Concerto da Filarmônica apresenta Marina Martins

Exemplo de jovem talento brasileiro é a violoncelista Marina Martins, que executa o pujante “Concerto para violoncelo”, de Claudio Santoro. O regente convidado sérvio Vladimir Kulenovic retorna a Belo Horizonte para oferecer a vibrante “Fantasia sobre temas sérvios”, de Rimsky-Korsakov, e a monumental “Sinfonia nº 10”, de Dmitri Shostakovich.
As apresentações da Filarmônica de Minas Gerais serão realizadas amanhã e na próxima sexta-feira, às 20h30, na Sala Minas Gerais. Os ingressos estão à venda no site www.filarmonica.art.br e na bilheteria da Sala Minas Gerais. De acordo com as orientações da Prefeitura de Belo Horizonte para a prevenção da Covid-19 em ambientes fechados, o uso de máscara é opcional.
Atual diretor artístico da Lake Forest Symphony, Vladimir Kulenovic foi regente associado da Sinfônica e da Ópera de Utah por quatro temporadas, regente assistente da Ópera Lírica de Chicago e regente residente na Filarmônica de Belgrado. Nos Estados Unidos, atuou como regente convidado com as sinfônicas de Chicago, Columbus, Grand Rapids, Houston, Indianápolis, Knoxville, Alabama, Jacksonville e São Francisco.
Em outros países, Kulenovic apresentou-se com as orquestras Beethoven-Orchester, de Bonn, Bilkent Symphony, Turquia, Deutsche Kammerakademie Neuss am Rhein, Leipziger Symphonie Orchester, Filarmônica da Malásia, Orquestra do Centro Nacional de Artes de Ottawa, Filarmônica da Eslovênia, Sinfônica de Taipei, Filarmônica de Zagreb, Filarmônica da Macedônica e Ópera Nacional da Macedônica.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
Em 2012, Vladimir Kulenovic foi reconhecido com a Mendelssohn-Bartholdy Scholarship, tornando-se regente assistente na Orquestra Gewandhaus de Leipzig, o que lhe permitiu trabalhar de perto com o maestro Kurt Masur. Ele também foi assistente de Bernard Haitink na Sinfônica de Boston, preparou orquestras para Zubin Mehta e foi regente substituto na Orquestra Sinfônica e na Ópera de Baltimore, assim como na Ópera de Florentine.
Violoncelista brasileira, Marina Martins venceu em 2018 o concurso Jovens Solistas da Osesp e foi escolhida pelo júri para receber a Medalha Eleazar de Carvalho. Em 2019, apresentou-se como solista na Sala São Paulo com a Osesp. A convite do maestro Neil Thomson e Orquestra Filarmônica de Goiás, Marina fez a primeira gravação comercial do “Concerto para violoncelo”, de Claudio Santoro, como parte do projeto “Brasil em Concerto”, em parceria com o Selo Naxos e o Itamaraty. Em 2021, venceu o prêmio Exilarte Preis, na Áustria.
Marina já se apresentou na Inglaterra, Suíça, Itália, França, Alemanha, Áustria, Estados Unidos e Canadá. Nascida em 1999 na Nova Zelândia, venceu seu primeiro concurso aos oito anos e estreou como solista na Inglaterra aos 16 anos. Atualmente, Marina estuda na Musik Akademie Basel, na Suíça, com o professor Danjulo Ishizaka. Foi aluna de Pieter Wispelwey na Alemanha e participou de masterclasses com protagonistas da cena musical internacional como Gary Hoffman, Antonio Meneses, Laurence Lesser e Jérôme Pernoo.
Repertório
A “Fantasia sobre temas sérvios”, de Nikolai Rimsky-Korsakov, foi apresentada pela primeira vez em São Petersburgo no Congresso Eslavo, em 12 de maio de 1867, sob regência de Mily Balakirev. Mesmo escrevendo canções focadas em temas russos, Korsakov também seguiu Mikhail Glinka e Alexander Dargomyzhsky ao olhar para elementos folclóricos de fora da Rússia.
Claudio Santoro escreveu 28 obras para orquestra e instrumento solista e, provavelmente, teve a intenção de compor mais de uma obra do gênero para violoncelo. Seu único “Concerto para violoncelo” foi composto em Berlim, Alemanha, em outubro de 1961, após um período de intensa atividade na Europa, como regente. As relações de Santoro com a Alemanha foram tão profícuas que ele posteriormente residiu por quase uma década naquele país.
Autor da “Sinfonia nº 10 em mi menor, op. 93” (1953), Dmitri Shostakovich foi denunciado duas vezes ao Partido Comunista por compor uma música demasiado formalista e ocidentalizante, de base nitidamente não russa, que não atingia as massas proletárias. Após a segunda denúncia, a maior parte de suas obras foi banida, ele foi demitido do Conservatório de Leningrado e muitos dos privilégios de sua família foram cancelados.
A Décima Sinfonia é a primeira grande obra sinfônica do compositor criada após o ocorrido. Dela, encontram-se esboços que datam ainda de 1946, embora, de acordo com cartas de Shostakovich, o ano de sua composição tenha sido 1953. Esse também foi o ano da morte de Stalin. Por isso, alguns críticos consideram essa sinfonia um manifesto contrário ao regime stalinista, mas há muitas controvérsias quanto a isso.
Ouça a rádio de Minas