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Tragédia com barragem de Brumadinho: exposição e ato público marcam data

Iniciativa é do Instituto Camila e Luiz Taliberti, entidade que leva o nome de duas das 272 vítimas da tragédia. Proposta é marcar a data com arte e resistência
Tragédia com barragem de Brumadinho: exposição e ato público marcam data
Seis anos após tragédia em Brumadinho, data será marcada por exposição e ato público. Foto: Isabelle Aguiar

No próximo dia 25 de janeiro, completam seis anos do rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho, tragédia que matou 272 pessoas e se tornou um dos maiores desastres ambientais do mundo. O rompimento da barragem liberou 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos de produção mineral, devastando paisagens e as vidas de centenas de famílias.

Para honrar a memória das vítimas, o Instituto Camila e Luiz Taliberti promove, em janeiro, o Mês da Memória, com várias ações gratuitas que unem arte e resistência para marcar a data. No dia 25 de janeiro será aberta a exposição “Paisagens Mineradas: marcas no corpo-território”, em cartaz no Museu da Inconfidência, em Ouro Preto. O espaço recebe duas intervenções artísticas, ambas voltadas para refletir e aprofundar as memórias e os impactos do rompimento da barragem de Brumadinho.

Paisagens Mineradas - Brumadinho
Arte e resistência estão juntas para marcar a data. Foto: Isabelle Aguiar

A mostra reúne obras de 12 artistas mulheres que utilizam técnicas como pintura, gravura, videoarte e instalações para explorar os impactos da mineração na natureza e na sociedade brasileira. Antes de chegar a Ouro Preto, “Paisagens Mineradas” passou por São Paulo (SP) e Belém (PA).

A exposição e sua itinerância foram idealizadas e realizadas pelo Instituto Camila e Luiz Taliberti com o intuito de levar a discussão sobre os impactos da atividade mineradora para diferentes públicos e conectar territórios afetados por essa prática.

A entidade honra a memória dos irmãos Camila e Luiz, que perderam a vida no rompimento da barragem de Brumadinho, através de ações culturais e de sustentabilidade que buscam conscientizar a sociedade sobre o impacto da mineração predatória.

O acervo é composto por obras de doze artistas mulheres. Saiba quais são:

  • Beá Meira;
  • Coletivo ASA (Associação de Senhoras Artesãs de Ouro Preto);
  • Isadora Canela;
  • Isis Medeiros;
  • Julia Pontés;
  • Keyla Sobral,
  • Lis Haddad;
  • Luana Vitra;
  • Mari de Sá;
  • Murapyjawa Assurini, do Coletivo Kujÿ Ete Marytykwa’awa;
  • Shirley Krenak
  • e Silvia Noronha

A realização é do Instituto Camila e Luiz Taliberti, que conta com a coordenação de Marina Kilikian e curadoria de Isadora Canela e Carla Cruz.

Ato em memória das vítimas em São Paulo

No dia 26 de janeiro de 2025, a Avenida Paulista, em São Paulo, será palco de um ato público em memória das 272 vítimas do rompimento da barragem de Brumadinho. O evento acontece das 10h às 16h, na esquina com a Rua Pamplona, e reunirá atividades artísticas e educativas para todas as idades.

A programação começa com oficinas voltadas para crianças, incluindo o plantio de mudas e a criação de um mural vivo, conduzidos por Luciana Cruz e Marcela Sevilla. Essas ações unem arte e ativismo ambiental, simbolizando a regeneração e convidando o público a refletir sobre a preservação da natureza.

Outro momento marcante na ocasião será o toque da sirene às 12h28, horário exato do rompimento da barragem. O som, que representa o alarme que nunca soou em 2019, será seguido por um pronunciamento do porta-voz do instituto.

“Não foi um acidente. O processo ainda está em curso e ninguém até o momento foi responsabilizado”, critica Helena Taliberti, presidente do Instituto Camila e Luiz Taliberti.

“Perdemos nossos sonhos e a segurança que sentíamos. Perdi meus filhos, Camila e Luiz, minha nora, Fernanda Damian de Almeida, grávida de cinco meses, do meu neto, Lorenzo. Perdemos tudo naquele dia 25, sonhos, planos, perspectivas”, enfatiza a presidente, reforçando que estará presente no ato ao lado do marido Vagner Diniz, que atua como presidente da Fundação do Memorial Brumadinho.

Durante todo o dia, o público poderá participar de atividades como a oficina ‘Estampe-se’, com Monique Fora de Série, onde serão criados panos de prato com mensagens de resistência, além da ocupação criativa “Ser Rio”, que convida à reflexão sobre a importância das águas.

Haverá, ainda, distribuição de kits de plantio e cartões semente e a circulação da ‘Bike Camila Taliberti’, que carrega mensagens de memória e conscientização. O público também poderá assinar o ‘Manifesto em nome da memória das vítimas e busca por justiça’, que já conta com mais de 127 mil assinaturas

Programação Mês da Memória

Atividades em Ouro Preto

25/01/2025, sábado | Performances na exposição Paisagens Mineradas – Entrada gratuita

Programação:
– 16h: Pedaços de chãos se movem com as águas, performance de Morgana Mafra
– 17h: Exibição “Sociedade de Ferro”, filme de Eduardo Rajabally
Endereço: Anexo do Museu da Inconfidência | Sala Manoel da Costa Athaíde (Rua Antônio Pereira, número 3, Centro Histórico, Ouro Preto/MG)

Atividades em São Paulo

26/01/2025, domingo | Ato Público Horário: 10h às 16h – Entrada gratuita

Programação
:

– 10h: Plantio de mudas e mural vivo, com Luciana Cruz e Marcela Sevilla
– 12h: Estampe-se, com Monique Fora de Série
– 12h28: Toque da sirene e depoimento do Instituto Camila e Luiz Taliberti
– 14h: Ocupação criativa, com Ser Rio
– 15h28: Toque da sirene
– 15h30: Encerramento
– Ao longo do evento: Assinatura manifesto, distribuição de kit plantio, distribuição de cartões semente e bike Camila Taliberti – Memória manifesto

Endereço: Av. Paulista com Rua Pamplona, lado centro

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