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Coral Lírico apresenta “Pequena Missa Solene”

Coral Lírico apresenta “Pequena Missa Solene”
Crédito: Paulo Lacerda / Fundação Clóvis Salgado

A Fundação Clóvis Salgado apresenta, por meio do Coral Lírico de Minas Gerais, mais uma edição da série “Lírico ao Meio-Dia e Lírico em Concerto”. A apresentação contará com a obra “Petite Messe Solennelle (Pequena Missa Solene)”, do compositor italiano Gioachino Rossini. O concerto possui regência do maestro convidado, o argentino Hernán Sánchez, e tem participação dos solistas Marly Montoni (soprano), Denise de Freitas (mezzosoprano), Gustavo Eda (tenor) e Luiz Felipe de Sousa (baixo-barítono). O acompanhamento é de Fred Natalino, no piano, e Thema Lander, no órgão.

O maestro Hernán Sánchez enxerga a “Pequena Missa Solene” como um festejo para a alma, uma ótima alternativa para quem gostaria de ter contato com a música clássica pela primeira vez, e também para quem já se encanta com a música coral. “Rossini está agora muito perto do público. É uma obra maravilhosa, com solistas interpretando as árias mais difíceis já escritas pelo compositor”, explica.

A missa possui uma característica muito especial, que levará o público a um sentimento necessário após um período longo em isolamento social: a vitalidade. “A Pequena Missa Solene está cheia de vida, não podemos deixar de escuta-la. O Coral Lírico se encarrega a todo momento de transmitir euforia, alegria, súplica, e até mesmo a tragédia, ao final da obra. Os solistas também fazem um papel muito importante de transitar por todos esses estados de ânimo”, revela o maestro.

Em uma sociedade fragilizada pela solidão e enfermidades, como nos últimos dois anos, a música chega como um respiro. “Recebemos uma carícia na alma ao escutar a “Pequena Missa Solene”. A obra mostra com simplicidade – mesmo sendo complexa, por estabelecer contrapontos no canto – uma oportunidade de olhar para a vida novamente”, ressalta Hernán. 

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Gioachino Rossini compôs a obra “Petite Messe Solennelle (Pequena Missa Solene)”, em 1863, dedicando sua criação à esposa do conde Alexis Pillet-Will. Composta originalmente para 12 cantores e quatro solistas, foi uma das últimas obras criadas pelo italiano, e está inserida na tradição napolitana do século XVIII – mais tarde, o compositor produziu uma versão orquestral.

Estruturada como uma missa cantada, “Petite Messe Solennelle” segue as cinco partes do texto litúrgico (Kyrie, Glória, Credo, Sanctus e Agnus Dei), por meio de vários movimentos estendidos – a nomenclatura “petite” foi dada em tom de ironia. Esta versão da missa não foi interpretada durante a vida do compositor por falta de permissão para executá-la em uma igreja. Ela foi apresentada pela primeira vez três meses após a morte de Rossini, em Paris, em 1869.

Trechos do repertório serão interpretados hoje, ao meio-dia, com entrada gratuita. Já amanhã, a apresentação completa acontecerá em uma “Noite de Gala”, às 20h30, com ingressos a preços populares: R$20,00 (inteira) e R$10,00 (meia-entrada). Os ingressos poderão ser adquiridos no site da Eventim ou na bilheteria do Palácio das Artes. Será permitida a retirada de, no máximo, um par de ingressos por CPF. Nas duas ocasiões, os concertos ocorrem no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes.

A emoção de reger o Coral Lírico de Minas Gerais no Palácio das Artes sempre encanta o maestro argentino Hernán Sánchez, que se diz muito feliz com o desempenho dos cantores em “Petite Messe Solennelle”. “São coralistas muito profissionais, com uma preparação longa em sua história, tanto vocal quanto musical, e entendimento de trabalho conjunto”, ressalta. No entanto, segundo o maestro, o tempo de isolamento social tornou o trabalho com o canto ainda mais desafiador. “Nosso corpo, que é nosso instrumento, está muito afetado. Precisamos nos recuperar rapidamente para cantar de forma profissional, ativando toda a função respiratória, cognitiva e emocional. É um desafio encontrar com um novo tempo e novas experiências de vida, mas o Coral Lírico possui uma interpretação muito madura da obra”, destaca Hernán, ressaltando que a escolha do repertório não poderia ser mais adequada para este momento.

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