Entenda como é definida a numeração das linhas de ônibus que circulam em BH

Quem utiliza o sistema de transporte coletivo em Belo Horizonte talvez nem desconfie, mas a numeração das linhas de ônibus tem uma lógica própria e prática, desde 1998. O número estampado nos coletivos indica a qual regional administrativa da cidade a linha pertence, o tipo de serviço e, muitas vezes, até o trajeto. Ou seja, basta um olhar atento para saber de onde o ônibus sai, para onde vai e que tipo de percurso realiza.
De acordo com o chefe de gabinete da Superintendência de Mobilidade do Município de Belo Horizonte (Sumob), Luís Castilho, cada linha recebe um código de até quatro dígitos, obedecendo a uma lógica simples – mas cheia de detalhes.
Em cada regional, as linhas começam com um número, obedecendo a seguinte ordem:
- 0 – Hipercentro
- 1 – Centro-Sul
- 2 – Oeste
- 3 – Barreiro
- 4 – Noroeste
- 5 – Pampulha
- 6 – Venda Nova
- 7 – Norte
- 8 – Nordeste
- 9 – Leste
O número de dígitos implica no serviço ofertado à população
Linhas com dois dígitos
São as troncais, que saem das estações de integração em direção ao Centro, percorrendo vias principais, como as avenidas Amazonas e Antônio Carlos.
Exemplos: 30 (Estação Diamante – Centro), 50 (Estação Pampulha – Centro).
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Linhas com três dígitos
São as alimentadoras, que fazem trajetos dentro de uma regional ou entre regiões vizinhas, geralmente ligando bairros às estações ou ao metrô.
Exemplos: 407 (Bairro Califórnia – Bairro Glória), 807 (Estação São Gabriel – Bairro Ribeiro de Abreu).
Linhas com quatro dígitos
Conectam duas regionais ou uma regional ao Centro, com diferentes modalidades:
- Radial: bairro ao Centro;
- Perimetral: de uma regional a outra, sem passar pelo Hipercentro (ex.: 8150 – União – Serra);
- Diametral: liga duas regionais, passando pelo Hipercentro (ex.: 9202 – Pompéia – Jardim América – via Hipercentro).
Suplementares
Operadas com miniônibus, interligam regiões sem passar pelo Centro.
Linhas de vilas e favelas
Microônibus que circulam em áreas de difícil acesso. Desde 2023, essas linhas operam com tarifa zero.
Numeração antiga ainda em circulação
Mesmo com a padronização estabelecida em 1998, 31 linhas ainda operam com a numeração antiga – baseada nos corredores principais. É o caso da 1502, em atividade desde 1982.
Algumas linhas vêm sendo adaptadas. Em 2023, por exemplo, quatro linhas da Pampulha foram remuneradas (4403A, 4403C, 4403D e 4410 passaram a ser 5034, 5035 e 5036), após discussões com a comunidade e campanhas informativas.
“A mudança envolveu reuniões da Comissão Regional de Transportes e Trânsito (CRTT), campanhas de comunicação com cartazes, redes sociais, lideranças comunitárias e letreiros nos veículos com a numeração antiga e nova nos primeiros 30 dias”, ressalta Luís Castilho.
As linhas que mantêm o padrão antigo de numeração são: 1145, 1404A, 1404C, 1502, 1505, 1505R, 1509, 1510, 3301A, 3301B, 3302A, 3302B, 3302D, 3502, 3503A, 4405, 4501, 4801A, 4802A, 5502C, 5503A, 5503B, 5506A, 8001A, SC01A, SC01B, SC01R, SC02A, SC03A, SC04A e SC04B.
Identidade visual e frota renovada
Os ônibus de Belo Horizonte seguem três padrões de cor:
- Move: verde, cinza e prata;
- Convencional: azul e cinza;
- Suplementar: laranja.
Desde 2017, os veículos novos devem ter ar-condicionado, e mais de mil ônibus climatizados entraram em operação desde 2023. Além disso, a sinalização nos pontos de ônibus também vem sendo atualizada. Em 2024, mais de 200 pontos receberam nova identidade visual azul e cinza, priorizando a clareza das informações.
Qual linha pegar?
A Sumob oferece uma plataforma on-line para consulta de linhas, itinerários e pontos. Além disso, há aplicativos como SIUMOBILE, BHBUS+, Bus2, Cittamobi e Moovit, que ajudam a planejar os trajetos pela cidade.
Com cerca de 1 milhão de usuários do serviço todos os dias, o sistema de transporte coletivo da capital mineira conta com 299 linhas ativas e uma frota diária de 2723 veículos, incluindo os ônibus do sistema Move.
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