AML entrevista professor José Luís Cardoso

“A Revolução Liberal de 1820 e a Independência do Brasil” é tema da próxima conversa do projeto especial “22 entrevistas no Bicentenário da Independência”, realizado pela Academia Mineira de Letras. O presidente da AML, Rogério Faria Tavares, entrevista o professor José Luís Cardoso em vídeo que será transmitido amanhã, às 19h30, no YouTube da AML. O professor José Luís Cardoso, da Universidade de Lisboa, autor de importante obra sobre a Revolução Liberal de 1820, na cidade do Porto, em Portugal, reflete sobre como tal acontecimento político mudou a história de seu país, encerrando o período da Regência e levando ao regresso de Dom João VI à sua terra natal, em 1821.
O professor também avalia como foram as relações entre a monarquia e as cortes constituintes eleitas para elaborar a primeira Constituição da história de Portugal e como a conduta de tais Cortes repercutiu no processo político da Independência. José Luís Cardoso não considera que haja elementos suficientes para afirmar que as cortes pretendiam a “recolonização”’ do Brasil, como afirmavam, na época, alguns líderes políticos brasileiros, defensores da autonomia do país.
Durante a entrevista, o professor José Luís fez importante análise sobre como o avanço da Revolução Industrial alterou a história do mundo ocidental e como as ideias iluministas, tão em voga no final do século XVIII e no começo do século XIX, influíram sobre as mentalidades da época, levando a transformações radicais no plano político, de que foram provas a Independência dos Estados Unidos, em 1776, e a Revolução Francesa, em 1789.
Outro ponto que o professor abordou detidamente durante a conversa com Rogério Faria Tavares foi a Revolução de Cádiz, passada na Espanha, em 1812, como forma de resistência à ocupação francesa, e como ela influenciou sobre os portugueses, que também queriam livrar-se da presença inglesa em seu território.
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O bicentenário da Independência do Brasil será celebrado em 2022. Considerando a importância da data, a Academia Mineira de Letras preparou uma programação de um ano e meio para falar sobre o assunto. O projeto “22 entrevistas no Bicentenário da Independência” conta com bate-papos conduzidos pelo presidente da AML, Rogério Faria Tavares, e convidados que são referência nos assuntos abordados. As transmissões serão pela plataforma Zoom e poderão ser acompanhadas pelo YouTube da AML.
Além das palestras on-line inéditas que integram a programação 2021, a Academia Mineira de Letras disponibiliza mais de 200 palestras já realizadas para que o público possa ver e rever.
José Luís Cardoso é investigador coordenador (professor catedrático) do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa e sócio efetivo da Academia das Ciências de Lisboa. Foi diretor do ICS entre 2014 e 2018 e coordena atualmente neste Instituto o grupo de investigação “Memória, História e Sociedade”.
Tem vasta obra publicada internacionalmente sobre temas de história do pensamento económico português em perspectiva comparada. Foi fundador e codiretor da revista The European Journal of the History of Economic Thought e presidiu, entre 2014 e 2016, à Sociedade Europeia de História do Pensamento Económico.
É autor de diversos ensaios de história política, económica e intelectual sobre o período final do absolutismo e génese do liberalismo em Portugal. Nos últimos dois anos tem dedicado particular atenção ao contexto histórico e económico da revolução de 1820, tendo publicado os seguintes livros: “A Revolução Liberal de 1820” (Lisboa: CTT, 2019) – Prémio Grémio Literário 2019; “Manuel Fernandes Tomás. Ensaio Histórico-Biográfico” (nova edição, Coimbra: Almedina, 2020); “Escritos Políticos e Discursos Parlamentares (1820-1822) de Manuel Fernandes Tomás” (introdução e edição, Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2020).
Aguarda publicação em 2021 do livro “O Banco de Lisboa e a Revolução Liberal de 1820” (Lisboa: Banco de Portugal) e do “Dicionário Crítico da Revolução Liberal Portuguesa”, 1820-1834, co-dirigido por Rui Ramos, Nuno Gonçalo Monteiro e Isabel Corrêa da Silva (Lisboa: Dom Quixote).
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