A terceira temporada de“Vozes Poéticas de Minas”

Rogério Faria Tavares*
Fruto de produtiva parceria entre a Academia Mineira de Letras (AML) e a Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (EJEF), do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o projeto “Vozes Poéticas de Minas” chega, agora, à sua terceira temporada, renovando seu compromisso com a divulgação, nas redes, por meio de podcasts, do melhor da poesia produzida no Estado.
O convênio para a nova série foi celebrado entre o Superintendente da EJEF, desembargador Renato Dresch, e a direção da AML, representada, na cerimônia, por mim e pelo presidente eleito, Jacyntho Lins Brandão, que toma posse no dia 25 de maio. O acadêmico José Fernandes Filho, ex-presidente do TJMG, também presente, foi o responsável pelo encerramento da sessão, proferindo belo e comovente discurso.
Em breve, o público poderá conferir um pouco da produção de nomes como Ana Elisa Ribeiro, Antônio Barreto, Conceição Evaristo, José Severiano de Rezende, Lacyr Schettino, Marcelo Dolabella, Tomaz Antônio Gonzaga e Vera Casa Nova. A seleção dos textos ficou a cargo de um time de curadores do qual tive a alegria de participar, ao lado de Antonieta Cunha, Aline Arruda, Danilo Gomes, Jacyntho Lins Brandão, Emília Mendes, Sérgio Alcides e Kaio Carmona.
Além das gravações em áudio, dessa vez o projeto também contará com entrevistas especiais sobre a obra de cada um dos oito poetas escolhidos, na intenção de torná-la ainda mais conhecida.
Sucesso de audiência, “Vozes Poéticas” estreou ainda durante a pandemia, levando a todos o trabalho de criadores como Alphonsus de Guimaraens, Henriqueta Lisboa, Lina Tâmega Peixoto, Maria Lúcia Alvim, Abgar Renault, Carlos Drummond de Andrade e Adão Ventura.
Na segunda temporada, os autores focalizados foram Alphonsus de Guimaraens Filho, Maria Esther Maciel, Yeda Prates Bernis, Belmiro Braga, Elizabeth Rennó, Maria José de Queiroz, Emílio Moura e Édison Moreira.
Muitas vezes negligenciada, a poesia feita pelos mineiros não merece espaço apenas na terceira temporada de “Vozes Poéticas”. No número 83 da Revista da Academia, a ser lançada também no dia 25 de maio, aparece o dossiê “14 poetas de Minas Gerais”, organizado por Ana Elisa Ribeiro e por mim.
Com capa de Chris Quady, professora da Escola de Belas Artes da UFMG, texto da ‘orelha’ assinado por Jacyntho Lins Brandão e poema de abertura de Flávia de Queiroz, o mencionado volume destaca a trajetória de autores como Alvaro Andrade Garcia, Bruna Kalil Othero, Flávia de Queiroz, Lina Tâmega Peixoto, Marcelo Dolabela, Adriano Menezes, Ana Caetano, Camilo Lara, Luciana Tonelli, Renato Negrão, Simone Andrade Neves, Wagner Moreira, Nívea Sabino e Yone Giannetti da Fonseca, num empreendimento que reitera a posição de destaque ocupada por Minas Gerais na cena poética brasileira, desde o século dezoito.
O entusiasmo pela divulgação da poesia é alimentado por crença sólida: portal para outras dimensões, sobretudo para as que ampliam e sofisticam as possibilidades de fruição da existência, a leitura poética tem dimensão salvadora, sendo capaz de oferecer o contato com sonhos impossíveis e realidades ainda não criadas. Faz bem à alma e ao corpo, deixando a vida mais leve, mais agradável, e, seguramente, mais inteligente.
*Jornalista, doutor em Literatura e presidente da Academia Mineira de Letras
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