a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), por meio do Observatório do Turismo de Minas Gerais.

Conforme explica o pesquisador da fundação Raimundo Souza Leal, o levantamento considera atividades características e conexas ao turismo. São incluídas no cálculo e na metodologia aqueles setores que têm o turismo como atividade-fim e aqueles que se relacionam de formas diversas ao turismo em Minas Gerais. 

Leal ressalta que não é viável extrair dados específicos sobre a demanda final do turismo. Na metodologia, a fundação tentou trazer uma aproximação apontada como adequada para que Minas Gerais tenha referências sobre a participação do turismo dentro da economia. 

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“Quando a gente produz essas estatísticas, nós temos, por exemplo, o serviço da alimentação fora de casa. Pensando em Tiradentes, a parte majoritária dos estabelecimentos é voltada para o atendimento do turismo. Se não tivesse turismo, parte (dos estabelecimentos) não existiria. Agora, em Belo Horizonte, pelo tamanho e pela característica urbana, temos uma quantidade de trabalhadores que se alimentam fora de casa. Os restaurantes, nesse caso, não estão voltados para o turismo, mas atendem. É uma atividade conexa”, exemplifica ele sobre as atividades características e conexas. 

Crescimento do VAB do turismo 

A série histórica demonstrada no estudo também revela um salto importante no período de nove anos. Isso porque em 2010 o VAB do turismo em Minas Gerais foi avaliado em R$ 10,8 bilhões frente ao VAB total de R$ 305,2 bilhões no mesmo período. A elevação do valor do turismo, portanto, é superior a 106% no comparativo.  

Com o valor alcançado em 2019, a contribuição do turismo para o VAB total do Estado chegou a 3,9%. O valor é considerado um recorde e está acima apenas daquele registrado em 2014. No ano de realização da Copa do Mundo, o indicador de participação na economia mineira chegava a 3,7% com a movimentação em torno do evento. 

O pesquisador da FJP Thiago Almeida explica que 2019 foi um ano ruim para a indústria, principalmente para a extrativa mineral. O fato é resultante do colapso que atingiu o setor após o rompimento da barragem em Brumadinho. Além disso, a agropecuária também sofreu baixas naquele ano em decorrência do ciclo do café. 

Na contramão, as atividades de serviços prestados à família, de alojamento (hotéis) e outras também ligadas ao turismo tiveram uma boa performance. Nos últimos dois anos, no entanto, Almeida aponta que a pandemia da Covid-19 provocou quedas importantes no setor. 

De acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de VAB recuou 31% em 2020 e cresceu 31,7% em 2021. Os dados, segundo Almeida, mostram certa recuperação do setor no último ano.

Composição setorial e municípios

Entre os setores que mais tiveram peso na composição do VAB do turismo em 2019 estão o serviço de alimentação fora do domicílio (45,6%), os aluguéis não imobiliários (16,5%) e o transporte terrestre (13,3%). Em aluguéis não imobiliários está incluída a locação de automóveis (carros e outros veículos) e de equipamentos recreativos e esportivos. 

Em relação à participação dos municípios no VAB do turismo mineiro, Belo Horizonte aparece com a maior parcela de contribuição no Estado (22,29%). No entanto, quando a contribuição para a economia local é priorizada, Confins tem o primeiro lugar (67%), seguida por Tiradentes (29%) e Goianá (20,5%). 

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