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Bienal Mineira do Livro vende mais de 400 mil obras e movimenta R$ 40 milhões; veja como foi

A feira recebeu 260 mil visitantes ao longo de oito dias de programação e gerou mais de 2.300 empregos temporários
Bienal Mineira do Livro vende mais de 400 mil obras e movimenta R$ 40 milhões; veja como foi
Foto: Glenio Campregher

A edição de 2025 da Bienal Mineira do Livro superou as expectativas. Realizada entre os dias 3 e 10 de maio, no Centerminas Expo, em Belo Horizonte, a feira recebeu 260 mil visitantes ao longo de oito dias de programação. Com mais de 400 mil exemplares vendidos, a Bienal gerou mais de 2.300 empregos temporários e movimentou aproximadamente R$ 40 milhões em diversos setores, como transporte, montagem, alimentação, gráfica e logística.

Organizado pela Câmara Mineira do Livro (CML), em parceria com a HPL Eventos, o evento foi celebrado como um sucesso pelo presidente da CML, Felipe Mayrink. “Trabalhamos muito para que tudo desse certo. A resposta do público e o engajamento de escolas, editoras e autores confirmam que a Bienal hoje é um ativo cultural e econômico de Minas”, afirma.

Leitura nas escolas

Um dos pilares da Bienal 2025 foi o programa de visitação escolar, promovido com apoio da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE-MG). O governo estadual destinou R$ 4,8 milhões à distribuição de vales-livros — R$ 50 para estudantes e R$ 100 para professores da rede pública. A iniciativa mobilizou mais de 110 mil pessoas, entre elas 90 mil alunos e 9 mil professores da rede estadual, que visitaram a feira entre os dias 5 e 9 de maio.

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) também se uniu à ação, possibilitando a participação de 15 mil alunos e 1.500 professores da rede municipal. “Recebemos turmas de municípios que sequer têm livrarias. Ver essas crianças escolhendo seus livros e voltando para casa com eles foi, para nós, o maior resultado”, diz Mayrink.

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Curadoria e temas

Com o tema “Viver é plural. Ler é plural”, a Bienal deste ano homenageou o escritor João Guimarães Rosa e contou com uma curadoria dividida em três eixos: adulto (Guiomar de Grammont), jovem (Leida Reis) e infantil (Madu Costa). Ao todo, mais de 300 autores participaram da programação.

Nomes como Conceição Evaristo, Fabrício Carpinejar, Alê Santos, Renata Ventura, Elisa Lucinda, Teresa Cárdenas, Leo Cunha, Ondjaki e Bruno Meyerfeld estiverem presentes em mesas e debates sobre temas como ancestralidade, literatura infantojuvenil, leitura crítica, espiritualidade, identidade e o mercado editorial.

Espaços de criação

Mais de 80 escritores independentes tiveram a oportunidade de apresentar suas obras em um espaço gratuito dedicado exclusivamente a esse segmento. O ambiente favoreceu o contato direto com o público, lançamentos e trocas criativas, refletindo a força da produção literária autônoma em Minas Gerais.

A “Estante Mineira” também foi destaque, reunindo editoras locais como Crivo Editorial, Fino Traço, Aletria, Literíssima, EIS, Krauss, Mazza, Conceito, Portal e Letramento. Livrarias de Belo Horizonte dividiram espaço com grandes redes nacionais e distribuidoras.

Outro ponto alto da programação foi o Beco dos Artistas, coordenados pelos quadrinistas Rapha Pinheiro e MathVaz, que deu protagonismo aos quadrinhos e à literatura gráfica com oficinas, bate-papos e sessões de desenho ao vivo.

A próxima edição da Bienal Mineira do Livro está confirmada para 2027. “Quando o público pergunta pela próxima edição antes mesmo do fim da atual, é sinal de que valeu a pena. É por isso que a gente faz”, completa Mayrink.

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