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CineOP discutirá história, preservação e educação

CineOP discutirá história, preservação e educação
Crédito: Leo Lara/Universo Produção

Pioneira desde sua criação em 2006 a enfocar a preservação audiovisual, memória, história e a tratar o cinema como patrimônio, a CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto chega a sua 15ª edição, de 3 a 7 de setembro, em formato on-line, com o mesmo propósito de ser um instrumento de reflexão e luta pela salvaguarda do rico e vasto patrimônio audiovisual brasileiro em diálogo com a educação e em intercâmbio com o mundo.

Mesmo nesse novo formato, a Universo Produção preparou todas as atividades do evento mantendo as mesmas características de uma edição presencial. Assim, tanto o público já habituado com a CineOP quanto aqueles que nunca puderam ir à mostra poderão desfrutar de uma vasta grade de programação gratuita, compartilhada pelas redes com o espírito de engajamento das outras 14 edições.

O único festival de cinema brasileiro dedicado a discutir o eixo preservação, história e educação se reinventa para continuar forte como sempre. As atividades da CineOP acontecem em cinco dias de evento, podendo ser acessadas no site www.cineop.com.br e acompanhadas nas redes sociais da Universo Produção.

A programação do evento é estruturada em três eixos principais: preservação, história e educação. O tema central desta edição é “Cinema de Todas as Telas” e propõe refletir o momento atual mundial, em que a revolução da tecnologia da informação, a transformação dos hábitos culturais, a multiplicação de canais, plataformas, redes e serviços interativos dão o tom da complexidade dos desafios do mundo contemporâneo e globalizado. De acordo com a coordenadora-geral do evento, Raquel Hallak,”mais do que nunca precisamos estar atentos e imbuídos do propósito de salvar as nossas imagens e reconhecer a sua importância como matéria-prima de cidadania.

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Na programação serão exibidos 101 filmes (13 longas, 11 médias e 76 curtas), distribuídos nas mostras: Contemporânea, Preservação, Histórica, Educação, Mostrinha, Mostra Valores e Cine-Escola e estarão disponíveis de 4 a 7 de setembro, no site cineop.com.br. Além de filmes, o evento promove o tradicional “Encontro Nacional de Arquivos e Acervos Audiovisuais Brasileiros”, o “Encontro da Educação: XII Fórum da Rede Kino”, diálogos audiovisuais e rodas de conversa com a participação de 75 profissionais no centro de 24 debates. Serão oferecidas também quatro oficinas, quatro masterclasses internacionais, exposição e lives shows. Toda a programação é gratuita.

A abertura da 15ª CineOP será na noite de 3 de setembro), às 20 horas. O debate inaugural reúne os convidados Ailton Krenak (liderança indígena, escritor e filósofo, destaque da Temática Educação) e Tadeu Jungle (cineasta, artista e poeta) para refletir sobre temática central do evento «Cinema de Todas as Telas» no ano em que a televisão brasileira faz 70 anos. E também a multiplicação das telas, as grandes companhias de streaming e os desafios de garantir espaço efetivo e produtivo para o audiovisual brasileiro.

O título exibido no dia de abertura será o documentário experimental “Avesso, Festa, Baile” (1983), direção de Tadeu Jungle e produção da Tvdo, produtora destaque deste ano na temática histórica. O média-metragem trata do programa musical “Festa Baile”, produzido pela TV Cultura de São Paulo com apresentação de Agnaldo Rayol e Branca Ribeiro.

A efeméride da TV no Brasil também vai ser abordada em outras mesas da Mostra, como “TV, Rádio e Vídeo na Educação”, promovida na Temática Educação com a presença de Marília Franco (professora), Marcus Tavares (gerente de formação – TV ESCOLA) e Renata Tupinambá (Rádio Yandê), sob mediação de Esther Hamburger, professora e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP). Este encontro propõe uma reflexão sobre o papel do acesso público à comunicação como direito fundamental e sua implementação como prática pedagógica relevante para a garantia da cidadania e democratização da sociedade.

Mostra Histórica – Todas as três temáticas têm uma programação de filmes. Entre os títulos na Mostra Histórica, com curadoria de Francis Vogner dos Reis, o público poderá assistir a trabalhos fundamentais de memória na produção audiovisual, entre eles “Os Arara” (1980), de Andrea Tonacci e “Wilsinho Galileia” (1978), de João Batista de Andrade, e os médias “A Luta do Povo” (1980)  de Renato Tapajós, e “Olho de Gato Perdido” (2009), de Vitor Graize.

Da mesma curadoria, há os títulos da Mostra Contemporânea, com filmes em pré-estreias que também dialogam com a temática deste ano na CineOP, como o documentário “Cadê Edson?”, de Dácia Ibiapina, que trata da maneira como a mídia noticiou uma ação popular no Distrito Federal, e “O Filme da Minha Vida”, de Alvarina Souza Silva, em que a diretora mescla sua história pessoal com a atual situação de crise pela qual passa a produção brasileira de cinema.

Outros títulos se relacionam com o imaginário do país pela sua cultura e pela sociedade através de recortes sob olhares do presente, como “Banquete Coutinho”, de Josafá Veloso, sobre o cineasta Eduardo Coutinho; “Seres, Coisas, Lugares”, de Suzana Macedo, que parte da literatura de Guimarães Rosa para encontrar suas inspirações; e “Helen”, de André Meirelles Collazzo, no qual uma garota de 9 anos, moradora num cortiço, é acompanhada pela câmera em seu cotidiano.

A Mostra Contemporânea vai exibir, também em pré-estreia, o documentário “José Aparecido de Oliveira – O maior mineiro do mundo”, direção Mário Lúcio Brandão e Gustavo Brandão e a produção baiana “Dorivando Savará, O Preto que Virou Mar”, de Henrique Dantas e o média-metragem “Os olhos na mata e o gosto na água”, direção de Luciana Mazeto e Vinicius Lopes.

O público poderá conferir ainda uma seleção de curtas-metragens feita pela crítica e pesquisadora Camila Vieira. Entre os títulos estão “Acabaram-se os Otários”, de Rafael Luna Freire e Reinaldo Cardenuto; “Extratos”, de Sinai Sganzerla; “A Viagem do seu Arlindo”, de Sheila Atoé, e “Dona Cila, não me Espere para o Jantar”, de Carlos Segundo. Apesar de a mostra ser realizada em ambiente virtual, as sessões são denominadas como originalmente seriam, inclusive para delimitar o perfil dos filmes. Assim, haverá a Sessão Cine Praça, com filmes de diálogo aberto com o público, e os da Sessão Cine Vila Rica, que apresentam propostas mais autorais e de pesquisa.

Pela Mostra Preservação, um dos destaques é a sessão do clássico “Pixote – A Lei do Mais Fraco” (1981), de Hector Babenco, que contará também com o estudo de caso de sua restauração. Outras duas sessões foram programadas pela curadoria da temática Preservação, o documentário “Fotografação”, de Lauro Escorel e a Sessão ABPA, que reúne cinco filmes, sendo quatro produções cariosas e uma do Rio Grande do Sul.

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