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Bloco da Esquina homenageia as mulheres

No 11º aniversário de vida do bloco, o tema será "Marias, Marias"; 80% da composição da bateria e do coral é de mulheres
Bloco da Esquina homenageia as mulheres
Crédito: Divulgação/Bloco da Esquina

Quis o destino que, no ano em que o Carnaval de Belo Horizonte terá um novo sistema de som, o Bloco da Esquina decidisse homenagear as mulheres em seu cortejo. Portanto, nada mais justo do que celebrá-las e de forma amplificada. Com o tema “Marias, Marias”, uma referência à marcante canção de Milton Nascimento e Fernando Brant, expoentes do Clube da Esquina. O bloco entra no seu 11º ano de vida na folia belo-horizontina. 

A banda, comandada por Renato Muringa, terá um reforço de peso: o coral Vozes da Esquina, com cerca de 70 vozes, cantando em uníssono as músicas que marcaram uma geração inteira e que seguem inspirando outras. A bateria Fé Cega, Faca Amolada, com a regência de Analu Braga, também promete fazer o público arrepiar na avenida. Este ano, terá tambores e patangomes, instrumentos que trazem ritmos que dialogam com o congado, manifestação cultural que evoca a tradição mineira, sobretudo, no interior do estado. “O repertório foi adequado para saudar a linguagem dos tambores”, revela Renato Muringa, cofundador do Bloco da Esquina. 

A expectativa para o ensaio geral, que será realizado no próximo domingo (14), às 10h, na avenida dos Andradas, é grande. “Vamos saber o que podemos melhorar ainda mais para o dia do desfile”, afirma Muringa.  

A escolha do tema “Marias, Marias”, não foi difícil. Ao analisar os registros dos integrantes da bateria e do coral, constataram que quase 80% da composição do Bloco da Esquina é formada por mulheres. “Uma homenagem a todas as mulheres, cis e trans, um grito por liberdade, equidade, visibilidade e respeito; e um compromisso de luta contra o machismo, a misoginia e a toda forma de violência de gênero”, escreveu o bloco em suas redes sociais. 

Durante o ensaio geral, o cortejo terá duas participações especiais: os blocos Filhas de Clara, que homenageia a cantora mineira Clara Nunes; e Trovão das Minas, o primeiro grupo de maracatu de Minas Gerais.

Pagode

O Bloco da Esquina surgiu em 2013 durante uma brincadeira entre os músicos Renato Muringa e Mário Jaymowich. Com um cavaquinho e um pandeiro nas mãos, a dupla começou a tocar canções do Clube da Esquina, movimento cultural da década de 1970, em ritmo de pagode. O Carnaval de Belo Horizonte começava a ganhar fôlego com o aparecimento de bloquinhos, sobretudo, no tradicional bairro de Santa Tereza. Em 2013, não tiveram dúvidas e fizeram com que as canções do Clube da Esquina caíssem no samba.

Mas o desafio foi grande, afinal, a ideia era montar um repertório que combinasse a batucada carnavalesca com a melodia indefectível, eternizada por nomes como Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Toninho Horta, Fernando Brant, entre outros. “Escolhemos músicas cujas estruturas não seriam tão modificadas em ritmo de carnaval”, diz Renato Muringa, compositor e multi-instrumentista. O resultado já pôde ser conferido no primeiro desfile do Bloco da Esquina. Canções emblemáticas como “Maria, Maria”; “Um girassol da cor de seu cabelo”; “Nos bailes da vida” e “O Trem Azul” foram carnavalizadas.

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