Cine Humberto Mauro realiza a quarta edição da mostra “Clássicas: Mulheres na Direção”

A fim de celebrar a produção cinematográfica feminina e refletir sobre as persistentes e injustas barreiras presentes na indústria cinematográfica, o Cine Humberto Mauro irá realizar a quarta edição da mostra “Clássicas: Mulheres na Direção”, com programação que começa hoje e prossegue até 27 de março. A mostra irá promover uma apreciação crítica, destacando a perspectiva das mulheres no cinema através do trabalho de renomadas diretoras como Emerald Fennell, Melina Matsoukas, e as irmãs Lana e Lilly Wachowski.
São mais de 40 obras que celebram a diversidade feminina, desde longas-metragens contemporâneos aclamados, como “Lady Bird” (foto), de 2017, de Greta Gerwig, e “Maria Antonieta” (2006), dirigido por Sofia Coppola, até filmes clássicos de Hollywood, caso de “Quando a mulher se opõe” (1932), da pioneira Dorothy Arzner, e “Mãe Solteira” (1949), dirigido por Ida Lupino, que não foi creditada. O Cine Humberto Mauro fica localizado no Palácio das Artes, e tem entrada gratuita, com retirada de ingressos a partir de 1 hora antes de cada sessão, na bilheteria do cinema.
A seleção dos filmes a serem exibidos busca não apenas celebrar, mas também refletir sobre a riqueza intrínseca das narrativas artísticas geradas a partir da visão feminina. Ao articular uma seleção eclética que abrange desde produções hollywoodianas da década de 30 até obras contemporâneas do cinema de Minas Gerais, a curadoria busca evidenciar a multiplicidade e a profundidade dos olhares femininos, destacando que cada diretora desempenha um papel seminal e singular na transformação do panorama histórico da sétima arte, independentemente de sua origem temporal ou geográfica.
A mostra visa promover a diversidade de vozes femininas no cinema, além de instigar uma apreciação mais profunda da contribuição de cada cineasta para a evolução da linguagem cinematográfica e seu impacto atual na tessitura da história do cinema. “Clássicas: Mulheres na Direção” é parte das celebrações do Dia Internacional da Mulher e reitera o compromisso da Fundação Clóvis Salgado em reconhecer, celebrar e analisar a contribuição das mulheres para o mundo das artes.
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“A importância da mostra Clássicas é bem maior do que definir o que é um filme dirigido por uma mulher, que é uma coisa impossível de fazer, e a gente entendeu isso desde a primeira edição da mostra. O intuito é dar visibilidade para filmes dirigidos por mulheres em várias épocas e países diferentes, com diversos níveis de popularidade”, afirma o gerente de Cinema da Fundação Clóvis Salgado, Vitor Miranda.
Pioneira
A seleção curatorial da mostra começa em 1932, com “Quando a Mulher Se Opõe”, da pioneira Dorothy Arzner, e termina em 2023, com “Canção ao Longe”, da mineira Clarissa Campolina. A pluralidade, no entanto, não é apenas temporal: existem obras brasileiras, francesas, soviéticas, libanesas e muito mais. Também serão exibidos filmes do cinema mineiro. A Sessão Minas acontecerá sempre às quintas-feiras, no horário das 19h30, e contará com obras como “Kevin” (2021), de Joana Oliveira, “Vaga Carne” (2019) e “Ficções Sônicas” (2020), ambos dirigidos por Grace Passô. Haverá, ainda, uma faixa especial de programação dedicada a filmes da “Mostra Cinema Árabe Feminino”, que terão suas primeiras exibições em Belo Horizonte de 22 a 24 de março.
A Sessão Minas contará com obras como “Kevin” (2021), de Joana Oliveira, e “Vaga Carne” (2019), dirigido por Grace Passô e Ricardo Alves Jr. Haverá, ainda, uma faixa especial de programação dedicada ao “Especial Cinema Árabe Feminino”, de 22 a 24 de março. A iniciativa visa ampliar o acesso do público a obras cinematográficas culturalmente ricas e historicamente significativas.
Para inaugurar a mostra, o Cine Humberto Mauro exibirá hoje, às 19h30, o filme “A Mulher Rei” (2022), dirigido por Gina Prince-Bythewood e estrelado por Viola Davis. A sessão será comentada por Yasmine Evaristo, crítica de cinema que pesquisa a representação e representatividade de pessoas negras no cinema.
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