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CDPA faz intervenção de dança

CDPA faz intervenção de dança
Crédito: Paulo Lacerda

A Cia. de Dança Palácio das Artes (CDPA) estreia hoje, às 18h, no hall do Palácio das Artes, a intervenção de dança “Hoje 730”, fruto de uma oficina de três dias ministrada pela aclamada coreógrafa, atriz e cineasta Fernanda Lippi, brasileira radicada em Londres há mais de 20 anos. A intervenção de dança marca também o reencontro da CDPA com o público presencial nos espaços do Palácio das Artes, uma vez que a última apresentação do grupo no centro cultural ocorreu antes da pandemia, no primeiro trimestre de 2020. A entrada é gratuita.

Fundadora da Cia Zikzira Physical Theatre, Fernanda Lippi esteve no Brasil na última virada de ano e agora a Cia. de Dança Palácio das Artes compartilha com o público as reverberações dessa parceria. Trata-se de um trabalho não finalizado, que perpassa as experiências corporais que os bailarinos viveram no período de pandemia.

“O número 730 significa a soma dos dois anos de confinamento, por causa da pandemia. E ‘Hoje 730’ simboliza o dia que encontramos e marcou esse tempo. Trabalhamos muito na brincadeira de contagem desses dias, pois eu gosto de números. Mas não é uma reflexão sobre o que aconteceu nesse período de confinamento e, sim, a respeito do que estava acontecendo no dia em que nos encontramos”, pontua Fernanda Lippi.

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Durante a oficina, a coreógrafa, que trabalha com o teatro físico junto com a dança, buscou trazer as expressões possíveis do humano, seja expressão da materialidade do corpo, seja aquela oriunda do espírito com sua inquietação, beleza e poesia. “A partir da concepção de interdisciplinaridade e do teatro físico é colocado, ao lado de cenários que dialogam com a narrativa, a expressão corporal do artista em primeiro plano, trabalhando a gestualidade, a voz e movimento. E, em segundo plano, vem a fotografia e o olhar cinematográfico”, explica Fernanda.

Segundo o diretor Cristiano Reis, a proposta de convidar Fernanda Lippi foi para o elenco da CDPA vivenciar a concepção de trabalho da coreógrafa. “Ela tem uma habilidade madura de construção cênica para o bailarino e trabalha muito a dramaturgia, o movimento, e algo que vai além movimento. Como diria a coreógrafa Pina Bausch: ‘O que me interessa não é como as pessoas se movem, mas sim o que as move’. Outra questão pontual que me vez convidá-la foi o fato de a Fernanda trabalhar com bailarinos cocriadores, no qual os artistas propõem corporalmente, como ocorre nos processos criativos da CDPA”, observa.

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