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Evento foca literatura e psicanálise

Maria Lúcia Homem e Jacques Fux estarão em roda de conversa sobre psicanálise e literatura, no Centro Cultural Unimed-BH Minas
Evento foca literatura e psicanálise
Crédito: Daniel Borges

Em mais uma sessão especial do Letra em Cena, hoje, às 20h, a psicanalista, pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) e professora da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), Maria Lúcia Homem, estará no palco do Teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas, juntamente com escritor mineiro Jacques Fux. O curador do programa literário José Eduardo Gonçalves conversará com os convidados sobre a relação entre a literatura e a psicanálise. A leitura de textos será feita pelo ator Odilon Esteves. Os ingressos gratuitos podem ser retirados no site da Sympla. A classificação é livre.

Maria Homem atualmente trabalha refletindo sobre a interface entre a psicanálise, a subjetividade e a cultura. Ela atende a pacientes e atua na esfera pública, abordando em suas reflexões o laço social, a literatura, o cinema, a comunicação, os conflitos, a política e temas contemporâneos, como vida digital, sexualidade, gênero e diversidade. Entre suas obras estão “Lupa da Alma – Quarentena-revelação” e “No limiar do silêncio e da letra: traços da autoria em Clarice Lispector”. Ao veículo Gaúcha ZH, Maria Homem afirmou que “a psicanálise, como qualquer espaço de pensamento, qualquer ciência , no sentido de metodologia para ter ciência de alguma coisa, para poder conhecer melhor alguma coisa, nunca está acabada, nunca está desenhada”, explica.

Jacques Fux afirma que a literatura e a psicanálise se completam. “O Freud foi um grande leitor e um exímio escritor – inclusive, foi indicado ao Prêmio Nobel de Literatura por diversas vezes (essas e outras histórias conto no meu livro Nobel). Acredito que a literatura e a psicanálise conversam e se complementam nas angústias, nas faltas e na busca-pulsão pelo prazer e sofrimento que habitam o ser humano”, conta. Já Maria Homem diz que “a psicanálise e a literatura têm tanta coisa em comum, tanto no receber quanto no produzir. Uma coisa é a história, e outra é a própria arte da palavra, ouvir a palavra. É uma conexão com o mundo, com o outro, com a descoberta”, observa a psicanalista.

Para Maria Homem, a literatura é parceira da psicanálise. “Quando você escuta alguém, é uma história, mas é uma vida, uma postura subjetiva. Tanto que, para a clínica, muito mais importante do que a história é a posição do sujeito dentro da história. O que ele elabora, o que ele atravessa. O que nosso herói, nossa heroína, está descobrindo nesse caminho? Sem dúvida, a psicanálise e a literatura fazem uma grande parceria”, atesta. Jacques Fux apresenta em seus romances uma “bagunça” entre o que é real e o que é ficção. “Na verdade, toda a memória é fragmentada e ao usarmos a ficção damos liga e concatenamos as nossas (e todas) histórias. Contar e encantar faz parte do ser humano, de suas riquezas e vicissitudes”, explica o escritor mineiro.

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