Cine Humberto Mauro apresenta “A Arte Drag”

Representatividade, glamour, liberdade. A mostra “Montadas – A Arte Drag no Cinema”, que acontece até o próximo domingo, no Palácio das Artes, traz mais do que filmes para a programação do Cine Humberto Mauro.
A iniciativa busca explorar a sétima arte como uma âncora cul- tural e como um meio para refletir importantes questões da sociedade. Com 12 filmes clássicos reunidos, o público vai poder mergulhar em um universo de expressão artística e diversidade, onde drag queens e drag kings são as estrelas das produções cinematográficas.
O evento é gratuito e os ingressos devem ser retirados uma hora antes de cada sessão. O produtor de programação do Cine Humberto Mauro, Rodrigo Azevedo, explica um pouco sobre o objetivo da mostra e a sua relevância. “Iremos, sobretudo, exibir filmes que deram passos iniciais em direção a representatividade drag. Através de narrativas inspiradoras e personagens carismáticos, acreditamos que as obras selecionadas estimulam diálogos sobre identidade, autoexpressão e igualdade”, conta.
Um dos destaques da programação é o filme “Quanto mais quente me- lhor”, de Billy Wilder, que traz em sua trama a história de dois homens que, para fugir da máfia, se juntam a uma banda de jazz feminino se trajando como mulher.
Considerado um dos melhores filmes de comédia da história do cinema, essa obra ousou ao trazer temas como a homossexualidade e o transformismo em 1959. Se comentar tais temas ainda é um tabu para o cinema, na época essa abordagem realizada através da comédia foi um sucesso de bilheteria.
A mostra também traz a obra de Blake Edwards, “Victor ou Vitória?”, costu- meiramente chamado de irmão cine- matográfico de “Quanto Mais Quente Melhor”. A obra conta a história de Victoria Grant, uma cantora lírica desempregada, que junto com Carrol Todd, um cantor que recentemente perdeu o emprego, articula um plano para levá-la ao sucesso: Vic se passará por um homem, o “transformista” Conde Victor Grezhinski. Outro destaque é o hilariante “Priscilla, a Rainha do Deserto” (foto), filme australiano dirigido por Stephan Elliott.
Além desses trabalhos, outros dez filmes compõem a mostra e trazem histórias consideradas icônicas, com grandes atuações e que marcaram a história do cinema.
“Esperamos que essa mostra seja uma experiência enriquecedora, mas aberta, que gere reflexões sobre questões de representatividade no cinema. Que esses filmes possam seduzir olhares e entusiasmar o interesse por mergulhos mais profundos, por mais filmes com personagens assim, que vão das margens até os palcos e até as câmeras, explorando a fluidez e a diversidade de expressões de gênero em uma potência transgressora, de uma exuberância extraordinária” afirma Rodrigo Azevedo.
Dentro da programação especial “Cinema e Psicanálise”, amanhã, às 19h30, será realizada a sessão comentada de “Quanto Mais Quente Melhor”, de Billy Wilder, com o psicanalista Rodrigo Almeida, um dos responsáveis pelo Núcleo de Pesquisa em Psicanálise e Psicose, do Instituto de Psicanálise e Saúde Mental de Minas Gerais; mestran- do em psicanálise pela UFMG, sobre o tema da transexualidade.
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