Cine Humberto Mauro exibe filmes de Godard

Prolífico, mutante e revolucionário. Esses são alguns dos adjetivos que o diretor Jean-Luc Godard colecionou ao longo de uma extensa carreira dedicada ao cinema. Considerado um dos mais importantes realizadores da história da sétima arte, o cineasta, morto em 2022, ganha uma homenagem do Palácio das Artes com a mostra “Adeus a Godard”, que entra em cartaz hoje, no Cine Humberto Mauro.
Ao todo, sete longas-metragens serão exibidos até o próximo dia 16, contemplando diferentes fases da carreira do diretor. A programação é gratuita e ainda vai contar com o curso “Godard, revolucionário da linguagem cinematográfica”, ministrado por Michel Marie, professor emérito da Universidade Sorbonne. As inscrições devem ser realizadas por meio do site www.palaciodasartes.com.br. A oficina será realizada nos próximos dias 5 e 6, das 14h30 às 17h.
A mostra “Adeus a Godard” se propõe a repensar algumas das questões evocadas pelo cineasta e traz realizações do início e do fim da carreira do diretor. A programação, de acordo com o gerente do Cine Humberto Mauro, Vítor Miranda, é antes um reencontro que uma despedida ao realizador. “A mostra para além de uma despedida propõem um reencontro com as obras dele e terá cópias restauradas, sessões comentadas e um minicurso. É uma oportunidade única para olhar para esses filmes pelo olhar da contemporaneidade. “Adeus a Godard” é uma oportunidade para homenagear e demonstrar a importância do cineasta para a experimentação na sétima arte”, pontua Vítor Miranda.
Na programação estão os aclamados “Acossado” (1960), “Alphaville” (1965), “A chinesa” (1967) e os mais recentes “Adeus à linguagem” (2014), e “Imagem e palavra” (2018). Para além dos filmes de Godard, serão exibidos, na faixa de curadoria da mostra” História Permanente do Cinema”, os filmes “Paixões Que Alucinam”, de Samuel Fuller, e “Os Corruptos”, de Fritz Lang. “A escolha de Fuller e Lang para integrar a mostra se deve ao fato de que os diretores era, muito admirados por Godard e foram fundamentais para seus pensamentos sobre o cinema, e ambos aparecem nos filmes do francês em configurações metalinguísticas interessantes”, explica Vitor Miranda.
A mostra ainda promove o “Godard, revolucionário da linguagem cinematográfica”, que será ministrado por Michel Marie, professor emérito da Universidade Sorbonne (Paris 3), onde lecionou de 1972 a 2011. Marie é considerado um dos mais proeminentes autores no campo da reflexão em história e teoria do cinema e publicou vários livros sobre Godard, dentre eles “A Nouvelle Vague e Godard”, lançado no Brasil pela Papirus Editora.
O curso vai se debruçar sobre os primeiros seis filmes realizados por Godard, que compreende a fase de “Acossado” ao filme “A Chinesa”, para analisar em detalhes as diversas linguagens e estéticas que modificaram a maneira de se pensar e fazer cinema. A oficina, que terá certificado de participação, é uma parceria do Cine Humberto Mauro com a Embaixada da França no Brasil, Cinemateca da Embaixada da França, Institut Français e Aliança Francesa de Belo Horizonte.
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