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Belo Horizonte é a capital nacional dos quadrinhos

Belo Horizonte é a capital nacional dos quadrinhos
Crédito: Ricardo Laf/Divulgação

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), em parceria com o Instituto Lumiar, realiza a 11ª edição do Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte (FIQ BH), que começa hoje e prossegue até o próximo domingo no Minascentro. A programação é extensa e totalmente gratuita, com atividades para jovens, adultos, crianças e profissionais do setor, e reafirma a relevância do FIQ BH como o maior evento latino-americano dedicado ao gênero.

Com a temática “Quadrinhos e o mundo do trabalho”, o FIQ BH 2022 reúne artistas locais, nacionais e internacionais, que participam de diversas atrações. A programação inclui oficinas, exposições, sessões de filmes, mesas de artistas, feira de quadrinhos, debates, sessões de autógrafos, duelos de HQs, rodada de negócios, entre outras, durante os cinco dias de festival.

Referência para os quadrinistas de todo o País, o FIQ BH, uma iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, se notabiliza por compreender as mais diversas etapas da relação entre mercado, público e artistas, estreitando os caminhos tanto para a aproximação de editoras e criadores, assim como o contato entre os produtores de quadrinhos e o consumidor final. Neste ano, 189 mesas irão compor a feira de quadrinhos, com exposição e venda de publicações e produtos de quadrinistas de todo o Brasil. O FIQ BH segue os protocolos sanitários vigentes em Belo Horizonte de combate à Covid-19. A abertura oficial do FIQ BH 2022 acontece hoje, às 9h30, no Minascentro, com a presença dos curadores, quadrinistas, parceiros e autoridades.

A secretária Municipal de Cultura, Eliane Parreiras, destaca a importância do Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte nas políticas públicas desenvolvidas pelo município para o setor: “O FIQ BH transforma Belo Horizonte na capital nacional dos quadrinhos, sendo um ponto de encontro entre público, profissionais e pesquisadores da área, possibilitando a troca de experiências artísticas, formativas e reflexivas sobre a linguagem da arte sequencial. O FIQ formou e impactou gerações de artistas dos quadrinhos na cidade. A iniciativa reforça a política pública cultural desenvolvida pela Prefeitura pautada pela democratização do acesso à arte e à cultura, com programação diversa e transversal, privilegiando produções artísticas locais, nacionais e internacionais, ocupando a cidade”, afirma.

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A presidente da Fundação Municipal de Cultura, Luciana Féres, celebra a edição presencial do festival e sua contribuição para o desenvolvimento do setor cultural. “O FIQ BH é de extrema importância para o processo de valorização e crescimento dos quadrinhos no Brasil. Ocupar novamente a cidade com uma programação qualificada, garantindo o acesso democrático à cultura, é um compromisso da Prefeitura, principalmente após um longo período de restrições em função da pandemia que impactaram diretamente o setor cultural”, ressalta.

Realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte, em parceria com o Instituto Lumiar, o 11º FIQ BH conta com o apoio da Casa Fiat de Cultura e da Casa dos Quadrinhos, e parceria do Minascentro, Sebrae Minas, Aliança Francesa e Embaixada da França no Brasil.

Temática

Com curadoria da jornalista e quadrinista baiana Amma e do psicólogo mineiro e pesquisador da representação social do feminino em histórias em quadrinhos Lucas Ed, a 11ª edição do FIQ BH apresenta o tema “Quadrinhos e o mundo do trabalho”, que irá abordar a dinâmica da profissionalização de agentes relacionados ao universo dos quadrinhos, frente às crises que o mercado tem enfrentado.

Outro destaque da programação é a presença do artista homenageado, o quadrinista, ilustrador e professor paulistano Marcelo D’Salete. Aos 42 anos de idade e com quase 20 anos de carreira, ele é um dos autores de quadrinhos mais premiados no Brasil, tendo ganhado um dos mais importantes prêmios de quadrinhos do mundo: o Eisner de melhor edição americana de material estrangeiro, em 2018, com a edição norte-americana de “Cumbe”. No mesmo ano, Marcelo D’Salete levou também o Prêmio Jabuti com “Angola Janga”, na categoria Histórias em Quadrinhos.

Suas obras mais aclamadas tratam da história da resistência à escravidão no Brasil pela ótica dos povos negros: “Cumbe” (2014) e “Angola Janga” (2017), ambas publicadas pela editora Veneta. “Angola Janga”, seu quadrinho mais recente, é fruto de uma pesquisa de dez anos sobre Zumbi dos Palmares, Ganga Zumba e o famoso quilombo. Além dos prêmios que conquistou, “Angola Janga” já é considerado pela crítica especializada como um dos mais importantes quadrinhos feitos e publicados no Brasil.

O homenageado estará presente no FIQ BH 2022 com a mesa “Marcelo D’Salete entre faróis, favelas e quilombos”. Uma exposição com trabalhos e destaques de sua carreira também compõem a programação do Festival. Na exposição “Malungo D’Salete: Entre faróis, favelas e quilombos”, o público terá a oportunidade de mergulhar no trabalho do quadrinista por meio de reproduções de páginas, vídeos, quadros, texturas, pinceladas, símbolos e palavras.

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