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AML faz entrevista com João Paulo Pimenta

AML faz entrevista com João Paulo Pimenta
Crédito: Divulgação

O projeto especial “22 entrevistas no Bicentenário da Independência”, realizado pela Academia Mineira de Letras, promove debate sobre “A independência do Brasil e a América Espanhola”. O presidente da AML, Rogério Faria Tavares, entrevista o historiador e professor João Paulo Pimenta (foto) em vídeo transmitido amanhã, às 19h30, no YouTube da AML.

Em entrevista a Rogério Faria Tavares, o professor João Paulo Garrido Pimenta, titular e livre-docente da USP, analisa com detalhes o que se passava no mundo no final do século XVIII, com a expansão da Revolução Industrial e a maior difusão dos ideais iluministas.

Tais valores influíram fortemente sobre a Cultura política da época, levando ao que o professor chamou de ‘experiência revolucionária moderna’, de que são exemplos a Independência dos Estados Unidos, em 1776, e a Revolução Francesa, de 1789.

A expansão napoleônica na Europa também é examinada com detalhes durante a entrevista, sobretudo nas suas consequências sobre Espanha e Portugal. A Revolução de Cádiz, de 1812, uma reação espanhola contra os franceses que ocupavam o território espanhol, também foi comentada, especialmente pela sua repercussão em solo português.

Os processos de independência da América Espanhola são abordados com minúcia por João Paulo Garrido Pimenta, que se deteve sobre o que se passou no México, no Peru, na Venezuela, na Argentina e no Uruguai. Ao contrário do que pensam muitos historiadores, o professor considera os processos da América espanhola muito ligados ao que se passou no Brasil, a ponto de cunhar a expressão “a experiência revolucionária hispano-americana”, por meio da qual estuda os seus aspectos comuns.

Na entrevista, João Paulo Garrido Pimenta ainda comenta sobre três de seus livros: “Estado e Nação no fim dos Impérios Ibéricos no Prata (1808-1828); “A independência do Brasil e a experiência hispano-americana (1808-1822)” e “Tempos e Espaços das Independências – a inserção do Brasil no mundo ocidental (1780 – 1830)”.

Além disso, analisa como o fim da censura régia, em 1821, e a expansão da imprensa, no mesmo ano, foram fundamentais para ampliar o espaço público de discussão política e para formar o que hoje chamamos de opinião pública. Jornais como a “Gazeta do Rio de Janeiro” e o “Correio Braziliense” são especialmente referidos pelo professor.

O bicentenário da Independência do Brasil será celebrado em 2022. Considerando a importância da data, a Academia Mineira de Letras preparou uma programação de um ano e meio para falar sobre o assunto. O projeto “22 entrevistas no Bicentenário da Independência” conta com bate-papos conduzidos pelo presidente da AML, Rogério Faria Tavares, e convidados que são referência nos assuntos abordados. As transmissões serão pela plataforma Zoom e poderão ser acompanhadas pelo YouTube da AML.

Além das palestras on-line inéditas que integram a programação 2021, a Academia Mineira de Letras disponibiliza mais de 200 palestras já realizadas para que o público possa ver e rever.

João Paulo Pimenta é mestre e doutor em história e professor do Departamento de História da USP desde 2004.  Foi professor visitante do Colegio de México, da Universitat Jaume I (Espanha), da PUC-Chile, da Universidad Andina Simón Bolivar (Equador) e da Universidad de la Republica (Uruguai). Entre 2018 e 2020, foi chefe do Departamento de História da USP. Bolsista de Produtividade do CNPq, estuda o Brasil dos séculos XVIII e XIX, as Independências do Brasil e da América espanhola, a questão nacional, e a história do tempo histórico. Autor de oito livros traduzidos e editados em seis países, além de cerca de oitenta artigos acadêmicos e de divulgação científica.

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