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BH é palco de campanha para popularizar o teatro

BH é palco de campanha para popularizar o teatro
Crédito: Marcio Miranda

A partir de hoje e até 12 de fevereiro, Belo Horizonte irá receber a 48ª Campanha de Popularização do Teatro & Dança. Serão 112 espetáculos de teatro adulto, infantil e dança, com atrações para todos os gostos e idades. Além desses, 12 apresentações de stand-up. Os ingressos da campanha podem ser adquiridos antecipadamente nos postos do Sinparc ou pelo site www.vaaoteatromg.com.br pelo preço popular de R$ 15,00 e R$ 20,00. Nas bilheterias dos teatros, os valores dos ingressos são diferentes. O valor é definido pelo teatro.

Nesta edição, o desenvolvimento das peças gráficas da campanha se inspira emsonhos e encantamentos, convidando o público a fazer parte do universo das artes cênicas. O presidente do Sindicato dos Produtores de Artes Cênicas de Minas Gerais (Sinparc), Rômulo Duque, ressalta a satisfação de realizar mais uma edição. “Para nós é uma honra saber que nesses 48 anos de realização do projeto, conseguimos conquistar os corações dos belo-horizontinos e transformar a campanha num dos principais eventos da cidade. Nosso objetivo é seguir proporcionando ao público a oportunidade de terem acesso à cultura, de forma democrática e com ingressos a preços populares”, salienta.

Dilson Mayron, coordenador da campanha, ressalta como essa edição será especialmente significativa. “A campanha é um dos principais eventos da cidade. Muitos belo-horizontinos a aguardam como um compromisso do calendário em todo início de ano. O evento reúne um público fiel habituado a acompanhar todas as edições, além de sempre conquistar novos espectadores”, explica.
A Campanha de Popularização do Teatro & Dança é uma realização do Sinparc e conta com o patrocínio da Copas, Instituto Unimed BH e Banco Mercantil do Brasil.

Integram a programação espetáculos de drama, comédia, infantis, dança, teatro de rua, stand up, contabilizando mais de 100 atrações. Serão centenas de sessões em diversos espaços da cidade. Como nas demais edições, a acessibilidade segue sendo uma das preocupações do evento e, por isso, algumas peças contarão com acessibilidade física, visual e auditiva (consulte a programação para saber mais). “Nosso objetivo é seguir proporcionando ao público a oportunidade de terem acesso à cultura, de forma democrática e com ingressos a preços populares”, salienta Rômulo.

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A 48ª Campanha de Popularização do Teatro & Dança deste ano conta com o apoio da Empresa Mineira de Comunicação (EMC), que gerencia a Rede Minas e a Rádio Inconfidência. O lançamento, realizado na última terça-feira no Teatro Feluma, contou com a presença de diretores, produtores, atores e profissionais do teatro e da dança. Um dos coordenadores, Ítalo Laureano, abriu o evento agradecendo aos parceiros. Entre eles, a Rádio Inconfidência e a Rede Minas, “que este ano se somam aos nossos parceiros”, como destacou.

O presidente da EMC, Gustavo Mendicino, destaca que a campanha chega firme nesse processo de divulgação do teatro e da cultura mineira. A EMC, a Rede Minas e a rádio Inconfidência, reconhecendo isso, entram como parceiros oficiais, como mídia. “Com uma série de ações, a gente vai trabalhar com programas especiais sobre a campanha, os atores, os organizadores e os próprios locais, os teatros, que são patrimônio de Belo Horizonte”, disse. E acrescenta: “a gente está muito orgulhoso, com muita honra, acompanhando desde o início do evento de lançamento e vamos estar juntos até o final”.

“Ópera Massacre” foi concebida na pandemia

Estreante na 48ª Campanha de Popularização do Teatro & Dança, a tragicomédia “Ópera Massacre”, foi concebida durante os momentos mais dramáticos da pandemia. Resultado de uma crescente onda de angústia de seu idealizador, o historiador, autor e diretor teatral Gustavo Des, que sentia, como resultado daquele contexto atípico, estar sob a iminência de uma tragédia pessoal. Ele explica que além das angústias, os tantos absurdos que permearam o noticiário durante o período também o influenciaram na construção do texto. “Como forma de escapar da angústia, solidão e melancolia, mudei meu cardápio musical, redescobri a música clássica, e me rendi de vez ao gênero do absurdo, meu gênero teatral favorito”, revelou o diretor.

Nesta trama inusitada, uma família entra em colapso quando se vê obrigada a preparar o velório da matriarca, uma distinta cantora de ópera que resiste bravamente, mesmo numa condição de extrema vulnerabilidade. Com forte apelo existencialista, o enredo é marcado por aflições de todos os tipos: calvície, iminência de morte, falta de cadeiras e, consequentemente, um desejo incontrolável de sentar, o que nos remete a vivências diárias, até então obscurecidas pela rotina massacrante de todo dia.

Em sua primeira peça encenada fora do ambiente virtual, Gustavo Des apostou no empreendedorismo e nas parcerias. “Quando uma ideia é boa e você acredita nela, a coisa flui, apresentei o texto a um colega ator no meu último dia de trabalho, trabalhava com marketing, e a resposta do Lucas foi tão emocionante que só me coube fazer essa Ópera acontecer”, acrescenta. O Lucas citado é o Lucas Michielini, entusiasta da obra e protagonista do curta-metragem “Nosso Próprio Eclipse”, que já conta com milhares de visualizações no YouTube.

Além de Michielini, outro nome de fundamental importância para a execução da obra foi o de Ramon Moreira, que assina a produção do espetáculo e com quem o diretor já havia trabalhado antes. “Quando encabecei esse projeto eu sabia que o Ramon estaria envolvido de algum jeito, pela sua visão e competência, assim, aguardei com grande expectativa a sua resposta sobre o texto e ele foi um dos primeiros a acreditar no teor único deste trabalho”, conta o diretor.

No processo de construção do espetáculo, outros grandes artistas chegaram para compor a orquestra e dar vida aos personagens, incluindo o ator paulista Tom Garcia, que abraçou Minas Gerais por acreditar no projeto, a atriz e compositora Clarice Carvalho, vencedora do Prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante no Festival de Artes Cênicas de Conselheiro Lafaiete, em 2022, e Axwell Godoi, que brilhou como um dos gnomos do espetáculo infantil “As Aventuras dos Gnomos Intergalácticos”. Além destes, o rol de talentos do espetáculo também conta com: Laura Damada, Thiago Latalisa e Gabriel Oliveira, grandes apostas para o teatro mineiro nos próximos anos.

O projeto, que foi engatilhado com recursos próprios, teve a sua concretização em junho, passando por três grandes teatros da capital mineira, dentre eles Cine Theatro Brasil Vallourec, Funarte e Feluma, se tornando um sucesso de bilheteria. Além do sucesso de público, o espetáculo também foi recebido com entusiasmo por alguns críticos renomados da capital, como é o caso do escritor Vander André Araújo, que se referiu a obra encenada como “Um show de interpretação teatral”. Já o crítico Ivo Costa, do site Boca do Inferno, considerou o espetáculo “Um vislumbre visual e sensorial”, pontuando o trabalho com nota máxima e 5 honrosas caveiras.

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