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Dia do Coquetel: saiba mais sobre a bebida e confira 10 drinques para celebrar em Belo Horizonte

De clássicos a criações autorais, bartenders locais unem técnica, ingredientes regionais e criatividade para transformar a bebida em expressão cultural
Dia do Coquetel: saiba mais sobre a bebida e confira 10 drinques para celebrar em Belo Horizonte
Da esquerda para a direita: drinque Lalka, do Bar Montê (crédito: Divulgação); Pedaço de Pecado, do Cabernet Butiquim (crédito: Victor Schwaner); e Noite em Ouro Preto, do Terraço Niê (crédito: Divulgação)

O mês de maio é um verdadeiro brinde à coquetelaria. Comemorado mundialmente em 13 de maio e nacionalmente, no Brasil, em 18 de maio, o Dia do Coquetel homenageia não apenas as misturas sofisticadas que encantam paladares, mas também o protagonismo que elas vêm conquistando na gastronomia contemporânea.

A origem do coquetel remonta a 1806, quando o termo “cocktail” foi registrado pela primeira vez no jornal nova-iorquino The Balance and Columbian Repository, definido como uma bebida alcoólica composta por destilados, açúcar, água e bitters. A curiosa etimologia do nome, associada à prática de amarrar os rabos de cavalos mestiços para cima — como uma “cauda de galo” —, inspirou o termo que hoje representa criatividade e refinamento no mundo das bebidas.

No Brasil, o nome adaptado “coquetel” também serviu de base para um dos ícones da coquetelaria nacional: o Rabo de Galo, mistura clássica de cachaça e vermute. Atualmente, os coquetéis simbolizam mais do que bebidas alcoólicas: são expressões de identidade cultural e técnica apurada — especialmente em Belo Horizonte, eleita pela Unesco como Cidade Criativa da Gastronomia.

Na capital mineira, a coquetelaria tem vivido um momento de efervescência. O bartender e mixologista do Terraço Niê, Adriano Dias, afirma que os clássicos ainda são a espinha dorsal da coquetelaria moderna. “Drinques como Negroni, Aperol Spritz e Fitzgerald estão sempre entre os mais pedidos. Toda inovação parte, obrigatoriamente, do domínio dessas bases”, explica. Segundo ele, bartenders da cidade têm ganhado destaque em competições como o World Class e o Bacardi Legacy.

Lucas Mendes, também bartender do Terraço Niê, destaca o uso criativo de ingredientes locais como marca da nova geração. “Nossa biodiversidade é um tesouro. Jabuticaba, pequi, goiaba e até o queijo fazem parte das possibilidades criativas da coquetelaria mineira”, afirma. O bartender ganhou notoriedade ao criar um coquetel em homenagem aos 100 anos da Bala Lalka, combinando inovação com nostalgia afetiva.

Coquetéis e gastronomia

Outra tendência em ascensão é a harmonização entre coquetéis e pratos, movimento que também se consolida em Belo Horizonte. No restaurante Rex Bibendi, o mixologista Xandão Loureiro assina a carta “Uma Carta ao Rei”, que integra sabores líquidos e gastronômicos de forma complementar e sofisticada.

Entre os destaques está o coquetel “Parágrafo 4”, feito com Barollo Braida, Triple Sec, vermute Punt e Mes e tônica, uma combinação que equilibra perfeitamente o sabor da mijadra com secreto de porco. Já o “Parágrafo 1”, que leva vermute, Single Malt Glenmorangie 10 anos, espumante e alcaparrone, é ideal para o crepinete de porco com jiló defumado. E o Parágrafo 5, com rum Havana e soda botânica, oferece frescor aos pratos mais intensos, como o arroz de pato.

Drinks do bar Rex Bibendi
Da esquerda para direita: drinques Parágrafo1, Parágrafo 4 e Parágrafo 5 | Fotos: Bia Braz | Rex Bibendi

“O drinque certo complementa e realça os sabores do prato, sem nunca se sobrepor. É uma construção de camadas de sabor”, explica Loureiro. Para ele, coquetéis com notas cítricas e defumadas ajudam a equilibrar pratos intensos, proporcionando uma experiência sensorial mais completa.

Formação dos talentos por trás do balcão

Por trás dos balcões, a coquetelaria mineira é conduzida por talentos que dominam tanto a técnica quanto a criatividade. O caminho até a mixologia geralmente começa com o cargo de barback, passa pelo posto de bartender e pode evoluir para o de mixologista — este último, responsável por desenvolver cartas autorais e explorar aspectos sensoriais e históricos das bebidas.

Confira uma seleção de coquetéis que fazem sucesso em Belo Horizonte

Cabernet Butiquim

  • Caso Velho: whiskey Chivas 12 anos, Amaro Ramazzotti, Punt and mês, limão taiti e gengibre
  • Pedaço de Pecado: gin Yvy Mar, frutas negras e limão siciliano

Montê Bar

  • Lalka – 100 anos: vodka, aperol, xarope de bala Lalka, limão siciliano e albumina, tradicional e clássica bala de maçã (bala dura, docinha e azedinha ao mesmo tempo)
  • Caramelinho: vodka smirnoff, caramelo queimado e maracujá

Terraço Niê

  • Espresso Martini: vodka, licor de café, café coado e xarope de caramelo salgado
  • Noite em Ouro Preto: gin cítrico, vermute martini, campari e San Basile Amaro

Coco Bambu

  • Aperol Spritz: espumante, Aperol, soda limonada e laranja
  • Fitzgerald: Gin Tanqueray, suco de limão siciliano, syrup, angostura bitters

Vasto Restaurante

  • Le Frizz: Vodka, licor, Saint Germain, citrus, limão e flores
  • Clover club: Granadine, xarope, açúcar, limão, claras de ovos e gin tanqueray
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