Carmen, de Bizet, em música e dança no Palácio das Artes

Umas das mais famosas óperas do mundo retratada em música e corpos. A Cia de Dança Palácio das Artes (CDPA), o Coral Infantojuvenil do Palácio das Artes, o Coral Lírico de Minas Gerais e a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais vão apresentar, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, “Carmen – espetáculo de dança e música” desta quinta-feira (19) a domingo (22), às 19h.
O espetáculo começa com a apresentação do Coral Infantojuvenil Palácio das Artes, do Coral Lírico de Minas Gerais e da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais sob a regência da maestrina titular Ligia Amadio. Juntos, prometem uma experiência emocionante e envolvente para o público ao executarem trechos da célebre ópera “Carmen”, de Georges Bizet.
A obra conta a história da personagem-título, uma cigana sedutora que luta pela liberdade de tomar suas próprias decisões e amar quem quiser. Ao conhecer Don José, a protagonista acaba enfrentando o amor possessivo que ele nutre por ela. Três árias se tornaram clássicas: “L’amour est un oiseau rebele” (também conhecida como Habanera, que, na verdade, é um gênero musical e uma dança cubanos, interpretados por Carmen), “Toureador” e “Seguidilla”.

Na segunda parte, a Companhia de Dança subirá ao palco, sob a direção geral e coreografia de Luiz Fernando Bongiovanni, apresentando a versão de “Carmen”, de Rodion Shchedrin. Reconhecido por seu trabalho inovador e pela capacidade de unir diferentes linguagens artísticas, o coreógrafo traz uma visão contemporânea para a obra clássica, enriquecendo ainda mais a sua narrativa. Nesta montagem, ele traz uma visão inovadora da criação de Bizet, reinterpretando a paixão e o drama da história através de movimentos coreográficos que capturam a essência dos personagens e suas emoções. Através de sua direção, Bongiovanni busca criar uma experiência imersiva, onde a dança se torna um veículo poderoso para a narrativa da ópera.
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Ópera além de seu tempo
A obra original é uma ópera em quatro atos do compositor francês Georges Bizet, com libreto de Henri Meilhac e Ludovic Halévy, baseado no romance homônimo de Prosper Mérimée. A montagem estreou em 1875, no Opéra-Comique de Paris, e não foi bem recebida pelo público e crítica. A narrativa se afastava de outras tramas tradicionais da época, justificando a aversão dos franceses. Após uma apresentação realizada em Viena, em outubro do mesmo ano, a produção foi bem recebida pelo público austríaco e reconhecida como um sucesso.
A ópera de Bizet, ao trazer uma protagonista feminina que não se submete à vontade masculina e luta para definir o seu próprio destino, demonstra uma narrativa à frente dos ideais compartilhados pela sociedade francesa da época, acostumada a personagens subservientes, pudicas e de moral inabalável. Além disso, o fim trágico da protagonista traz à tona uma questão social que se faz relevante ainda na contemporaneidade.
A direção geral e coreografia do espetáculo são assinadas por Luiz Fernando Bongiovann, e direção musical e regência de Ligia Amadio. Os ingressos estão à venda na bilheteria do Palácio das Artes e no site da Eventim, a R$40 (inteira) e R$20 (meia-entrada).
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