A Academia em Uberaba

Rogério Faria Tavares*
Ao longo dos quatro anos de meus dois mandatos como presidente da Academia Mineira de Letras (AML), procurei marcar a presença da instituição nos diversos cantos do território do Estado, sempre fiel à missão da Casa de Alphonsus de Guimaraens e de Henriqueta Lisboa, qual seja, a de promover os valores civilizatórios da educação, da cultura, da história, da memória, da ciência, da democracia, das letras e das artes.
Em julho do ano passado, lançamos o número 81 da Revista da AML em Ouro Preto, em cerimônia anfitrionada pelo acadêmico Ângelo Oswaldo de Araújo Santos, prefeito do município pela quarta vez.
O referido volume da nossa publicação trouxe dois dossiês temáticos: o primeiro, organizado pela professora Nazareth Soares Fonseca e por mim, versou sobre as literaturas africanas em Língua Portuguesa; o segundo, preparado pelo acadêmico Ailton Krenak e pela professora Maria Inês de Almeida, apresentou a poesia indígena produzida em Minas Gerais.
Também no segundo semestre de 2022, estivemos em Poços de Caldas, durante a Flipoços, magistralmente comandada por Gisele Corrêa Ferreira. Foi quando comemoramos os 113 anos da entidade, em momento que incluiu sessão de autógrafos de “20 contos sobre a pandemia de 2020”, volume lançado pela AML em parceria com a Autêntica Editora, num empreendimento que reuniu duas dezenas de autores mineiros, entre os quais Olavo Romano, Luís Giffoni, Afonso Henriques de Guimaraens Neto, Jacyntho Lins Brandão, Frei Betto, Ivan Angelo, Carla Madeira, Paula Pimenta e Cris Guerra.
A terceira sessão da AML fora da capital foi em Montes Claros, onde fomos recebidos com a cordialidade típica dos norte-mineiros pela presidente da Academia Montesclarense, Ivana Ferrante Rebello, e, ainda, de modo especial, pelos acadêmicos Leonardo Linhares, Itamaury Teles e Fabiano Lopes de Paula, em inesquecível solenidade que contou com as honrosas presenças, também, de Téo Azevedo, Lola Chaves (filha de João Chaves, autor de “Amo-te muito”) e do acadêmico Patrus Ananias, referência nacional de ética na política.
Naquela cidade, prestamos os devidos tributos aos centenários de nascimento de dois de seus filhos: os escritores Darcy Ribeiro e João Valle Maurício, antigo membro da AML.
Agora, no dia 10 de maio, será a vez de Uberaba. No Centro Cultural Cecília Palmério, teremos a alegria de fazer uma sessão conjunta da Academia Mineira de Letras e da Academia de Letras do Triângulo Mineiro, presidida pelo competente João Eurípedes Sabino.
Na ocasião, lançaremos o livro “Nos vinte e cinco anos da CPLP – Estudos em homenagem a José Aparecido de Oliveira e Ricardo Arnaldo Malheiros Fiuza”, organizado pelo Embaixador Lauro Moreira e por mim. Uma das mais importantes do Estado, a região é o berço de nomes como Mário Palmério, Geraldo França de Lima, Edson Prata, Guido Bilharinho, César Vanucci, Humberto Theodoro Junior, Cristina Agostinho e Luiz Vilela.
De sólida tradição cultural e relevante atividade econômica, é sede, igualmente, de importantes centros educacionais, como a Universidade de Uberaba, fundada por Mário Palmério e hoje liderada por seu filho Marcelo. Tenho a certeza de que viveremos noite memorável.
*Jornalista, doutor em Literatura e presidente da Academia Mineira de Letras (AML)
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