Casa Fiat de Cultura celebra “Dia de Dante”

Considerado o primeiro e maior poeta da língua italiana, Dante Alighieri é chamado de “il sommo poeta” (o sumo poeta). Importante nome da cultura da Itália, ele passou a ser celebrado anualmente, em 25 de março, no Dia de Dante, ou “Dantedì”. Para marcar essa data e celebrar sua obra, a Casa Fiat de Cultura, em parceria com a Fundação Torino e o Consulado da Itália, realiza hoje o bate-papo “Do Inferno ao Paraíso: uma conversa sobre A Divina Comédia”, com o professor de literatura e história da Fundação Torino, Riccardo Cassoli. A palestra virtual homenageia o “Dia de Dante” no ano do sétimo centenário da morte do poeta. O evento será realizado às 19 horas, com transmissão on-line ao vivo. A participação é gratuita, com inscrição pela Sympla.
Neste bate-papo, Cassoli vai explanar sobre a estrutura, os simbolismos e as alegorias presentes na obra-prima do poeta, “A Divina Comédia”. Ele explica que, mesmo depois de 700 anos, ainda vale a pena embarcar na “aventura de viajar com Dante”, e ressalta, segundo palavras do próprio Alighieri, que uma obra sagrada deve ser lida em quatro níveis: o literal, o alegórico, o moral e o anagógico (místico). “Muito comumente, nas escolas, limita-se a interpretar somente o texto dantesco e a alegoria (o sentido subentendido), sem se preocupar em entender o que Dante escreve para nossa felicidade (significado moral) e para nossa salvação (nível anagógico)”, frisa.
Composto por mais de 14 mil versos, o poema “A Divina Comédia” é dividido em três partes: o Inferno, o Purgatório e o Paraíso. Foi escrito com viés épico e ideológico, e o próprio Dante é o protagonista desse enredo. Ele realiza uma jornada por essas três instâncias e, ao longo do caminho, cruza com amigos, conhecidos e outras figuras, sempre debatendo diferentes assuntos. A obra é uma alegoria sobre o caminho que um pecador precisa percorrer para encontrar a salvação e a felicidade eterna, mesmo sendo tentado pelo mal. A obra explora diversas questões, como a associação entre beleza e felicidade, e até com a salvação.
O bate-papo “Do Inferno ao Paraíso: uma conversa sobre A Divina Comédia” é uma realização da Casa Fiat de Cultura em parceria com a Fundação Torino Escola Internacional e o Consulado da Itália em Belo Horizonte, com apoio do Ministério do Turismo, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, patrocínio da Fiat e do Banco Safra, copatrocínio da Expresso Nepomuceno, da Sada e do Banco Fidis. Conta com apoio institucional do Circuito Liberdade, do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico (Iepha), do governo de Minas e do Governo Federal, além do apoio cultural do Programa Amigos da Casa, da Brose do Brasil e da Brembo.
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“Dantedì” – O “Dia de Dante” entrou para o calendário italiano em 2020. A escolha de 25 de março simboliza a “giornata dedicata a Dante”, pois diversos estudiosos indicam que essa seja a data de início da viagem “d’A Divina Comédia”. Para marcar o aniversário de 700 anos de sua morte, ocorrida em 1321, uniram-se, em uma iniciativa, parlamentares, intelectuais, acadêmicos e instituições culturais de renome na Itália, solicitando o dia para recordar a genialidade da ilustre personalidade.
Considerado o “pai da língua italiana”, Dante foi um poeta, linguista, teórico político e filósofo que marcou a história da Itália, sendo uma das figuras culturais mais importantes do país. Nasceu em Florença, em 1265, e, até hoje, sua obra tem poderosa influência sobre toda a consciência literária ocidental. Sua importância vai além do poema em si. Em uma época em que apenas o latim tinha valor, a principal obra de Dante, “A Divina Comédia”, tornou-se a base da língua italiana moderna.
A “Divina Comédia” não se revela apenas a obra-prima de Dante, como é considerada um dos livros mais importantes da literatura mundial. O poema épico conta uma viagem imaginária, em que Dante é o protagonista e ruma ao inferno, ao purgatório e ao paraíso. O texto é tão relevante que o nome do autor virou um adjetivo, e, hoje, se fala em “escrita dantesca”.
É o primeiro e maior épico moderno, e, mesmo séculos depois, continua a influenciar escritores e toda a literatura mundial, além de outras áreas da cultura, como a música, o cinema e até a arquitetura (o Palácio de Barolo, na Argentina, possui várias referências à obra, como a divisão do prédio em três áreas e os 100 metros de altura, em alusão aos 100 cantos do poema).
O livro foi publicado em três partes: a primeira, em 1317, a segunda, em 1319, e a última, depois da morte de Dante Alighieri. Estudiosos estimam que a escrita tenha levado cerca de 14 anos. Na proposta original, o livro se chamava apenas “Comédia”. O nome como conhecemos hoje foi usado em 1555, em edição composta por Ludovico Dolce, em Veneza.
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