Turismo mundial deve retomar o fôlego da era pré-Covid; veja os 50 países em destaque no setor

São Paulo – Relatório do Fórum Econômico Mundial, divulgado na manhã desta terça-feira (21), mostra que ao longo de 2024 o setor mundial do turismo deverá voltar aos patamares pré-Covid-19.
O afrouxamento das restrições e a demanda reprimida são apontados como os principais fatores para que o ingresso de viajantes internacionais volte a abastecer o PIB global nos mesmos níveis do período anterior a 2020, quando a pandemia paralisou o setor.
Segundo esse mesmo levantamento, o Brasil é a 26º principal economia quando o assunto é desenvolvimento do setor de viagens e o único latino-americano entre os 30 mais bem colocados – o país subiu oito posições desde 2019, isto é, superou o patamar de antes da pandemia. Estados Unidos, Espanha, Japão, França e Austrália, nesta ordem, encabeçam o ranking.
A lista é ancorada no Índice de Viagens e Turismo, ferramenta criada pelo fórum que avalia critérios como segurança, apoio estatal, igualdade de gênero, sustentabilidade da demanda turística e dos recursos naturais em 117 nações do planeta. O relatório, publicado a cada dois anos, é conduzido em parceria com a Universidade de Surrey, na Inglaterra.
No caso específico do Brasil, o relatório diz que o setor local de viagens se beneficia de seus atrativos culturais, do turismo não relacionado a lazer e, sobretudo, dos seus recursos naturais, mas ainda precisa dar mais atenção à sustentabilidade.
“Esse ranking sinaliza que o mundo percebe como nosso turismo está conectado com a agenda de construção de um Brasil que se desenvolve com sustentabilidade”, afirma Marcelo Freixo, presidente da Embratur, agência que promove lá fora o turismo no Brasil. “Estávamos pagando um preço alto pela agenda ambiental desastrosa do governo passado. Ninguém viaja para ver a floresta sendo queimada.”
Ele afirma que sua estratégia tem sido a de mostrar o país para além dos cartões postais, além de fazer parcerias com o setor privado para ampliar a captação de eventos, já que a área de negócios representa metade do turismo internacional.
“Seguimos trabalhando para consolidar o Brasil como um dos principais destinos de eventos e e negócios do mundo”, diz em entrevista à reportagem.
Mas o relatório aponta necessidade de investimento na área de infraestrutura de transportes. Violência, sobretudo decorrente do crime organizado, é um obstáculo – neste quesito, a pontuação do país é mais baixa do que a da média da América do Sul.
“A segurança pública é uma questão importante nos grandes centros urbanos”, diz Freixo. “Contudo, em muitas cidades turísticas do país não é essa uma questão fundamental. Nos centros urbanos, é crescente a preocupação dos governos estaduais em garantir um elevado nível de policiamento nas zonas turísticas, o que coloca os índices de criminalidade nestas zonas compatíveis com as grandes cidades no mundo.”
Os dados mostram que no nível global as viagens continuam a crescer após a Covid, mas embora haja um aumento na demanda, a recuperação não é uniforme. Dos 119 países analisados, 71 tiveram aumento de pontuação – o Brasil teve incremento de 4,41 pontos, enquanto os americanos, no topo, 5,24 -, mas a média mundial está apenas 0,7% acima dos níveis pré-pandêmicos.
Mudanças climáticas, tensões geopolíticas (como a Guerra da Ucrânia e o conflito Israel-Hamas), crise econômica e até mesmo advento de novas tecnologias, como a inteligência artificial, são tidos como alguns dos maiores obstáculos.
E apesar do ligeiro aumento do turismo, as viagens a negócios ainda superam as viagens a lazer, e a conectividade das rotas aéreas tampouco acompanhou essa demanda. Outro gargalo diz respeito à mão de obra especializada, escassa, o que pressiona os preços e provoca interrupção dos serviços.
Economias de alta renda, em especial na Europa e na região do Pacífico, ainda mantêm as condições mais favoráveis para o desenvolvimento do turismo, mostram os dados. Não à toa, são 26 das 30 mais bem posicionadas da lista.
Veja a lista dos 50 países que são destaque no setor
- Estados Unidos
- Espanha
- Japão
- França
- Austrália
- Alemanha
- Reino Unido
- China
- Itália
- Suíça
- Canadá
- Portugal
- Cingapura
- Coreia do Sul
- Áustria
- Países Baixos
- Dinamarca
- Emirados Árabes Unidos
- Suécia
- Finlândia
- Grécia
- Indonésia
- Bélgica
- Irlanda
- Nova Zelândia
- Brasil
- Polônia
- Luxemburgo
- Turquia
- Chipre
- Chile
- Islândia
- República Tcheca
- Malta
- Malásia
- Estônia
- Hungria
- México
- Índia
- Bulgária
- Arábia Saudita
- Eslovênia
- Romênia
- Lituânia
- Geórgia
- Croácia
- Tailândia
- Israel
- Argentina
- Colômbia
(Guilherme Genestreti)
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