“Enquanto Estamos Aqui” estreia na Capital

Belo Horizonte é a cidade escolhida para a estreia de “Enquanto Estamos Aqui”, peça que tem projeto idealizado por Leonardo Fernandes, com texto escrito por Sérgio Roveri. Leonardo Fernandes, além de assinar a direção, também é responsável pelo cenário e produção. O diretor convidou nomes da cena teatral como Ivana Neves que assina o figurino, Airon Gischewski no desenho de som, a bailarina e coreógrafa Eliatrice Gischewski na preparação corporal e Wladimir Medeiros na criação de luz.
As atrizes Cris Cortez e Vanessa Machado dividem o palco com Marcelo do Vale para contarem o drama de duas mulheres que acordam em um lugar estranho e enigmático, onde o sol é abrasador e o cenário apocalíptico. A chegada de um visitante inesperado, mas que afirma conhecê-las, deixa tudo ainda mais misterioso ao propor uma festa de aniversário. A montagem estreia hoje e segue temporada até o dia 19 de setembro, sempre de sexta à segunda-feira, às 20h, no CCBB BH.
Na história, duas mulheres acordam em um ambiente indefinido, onde o sol é perturbador. Uma delas descobre que não pode mais andar, a Outra despertou determinada a sair dali à procura de respostas, até que recebem a visita inesperada de alguém que nunca viram, mas que afirma conhecê-las, e que chega propondo uma festa de aniversário, tornando o enredo ainda mais misterioso. Como seria acordar em um lugar apocalíptico, onde se espera o extraordinário, mas que nada acontece? “Enquanto Estamos Aqui” é, definitivamente, um suspense psicológico com lugar e tempo indefinidos, onde algo de grandioso parece estar prestes a acontecer, algo que dê sentido àquelas vidas. A espera de dias melhores, a esperança, é o motor que sustenta as personagens.
A intenção de montar o espetáculo partiu do diretor Leonardo Fernandes, conhecido por importantes papéis no teatro e cinema, tendo recebido o prêmio de melhor ator (2016), pelo solo “Cachorro Enterrado Vivo”, da Associação Paulista dos Críticos de Artes (APCA). Em 2020, no início da pandemia de Covid 19, ele conversou com Sérgio Roveri (Prêmio Shell de melhor autor por “Abre as asas sobre nós”) sobre as possibilidades de trazer à cena essas duas mulheres que estão isoladas em um ambiente apocalíptico à espera que Deus, o qual elas depositam suas esperanças, as salvem ou as condenem.
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“Demorei dois anos para começar os ensaios. A pandemia nos exigiu tanto que em algum momento deixei de acreditar que entraria numa sala de ensaio novamente. Decidi montar a peça para injetar vida em mim, para que eu pudesse me lembrar de como me faz bem fazer o que faço. Eu quis me cercar de pessoas incríveis, que também fossem artistas de igual tamanho, pessoas e artistas que eu admirasse, que me inspirasse, pois para uma peça funcionar os ingredientes são muitos”, explica o diretor .
Durante o processo de criação, Leonardo Fernandes fez inúmeros desenhos das cenas, das personagens e da casa, cenário tão peculiar e protagonista em todo o espetáculo. Os desenhos influenciaram e ajudaram fortemente em como a história seria contada, possibilitando ao diretor enxergar as ações da peça, partituras coreográficas, o cenário e a ambientação. Os desenhos deram vida a esses personagens despertando o entendimento de quais sensações a peça poderia transmitir para além do texto. Para Fernandes, os desenhos são fundamentais em seu trabalho como diretor: “desenhar me faz conectar ideias, me ajuda a passar para os atores as sensações que cada cena me causa”.
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