Cine Humberto Mauro exibe “Trilogia do Anel”

Celebrando uma franquia lançada no período natalino do começo dos anos 2000 e que se tornou um grande clássico cinematográfico das festividades de final de ano, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) apresenta a mostra especial “Trilogia do Anel”, com as versões originais e estendidas dos filmes baseados na obra do escritor britânico J. R. R. Tolkien (1892-1973). As sessões acontecem hoje, amanhã e quinta-feira, a partir das 15h, no Cine Humberto Mauro, e serão as últimas exibições antes do período de recesso da sala. A entrada é gratuita. A programação inclui ainda uma edição da série “História Permanente do Cinema”, com o primeiro filme da trilogia, “O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel” (foto), de 2001. A sessão comentada ocorre hoje, logo após o filme, com a presença dos críticos de cinema e pesquisadores Yasmine Evaristo e Cleiton Lopes. Os ingressos para os filmes serão distribuídos na bilheteria do Cine Humberto Mauro a partir de uma hora antes de cada sessão.
Os três filmes, dirigidos simultaneamente pelo cineasta neozelandês Peter Jackson, seguem a jornada do hobbit Frodo, que vive na Terra-Média, e recebe de presente de seu tio um anel mágico e maligno, que precisa ser destruído antes que caia nas mãos do mal. Para isso, ele terá um caminho árduo pela frente, onde encontrará perigo, medo e personagens peculiares. Os três longas-metragens, “A Sociedade do Anel”, “As Duas Torres” (2002) e “O Retorno do Rei” (2003), somam mais de nove horas de duração, e foram adaptados a partir dos romances escritos por Tolkien entre 1937 e 1949. A história começa como sequência de um livro anterior de Tolkien, O Hobbit, e logo se desenvolve numa trama muito maior. Embora Tolkien tenha planejado o lançamento em volume único, a trilogia foi originalmente publicada em três volumes, entre 1954 e 1955, e foi assim que tanto os livros quanto os filmes se tornaram imensamente populares.
Embora não tenham relação temática com o Natal ou a virada de ano, os três filmes da “Trilogia do Anel” foram lançados neste período, há cerca de 20 anos. Vitor Miranda, gerente do Cine Humberto Mauro e curador da mostra, destaca que este foi um dos motivos para a realização das exibições na reta final de 2022. “A gente pensou no fechamento do ano para tentar capturar justamente esse mesmo furor que aconteceu em 2001, 2002 e 2003, quando os filmes foram lançados. Eles estrearam (no Brasil) perto do Natal e do Ano-Novo. O Retorno do Rei foi lançado justamente no Natal. E eu não acho que foi à toa. Acredito que é uma época do ano na qual a gente está propenso a se encantar com coisas lúdicas, a estar mais abertos para narrativas de fantasia. Eu creio que é um momento que nós queremos ser um pouco escapistas, e justamente fazer maratonas, porque muita gente vai estar de folga, ou de férias, então é um período que inspira um pouco essa mitologia que o Tolkien traz”, ressalta.
Nos três dias da mostra, os filmes serão exibidos em sequência, reforçando a compreensão da trilogia como uma linha do tempo dos acontecimentos que compõem o enredo. “Desde a chegada do Gandalf ao condado para o aniversário do Bilbo, até a jornada dos Portos Cinzentos, existe uma linha ali que desenha esse renascimento da ameaça do Sauron, e no final a derrota dele. Então eu acho que ver os filmes em sequência é justamente seguir essa linha do tempo. E a sala de cinema potencializa todos os recursos sensoriais dessas obras, que apostam muito nos sentidos, no caráter épico, no som e na imagem. São filmes que foram muito marcantes em questão de efeitos visuais, e talvez hoje seja um pouco diferente do que a gente vê, mas eu creio que não envelheceram mal, são efeitos que funcionam bem. A sala de cinema produz essa imersão. São filmes de três horas, tem uma versão estendida que tem quatro horas, então eu acredito que a sala de cinema propõe essa continuidade, de justamente assistir sem pausa, que é importante para uma saga com essa”, explica Vitor Miranda.
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Além do corte original lançado nos cinemas, a mostra “Trilogia do Anel” contará também com as versões estendidas dos filmes. Com acréscimos de quase 1 hora em cada filme, a trilogia com o conteúdo adicional alcança uma duração de quase 12 horas de filmes. Segundo Vitor Miranda, os trechos incluídos trazem desdobramentos que amplificam a construção de mundo da narrativa. “As versões estendidas possuem cenas que ampliam a interação entre os personagens, e também a relação deles com a Terra-Média, a história dos povos envolvidos, a identificação de cada povo com a sua cultura, e que não necessariamente avançam o enredo do filme, por isso são cenas que foram cortadas. Então são trechos que detalham a construção desse universo e sedimentam melhor da mitologia, mas não entraram no corte final. Por isso foram lançadas as versões estendidas, justamente para os fãs que querem ter essa experiência mais completa. Vamos dar essas duas opções no Cine Humberto Mauro”, afirma.
A trilogia “O Senhor dos Anéis” recebeu, no total, 30 indicações ao Oscar, tendo conquistado 17 estatuetas. Os três títulos foram finalistas ao prêmio de Melhor Filme, e são também obras muito populares, tendo faturado, em conjunto, cerca de 3 bilhões de dólares nas bilheterias de todo o mundo. O Retorno do Rei, em específico, atingiu a marca histórica de US$ 1,1 bilhão.
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