Variedades

“Deficiência em Tela” exalta a diversidade

Em meio à campanha do "Setembro Verde", Cine Humberto Mauro promove filmes feitos por e para pessoas com deficiência
“Deficiência em Tela” exalta a diversidade
Crédito: Divulgação/Cine Humberto Mauro

O dia 21 de setembro marca um momento de celebração, conscientização e engajamento. Esta data foi escolhida, em 2005, como o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência. O próprio mês de setembro se tornou, a partir da campanha “Setembro Verde”, um período de reflexão e união em torno de causas tão importantes como a acessibilidade e a inclusão. E é justamente por ocasião deste mês que o Cine Humberto Mauro promove, entre segunda-feira (18) e o próximo dia 25, a mostra “Deficiência em Tela”. A programação reúne obras que exaltam a diversidade de corpos e experiências e inclui filmes de diversas épocas, gêneros e lugares, feitos por pessoas com e sem deficiência, e adaptados, em grande medida, com recursos de acessibilidade.

A entrada nas sessões é gratuita, e os ingressos poderão ser retirados uma hora antes de cada exibição.

Além das sessões presenciais, 11 obras estarão acessíveis também na plataforma cine Humberto Mauro MAIS, onde já existe uma curadoria especial com filmes que possuem ferramentas de acessibilidade.

A curadoria da mostra “Deficiência em Tela”, assinada por Sara Paoliello, que é produtora do Cine Humberto Mauro e pessoa com deficiência, teve um cuidado especial quanto à seleção de filmes que não apenas representassem a diversidade atual, mas também apontassem para as perspectivas de futuras produções. Por essa razão, a programação foi organizada em grupos temáticos que exploram as diversas facetas da experiência da deficiência. Cada um desses grupos oferece um tipo de abordagem, contemplando a diversidade de narrativas e proporcionando uma visão panorâmica das muitas maneiras pelas quais a deficiência é vivenciada e compreendida. Alguns destaques são “Meu Pé Esquerdo” (foto), de 1989, dirigido por Jim Sheridan, que rendeu o primeiro Oscar de Melhor Ator para Daniel Day-Lewis, e o francês “Os Intocáveis” (2011), dirigido por Eric Toledano e Olivier Nakache, com François Cluzet e Omar Sy.

A mostra começa com uma exibição comentada e acessível do programa “Cinema Mineiro Em Cartaz”, que traz o filme “Marte Um” (2022), de Gabriel Martins. Após esta abertura, e inspirado no lema das pessoas com deficiência, um dos recortes de destaque da programação é também um convite a explorar filmes concebidos e produzidos por estas pessoas. Ao reunir essas obras cinematográficas, a mostra destaca a relevância de se permitir que as próprias pessoas com deficiência ocupem o centro da narrativa, compartilhando suas histórias e perspectivas, em um gesto que desafia não apenas a representação convencional, mas também ressalta a autenticidade e a riqueza das experiências pessoais. Sara Paoliello sintetiza essa iniciativa. “Esses filmes não são apenas sobre as pessoas com deficiência, mas são, em essência, feitos por elas”, explica.

Grupos temáticos

Além das histórias contadas por pessoas com deficiência, o público terá a oportunidade de assistir a uma multiplicidade de outras obras, indo desde os filmes biográficos que destacam as jornadas individuais até a celebração da criatividade na interseção de deficiência e arte. Ao percorrer esses grupos temáticos, os espectadores serão convidados a explorar as nuances da autonomia e sexualidade, a enfrentar os medos e tabus em relação à deficiência no contexto do gênero de terror, e a compreender as diversas manifestações da neurodiversidade. A curadora Sara Paoliello destaca que um dos principais objetivos da linha curatorial é trazer as pessoas com deficiência para o centro das conversas. “A ideia da mostra é levantar o debate sobre os filmes, e tornar possível que as pessoas com deficiência também discutam essas obras”, afirma.

Para integrar a seleção, haverá também duas sessões do programa História Permanente do Cinema. Os filmes “Hoje eu quero voltar sozinho” (2014), de Daniel Ribeiro, e “Monstros” (1932), clássico de Tod Browning, serão comentados por especialistas em sessões únicas, com recursos de acessibilidade em libras, legendas e audiodescrição. Em parceria com o Festival ACESSA BH, evento que promove a arte inclusiva, a mostra Deficiência em Tela terá, ainda, duas outras sessões comentadas, nos dias próximos dia 20 e 23.

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