Com tirolesa e elevador panorâmico no projeto, Edifício Acaiaca busca recursos com lei Rouanet

Um dos prédios mais antigos e famosos de Belo Horizonte, o edifício Acaiaca é um exemplo de inovação na região Central da cidade. Marco da arquitetura da capital, com inspiração art déco, o Acaiaca se transformou em um negócio lucrativo, promovendo cultura e turismo bem no Centro da capital mineira. Além do mirante e de um abrigo antiaéreo abertos para a visitação, o prédio tem projetos de novas atrações para os próximos anos.
Inaugurado em 1947, o edifício Acaiaca tem 30 andares, 120 metros de altura, e quase 500 salas. O projeto de revitalização começou em 2017, quando a atual administração viu a oportunidade de se tornar um centro de entretenimento, arte e cultura. A primeira atração foi o mirante, que proporciona uma vista privilegiada de pontos turísticos de Belo Horizonte. A segunda atração inaugurada foi o bunker, um abrigo antiaéreo, construído junto com o prédio, durante a Segunda Guerra Mundial.
Até aqui, todas as novidades foram financiadas com recursos do próprio prédio. O diretor comercial do Instituto Prisma, que administra o Acaiaca, Márcio Crivellari, ressalta que o prédio já está vendo o retorno de todo o investimento.
“Todo esse projeto que a gente movimenta no Acaiaca, já há alguns anos, ele sempre foi feito com recursos próprios. Não tem capital de terceiros, não tem empréstimo, não tem nada, é recurso próprio mesmo. O que é interessante falar é que tudo que foi investido já está voltando em forma de retorno”, conta Crivellari.
Para os próximos atrativos, a administração busca apoio e parcerias através da Lei Rouanet. “Há cerca de um ano atrás, através de uma dica do presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), que nos sugeriu entrar com o pedido do benefício da Lei Rouanet. Desenvolvemos o projeto, elaboramos e fomos aprovados”, explica.
A lei Rouanet é uma lei federal com objetivo de incentivar a cultura no País. Ela permite que empresas e pessoas físicas deduzam do Imposto de Renda (IR) parte do valor investido em projetos culturais.
“A gente tem 50% do projeto já implantado. Se a gente conseguir os recursos dos quais temos aprovação e o direito de participar, a gente entende que a gente vai acelerar significativamente a implantação desses outros 50%”, detalha o administrador.
“Mas mesmo que a gente não consiga, nós vamos fazer da mesma forma. Porque é um projeto, é um ideal do Instituto Prisma, que é quem move isso pelo Acaiaca. E o nosso propósito, enquanto Instituto, é futuramente replicar esse trabalho em outros prédios”, complementa.

Acaiaca como inspiração para outros projetos
O desejo de levar a experiência bem sucedida do edifício Acaiaca para outros prédios pode ser um desafio. De acordo com o administrador, é importante encontrar boas opções, com potencial para atrair o público.
“Você tem que encontrar prédios que tenham atrações, que sejam prédios históricos e tenham o que mostrar, mas você também tem que ter a vontade das pessoas que lá habitam, que são proprietários, de estar participando disso. Então, não é todo dia que você encontra, mas tem sim”, ressalta Crivellari.
Mirante, terraço, bunker e muito mais no edifício Acaiaca
A primeira atração aberta do edifício Acaiaca foi o mirante. Localizado no 26º andar do prédio, ele oferece uma vista panorâmica, que alcança desde os marcos do Centro de Belo Horizonte, como a Praça Sete e o Parque Municipal, até a Serra do Curral. Do alto do prédio, é possível ver diversos pontos turísticos da cidade e apreciar um belo pôr do sol. O espaço conta com um bar e, em alguns dias, música ao vivo.
“A gente criou um centro de entretenimento, arte e cultura. O bar é uma coisa complementar, mas o nosso propósito sempre foi o turismo, como turismo de contemplação, de visitas. O bar é um plus, ele é uma forma da pessoa curtir um pouco mais aquilo que ele está visitando. Então, o nosso propósito sempre é levar cultura, arte e um espaço lindo, maravilhoso como é”, conta.
O bunker foi inaugurado em janeiro deste ano após reforma para visitação. Ele tem paredes de 30 cm de espessura e fica no subsolo do edifício Acaiaca, construído entre 1943 e 1947. Durante anos, o local foi utilizado como uma espécie de depósito pelos donos e locatários do prédio.
“No bunker, além da história do bunker, oferecemos uma visita guiada. Lá tem o projeto original da época da aprovação, cartazes contando o que era permitido levar e quanto tempo permanecer no bunker, quais eram as regras do bunker, mais algumas curiosidades”, detalha Crivellari.

As próximas novidades serão um elevador panorâmico, que já está em fase de construção, e a criação de uma estrutura para rapel e tirolesa. O projeto é que a tirolesa saia do alto do edifício Acaiaca e termine no Parque Municipal
“As obras do elevador começaram neste mês, mas eu não vou arriscar meses exatos, porque obra é obra. A gente acha que é algo próximo daqui a três, quatro meses, ele já esteja operando. Já a tirolesa vai parar dentro do Parque Municipal, exatamente atrás do Palácio das Artes. São 760 metros de vão”, conta Crivellari.
A visitação ao bunker e ao mirante do edifício Acaiaca funciona de quarta a sábado de 16h30 às 20h e aos domingo das 16h30 às 19h30. Os ingressos podem ser comprados em combo ou individualmente.
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