Turismo

Vale do Jequitinhonha ganha uma rota de cicloturismo

Vale do Jequitinhonha ganha uma rota de cicloturismo
Crédito: Freepik

Minas Gerais acaba de ganhar mais uma rota de cicloturismo, dessa vez, nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Em uma iniciativa do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas), em conjunto com seis municípios das regiões e apoio de diversas instituições, o destino tem como cenário a antiga Estrada de Ferro Bahia-Minas. Construída em 1881 e desativada em 1966, a linha férrea que tinha o objetivo de levar o milagre econômico ao Vale do Jequitinhonha e a um pedaço do Sul da Bahia reserva surpresas e memórias a quem por ela escolhe transitar.

O primeiro Pedal da Rota Bahia-Minas aconteceu no mês passado, como marco inicial do novo roteiro, que visa fortalecer a atividade turística nos municípios cortados pela antiga ferrovia. Agora, os turistas podem se programar e fazer o percurso seguindo a programação autoguiada disponível no site da rota ou contratando pacotes de agências e operadores locais.

“A ideia é que o ciclista consiga planejar todo seu roteiro com as dicas e estabelecimentos já cadastrados, ou seja, aqueles que possuem estrutura para recebê-lo. Também já existe uma agência trabalhando o destino, dando todo o suporte necessário e promovendo eventos no entorno. Mas a rota foi estruturada para ser feita autoguiada”, explica o analista do Sebrae Minas, Jeferson Batalha.

De acordo com o analista, o projeto nasceu em 2018, quando a instituição em parceria com o Circuito Turístico das Pedras Preciosas fez um diagnóstico do potencial econômico e turístico da região e identificou os diferenciais que a antiga linha férrea poderia oferecer. A estrada de ferro tem uma extensão de 578 quilômetros, a maior parte em terras mineiras. Um percurso, segundo ele, repleto de paisagens naturais com matas intocadas, montanhas, cachoeiras, pontilhões e túneis centenários.

“Na época percebemos que já havia um fluxo constante de ciclistas que utilizavam as margens da antiga ferrovia como alternativa para praticar esporte ou percorrer os municípios vizinhos. O empreendimento deixou um patrimônio rico que alia beleza natural à arquitetura histórica – de prédios e antigas estações. Além disso, a gastronomia mineira e a simplicidade e acolhimento da população interiorana são alguns dos atrativos para o desenvolvimento do turismo na região”, completa.

Mas o grande diferencial da Rota Bahia-Minas é a disponibilidade de um cicloturismo guiado por uma ferrovia. A aposta do Sebrae Minas é que se, no passado, a estrutura levou desenvolvimento para a região, agora poderá colaborar novamente para a pujança dos municípios que atravessa. São eles: Araçuaí, Novo Cruzeiro, Ladainha, Poté, Teófilo Otoni e Carlos Chagas.

Segundo Jeferson Batalha, em pouco tempo de operação, já é possível ver na prática os resultados. “Diversas comunidades que se viram esquecidas economicamente ao longo dos últimos anos, agora já começam a contar com um fluxo de pessoas passando e contribuindo para o desenvolvimento local. Seja de novos negócios ou de empreendedores já existentes. É uma chama de esperança que se acende”, diz.

O caminho pode ser percorrido não apenas de bicicleta, mas também a pé, de carro, motocicleta ou cavalo. São várias opções para quem quer conhecer as estradas por onde passava a saudosa Maria-Fumaça, carinhosamente chamada de Pochixá, e perceber o quanto ela deixou saudades em toda a região.

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