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Cine Humberto Mauro exibe filmes brasileiros

Cine Humberto Mauro exibe filmes brasileiros
Crédito: Divulgação

A Fundação Clóvis Salgado (FCS), através do Cine Humberto Mauro (CHM), exibe a mostra inédita “Exagerados: Cinema Contra o Baixo-astral”. As sessões acontecem até o próximo dia 29, e incluem clássicos como “Eu Te Amo” (1981), dirigido por Arnaldo Jabor e protagonizado por Sônia Braga, “Cidade Oculta” (foto), realizado em 1986 por Chico Botelho, com atuação de Arrigo Barnabé, autor da excepcional trilha musical, e Carla Camurati, “Anjos da Noite” (1987), de Wilson de Barros, com Marília Pêra, Antônio Fagundes e grande elenco, “Tabu” (1982), de Julio Bressane com atuação de Caetano Veloso, “Areias Escaldantes” (1985), dirigido por Francisco de Paula e com Regina Casé no elenco.

Além da exibição de 18 longas-metragens brasileiros emblemáticos realizados durante a década de 1980, a programação inclui seis debates da série “História Permanente do Cinema”, transmitidos pelo canal da FCS no YouTube e pela plataforma CHM+ através de link disponibilizado na aba “ao vivo”, uma masterclass ministrada pela diretora Adélia Sampaio e pela professora, curadora e pesquisadora Tatiana Carvalho Costa, e a publicação de cinco textos críticos inéditos.

Mantendo o compromisso de democratização ao acesso dos filmes, o CHM realiza a mostra de forma gratuita e em formato híbrido, com a exibição de filmes presencialmente, conforme grade de programação, e on-line, de forma contínua, pela plataforma exclusiva CineHumbertoMauroMAIS. Apenas os filmes “Filme Demência”, de Carlos Reichenbach, e “As Bellas da Billings”, de Ozualdo Ribeiro Candeias, serão exibidos exclusivamente no cinema.

Fim da ditadura – Década de intensas modificações socioculturais, marcada pelo início do processo de abertura política no Brasil após longo período de ditadura militar, os anos 1980 foram definidos pela efervescência de novas organizações da sociedade civil. A produção cultural foi protagonista e pautou debates sobre novos rumos. Segundo o gerente do Cine Humberto Mauro, Bruno Hilário, a forte presença do rádio e da televisão no cotidiano dos brasileiros favoreceu o aparecimento de fenômenos popna música, na literatura e no cinema.

“O conceito da cultura popular de massa buscava dialogar com um país recém industrializado, com uma população que crescia vertiginosamente e se amontoava nos espaços urbanos”, explica o gerente do. “A nuvem de neon consumista, que se instalou no universo simbólico e publicitário, se contrastava com profundos problemas sociais”, destaca.

Apesar de toda dificuldade enfrentada pelo setor cinematográfico na época, principalmente a agravante carência dos investimentos para a produção e difusão de filmes nacionais, fruto de sucessivas crises na Empresa Brasileira de Filmes Sociedade Anônima (Embrafilme), o cinema brasileiro encontrou novos caminhos, e viveu uma efervescente diversidade narrativa e estética.

“A mostra Exagerados: Cinema Contra o Baixo-astral não tem como objetivo abarcar todos os aspectos da cinematografia brasileira nos anos 80. A curadoria estabelece uma relação de aproximação e distanciamento entre as obras, pensando na singularidade de cada proposta estética e nos diálogos possíveis entre os filmes a serem exibidos”, explica Bruno Hilário. 

Alguns pontos importantes atravessam os filmes selecionados para a mostra, em especial a relação próxima com a estética televisiva. “Com uma estratégia de atrair o grande público para o cinema, artistas do meio televisivo ganham um grande espaço nestas produções, bem como grupos e cantores do universo pop nacional estão inseridos nas tramas e trilhas sonoras”, ressalta.

Produções mineiras – A mostra conta com a exibição do longa “A Noiva da Cidade’ (1978), de Alex Viany, realizado a partir do roteiro do cineasta mineiro Humberto Mauro. O filme, que tem como protagonista Elke Maravilha, fez parte da sessão de inauguração do Cine Humberto Mauro, no dia 15 de outubro de 1978.

Segundo  Hilário, “A Noiva da Cidade” é uma das mais belas homenagens à cinematografia de Humberto Mauro, uma vez que Alex Viany, amigo próximo do cineasta, imprimiu à obra uma poética visual que recria o estilo autoral do grande pioneiro do cinema brasileiro. “Esta sessão dialoga com as atividades em comemoração dos 50 anos do Palácio das Artes, e é dedicada a todas as pessoas envolvidas na criação e na trajetória do Cine Humberto Mauro”.

Aa mostra conta com a exibição dos filmes “Idolatrada” (1982), de Paulo Augusto Gomes, e “Noites do Sertão” (1984), de Carlos Alberto Prates Correia, e ‘Um filme 100% Brasileiro” (1985), de José Sette de Barros, que figuram como grandes clássicos do cinema brasileiro produzidos em Minas nos anos 80.

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