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A Academia Mineira de Letras no Bicentenário da Independência

A Academia Mineira de Letras no Bicentenário da Independência
Crédito: Guto Cortes

Ciente de sua responsabilidade institucional, a Academia Mineira de Letras (AML) criou a série 22 entrevistas no Bicentenário da Independência” e começou a veiculá-la em seu canal no YouTube em 21 de abril do ano passado, com grande aceitação do público, sempre receptivo a conteúdos de qualidade, críticos e reflexivos, que não se alinham à retórica vazia ou à falação oportunista, tão comuns quando se propõem as comemorações de efemérides como essa.

 Até dezembro, a entidade produziu dez depoimentos a respeito desse importante acontecimento histórico, todos prestados por especialistas e pesquisadores sérios, entre os quais José Murilo de Carvalho, Heloísa Starling, Lucas Figueiredo, Mary del Priore, Laurentino Gomes, Jorge Caldeira e Paulo Rezzutti. A intenção foi a de gerar um repertório útil, pronto para ser consultado por estudantes e professores, servindo como material didático e como valioso documento áudio visual sobre a historiografia contemporânea.

 Agora, chegou a vez de completar o ciclo. Ao longo desse ano, a AML realizará as outras doze entrevistas prometidas, dessa vez com o foco absolutamente voltado para a produção literária. Os livros e os textos selecionados para a análise dos convidados têm como personagem principal o Brasil e o seu povo, sua história, seus hábitos e costumes, sua cultura e sua trajetória histórica. Será um exercício valioso examinar como a poesia e a prosa de ficção retrataram o país ao longo das últimas décadas. A literatura geralmente fornece uma chave valiosa para a compreensão dos dramas experimentados pela sociedade humana no curso dos tempos.

 A jornada de doze entrevistas começará pelo estudo da obra de Gregório de Matos, o que permitirá entender melhor a fascinante época em que viveu. “Canção do Exílio”, do maranhense Gonçalves Dias, merecerá igual atenção. “Martim Cererê”, de Cassiano Ricardo, e “Macunaíma – o herói sem nenhum caráter”, de autoria do também modernista Mário de Andrade, e do mesmo ano de 1928, virão logo em seguida, autorizando uma mirada mais complexa sobre o movimento literário a que ambos pertencem. Com os olhos mergulhados em nosso estado, estudaremos o “Romanceiro da Inconfidência”, de Cecília Meireles, que o lançou em 1953. O gênero teatral não foi esquecido. A peça “O bem-amado – farsa sociopolítico-patológica em 9 quadros”, escrita por Alfredo Dias Gomes, em 1962, será também explorada. Sucesso nos palcos e depois como novela e seriado de tevê, a história de Odorico Paraguaçu e das irmãs Cajazeiras conquistou imensa popularidade, permanecendo até hoje em lugar de destaque no imaginário popular.

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 Os outros seis livros que integram a maratona são relativamente recentes. “Jorge, um brasileiro”, do mineiro Oswaldo França Junior, é de 1967. “Zero”, de Ignácio de Loyola Brandão, foi originalmente publicado em 1974, primeiro na Itália, depois no Brasil. “Viva o povo brasileiro”, de João Ubaldo Ribeiro, apareceu em 1984. “Eles eram muitos cavalos’, de Luiz Ruffato, é de 2001. “Essa gente”, do genial Chico Buarque de Holanda, é de 2019, mesmo ano em que surgiu “Torto Arado”, de Itamar Vieira Junior. Não deixe de nos acompanhar nessa viagem!

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