Cinema brasileiro ganha mostra

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, apresenta até 30 de janeiro, no Cine Santa Tereza (rua Estrela do Sul, 89, Praça Duque de Caxias, Santa Tereza), a mostra “À Deriva: Errâncias e Travessias no Cinema Brasileiro”, composta por filmes cujos personagens principais se deslocam por diferentes cidades e regiões e cuja temática dialoga com esse deslocamento espacial. As sessões acontecem de quarta a domingo, sempre às 19h e têm entrada gratuita, mediante retirada de ingressos no Portal da Prefeitura –www.pbh.gov.br/cinesantatereza.
A mostra “À Deriva: Errâncias e Travessias no Cinema Brasileiro” exibe dez filmes nacionais de épocas, movimentos e estilos diversos. Nas obras, esse deslocamento espacial é retratado tanto de forma temática quanto estética, priorizando a estrada e o movimento. Destaque para clássicos do cinema nacional como “O Pagador de Promessas” (Anselmo Duarte, 1962, classificação livre), ganhador da Palma de Ouro em Cannes, e “Deus e o Diabo na terra do Sol” (Glauber Rocha, 1964, classificação 14 anos), marco do Cinema Novo, dirigido por um de seus representantes mais emblemáticos. Também há obras que representam o cinema brasileiro contemporâneo como “Serras da Desordem” (Andrea Tonacci, 2006, classificação 16 anos), “Terra Estrangeira” (Daniela Thomas / Walter Salles, 1996, classificação 16 anos), entre outros.
A representação do deslocamento territorial é recorrente na arte cinematográfica. O estar à deriva aqui é o mesmo que sem rumo, ao acaso, ao sabor de, desgarrado. Mas também é a raiz de derivar, originar-se, emanar, surgir, brotar. É essa representação que traça uma similaridade nesta mostra, que mescla clássicos nacionais produzidos a partir da década de 1960 com obras contemporâneas.
Ressalte-se também que deslocamentos no cinema brasileiro encontram terreno fértil no novo cinema nordestino, repleto de personagens numa busca identitária e subjetiva que se revela em um movimento sempre transitório e errático. Assim, o público poderá conferir filmes como “O Céu de Suely” (Karim Ainouz, 2006, classificação 16 anos), “Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo” (Karim Ainouz/Marcelo Gomes, 2009, classificação 12 anos), “Árido Movie” (Lírio Ferreira, 2005, classificação 16 anos) e “Cinema, Aspirinas e Urubus” (Marcelo Gomes, 2005, classificação 14 anos).
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