Concerto “Minha Terra” celebra a música tcheca

Uma das mais presentes tradições na música clássica sugere que os anos terminados em 4 sejam celebrados como anos da música tcheca, em razão de marcarem o aniversário de figuras célebres que ajudaram a construir a tradição secular e erudita do País. Pensando nisso, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) e o Consulado Geral da República Tcheca firmaram uma parceria para apresentar em abril o concerto “Minha Terra”, que irá unir mais uma vez no palco, a Orquestra Sinfônica e o Coral Lírico de Minas Gerais, ao lado de convidados do Brasil e do exterior. O nome faz referência à clássica obra “Má Vlast” (em tcheco, Minha Terra), um conjunto de seis poemas sinfônicos escritos por Bedřich Smetana.
Além de Smetana (1824-1884), o programa será composto por obras de Antonín Dvořák (1841-1904) e Leoš Janáček (1854-1928). A regência será do maestro Cláudio Cruz, diretor musical e maestro titular da Orquestra Jovem do Estado de São Paulo. O concerto terá a participação da soprano tcheca Nikola Uramová (foto). Confirmada também a presença do premiado barítono mineiro Filipe Santos.
Hoje, será apresentada ao público mais uma edição do projeto “Sinfônica ao Meio-Dia”, como parte do programa e entrada gratuita. O concerto será realizado nesta quarta-feira (3), às 20hs, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, com ingressos a partir de R$ 15. As entradas estão à venda neste link.
De acordo com a União Cultural Tcheco Brasileira (UCTB), os primeiros imigrantes tchecos no Brasil vieram para Minas Gerais, a partir de 1823, após saírem das redondezas da cidade de Třeboň, sul da Boêmia, onde nasceu o avô do ex-presidente Juscelino Kubitschek.
Na visão do maestro Cláudio Cruz, as obras dos três compositores escolhidos guardam entre si uma convergência nacionalista e a defesa dos aspectos mais tradicionais do folclore e da identidade cultural da República Tcheca. “A obra mais popular do concerto certamente é o poema sinfônico ‘Moldávia’, composto por Smetana. A peça é uma celebração do Moldávia, maior rio do país e historicamente muito importante também por atravessar a capital Praga”, afirma.
Segundo Cruz, a música tcheca ganhou notoriedade justamente por sua beleza e simplicidade. “Privilegiamos no programa obras populares que serão facilmente absorvidas pelo público. Fiquei extremamente satisfeito ao receber o convite da minha amiga, a maestra Ligia Amadio, para apresentar em Minas Gerais este repertório tão marcante e ao mesmo tempo tão abrangente”, conclui.
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