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Cartas de Carlos Lacerda reunidas

Cartas de Carlos Lacerda reunidas
Crédito: Freepik

As cartas deveriam ser consideradas um gênero literário, bem como os sermões publicados em tempos idos. Mas as cartas guardam qualidades e promovem embaraços em gerações passadas, anteriores aos e-mails cuja marca de endereçamento é arroba.

Arroba é uma expressão prenhe de significados, construções e desconstruções silábicas e sintáticas, além de deter em seu símbolo dialético, que alude à primeira letra do alfabeto entre outras tantas simbologias num símbolo que, de tão familiar, suporta enigmas.

Depois a comunicação em redes sociais invoca a incomunicabilidade em longo repertório de limitações, número de caracteres, presença de figuras alegóricas, não raro de péssimo gosto. E o que dizer da liberalidade ortográfica?

Voltando às cartas, o leitor sentirá o coração aquecido ou temeroso, mas nunca indiferente ao mistério da caligrafia, o perfume do papel, a natureza escolhida do papel, o tamanho, se grafado, se timbrado, se manuscrito ou datilografado, se entregue aos cuidados de um portador, se confiado aos correios, se cartão, se postal, se papéis.

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A resenha trata da coletânea de cartas do jornalista Carlos Lacerda, que envolveu em sua organização familiares, amigos e pesquisadores. O conteúdo é vário e envolve sua correspondência à família, amigos, comentários acerca de autores e livros, e finalmente política. Não há muito a respeito de seu impressionante trabalho de jornalista na Tribuna da Imprensa.

Para leitores  destemidos, são “Cartas- Carlos Lacerda -1933 a 1976”, organizadas e publicadas pela Editora Bem-te-vi (Rio de Janeiro, 2014).

Parafraseando Millôr Fernandes – cujo irmão herdou o árduo trabalho de levar adiante a Tribuna, o saudoso jornalista Hélio Fernandes, “o Brasil tem um longo passado pela frente”. Evidente fica que a honra nunca foi privilégio portenho. Brasileiros também têm.

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