CHM exibe o Expressionismo Alemão
A Fundação Clóvis Salgado, por meio do Cine Humberto Mauro (CHM), dá continuidade à mostra on-line Expressionismo Alemão, adicionando mais dez longas-metragens na programação. Na segunda parte da mostra, serão disponibilizados filmes dos diretores alemães Robert Siodmak, Edgar G. Ulmer, Ernst Lubitsch e Carl Boese, além de longas dos diretores contemplados na Parte I: Robert Wiene, Friedrich Wilhelm Murnau, Paul Leni, Fritz Lang e Georg Whilhelm.
O filme “M, o Vampiro de Dusseldorf” (1931), de Fritz Lang, programado hoje será comentado por um integrante da Escola Mineira de Psicanálise. A sessão será ao vivo, às 17h, transmitida pelo Youtube da FCS, com comentários após a exibição. As tradicionais sessões do CHM continuam em versão on-line, disponibilizadas no site da Fundação Clóvis Salgado.
A mostra Expressionismo Alemão possui curadoria conjunta de Bruno Hilário, Vitor Miranda, Mariah Soares, Matheus Pereira e Júlio Cruz. A primeira parte da mostra, que continuará em cartaz, exibe filmes mudos que consagraram o estilo, como “O Gabinete do Dr. Caligari” (1920), “Nosferatu” (1922) e “Metrópolis”(1927).
Na segunda parte da mostra, os longas aprofundam a discussão em relação ao movimento a partir de obras menos difundidas, como. “A Boneca do Amor” (foto), de 1919, dirigido por Ernst Lubitsch; “O Golem – Como Veio ao Mundo” (1920), de Carl Boese, Paul Wegener; “Dr. Mabuse, O Jogador – Parte 1 (1922) e “Dr. Mabuse, O Inferno do Crime – Parte 2” (1922), de Fritz Lang, filme dividido em duas partes.
As outras atrações são “O Castelo Vogelöd” (1921), de F.W. Murnau; “As Mãos de Orlac” (1924), de Robert Wiene; “A Mulher na Lua (1929), de Fritz Lang; “Diário de uma Garota Perdida’ (1929), de Georg Wilhelm Pabst; o documentário “Gente no Domingo” (1930), de Robert Siodmak e Edgar G. Ulmer; e “A Ópera dos Três Vinténs” (1931), de Georg Wilhelm Pabst, adaptação da obra de Bertolt Brecht. O conjunto de filmes estará disponível até o dia 8 de setembro.
O movimento expressionista alemão emergiu entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, no período de 1919 até 1933 (República de Weimar). Após o conflito da Primeira Guerra, e pelas restrições impostas pelo Tratado de Versalhes, a sociedade alemã convivia com um forte sentimento de desesperança e intensa crise econômica. Despontado pela poesia e pela pintura no início do século XX, o expressionismo também teve forte representação no teatro, na arquitetura e no cinema mudo.
Nesse contexto, cineastas construíam narrativas que buscavam apreender a angústia e o pessimismo da época. Segundo Mariah Soares, “os filmes expressionistas são compostos por cenários distorcidos, enigmáticos, e pelo uso de luzes e sombras muito contrastadas na fotografia, gerando um aspecto fantasioso. Todos os elementos estéticos contribuíam para narrativas mais sombrias, que representavam a visão de mundo não só dos cineastas, mas de uma população que havia passado por um período traumático de desgaste social e econômico”.
Sgundo Soares, “os filmes expressionistas se opunham, em sua grande maioria, ao mundo burguês e ao trabalho mecânico, sendo uma forma de expressão que tratava fortemente de questões sociais, emocionais e psicológicas”. De grande influência na história do cinema, as produções alemãs do início do século XX estabeleceram bases para dois grandes gêneros do cinema moderno: o filme de terror e o filme noir.
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