CCBB é palco de “A Valsa de Lili”

O Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte (CCBB BH) apresenta o espetáculo “A Valsa de Lili”. Sucesso de público e crítica em São Paulo e Brasília, o novo texto de Aimar Labaki, com solo de Débora Duboc, dirigido por Débora Dubois, é inspirado no livro autobiográfico ‘Pulmão de Aço’, de Eliana Zagui (a Lili da vida real), e promove o contato da plateia com uma personagem única, que está fisicamente paralisada, mas se encontra intelectual e emocionalmente livre.
A montagem tinha temporada prevista para março e abril de 2020, depois janeiro e fevereiro de 2021, tendo sido adiada nos dois momentos devido à pandemia do Covid-19 e, agora, retoma com estreia neste sábado (27), seguindo até o dia 20 de dezembro de 2021, sempre de sexta a segunda-feira, às 20h, no CCBB BH. Os ingressos estão à venda no site do CCBB (bb.com.br/cultura) e custam R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia).
As duas Déboras, a atriz e a diretora, unem-se para contar a história dessa mulher extraordinária que sofre de paralisia e movimenta apenas a cabeça. Aimar Labaki constrói de forma delicada e emocionante a história de Lili, que, tanto em vida quanto na narrativa, vive numa UTI há quase quarenta anos, desde os dois anos de idade, por conta de uma poliomielite mal diagnosticada. Débora Duboc já levou para casa o Prêmio APCA de melhor atriz pela atuação na peça. O espetáculo foi indicado ao Prêmio Aplauso Brasil Brasil nas categorias de melhor texto, melhor atriz e desenho de luz.
“Lili vive em uma condição muito singular, mas seus questionamentos, medos e verdades são os mesmos de qualquer pessoa na sua idade: a necessidade de amar e ser amada, a relação com a morte, o que fazer da vida, como conseguir o sustento com o trabalho. Lili e seus amigos são uma prova viva da máxima de Sartre: o importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós”, diz Débora Duboc.
“A luta de Lili para sobreviver em condições tão adversas, sem perder o humor e o amor, são a metáfora perfeita para os dias sombrios que vivemos, entre a violência e a desesperança”, completa o autor Aimar Labaki.
A parceria entre a diretora Débora Dubois e o autor Aimar Labaki é antiga. É de ambos os espetáculos “MotoRboy” e “Pirata na Linha”, grandes sucessos para adolescentes, além de “Poda ou Una Notte Intera”, que Débora dirigiu para o Festival Intercity, em Florença, na Itália. Ela também já dirigiu Duboc em espetáculo com curadoria de Gianni Ratto. Sobre “A Valsa de Lili”, Dubois diz ser “um testemunho forte e sensível, uma forma de vida tão única e singular, que alçou vôo pra falar e tocar fundo em muitos de nós”.
Eliana Zagui, a autora do livro, esteve presente em uma sessão de A Valsa de Lili. “Foi para todos uma grande emoção recebê-la, pois ela se locomove acompanhada de um grande aparato que inclui ambulância, respiradores e profissionais da saúde. Eu entendi que viver é um ato político. A existência de Lili é uma escolha diária. A personagem diz: Eu posso não mexer nada do pescoço para baixo, mas a minha alma nunca deixou de dançar”, ressalta Duboc.
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