Exposição reúne figurinos e adereços

O Palácio da Liberdade também fará parte da programação do Atrium da Liberdade, que integra o Carnaval da Liberdade, com a exposição “No Balancê, Balancê: Figurinos e Adereços”. A mostra reúne trabalhos do artista visual Décio Paiva Noviello, explorando a relação que ele manteve com a produção de figurinos operísticos, em especial, para as montagens da Fundação Clóvis Salgado (FCS). A mostra ocupa o espaço a partir de hoje e até o dia 27 de fevereiro, com horário de funcionamento especial. O acesso para visitar o Palácio da Liberdade é feito mediante retirada de ingresso no Sympla ou na portaria do local, na avenida Cristóvão Colombo, e é limitado a 30 pessoas por hora.
A exposição “No Balancê, Balancê: Figurinos e Adereços” contará com figurinos completos e adereços confeccionados por Décio Noviello exclusivamente para a ópera Turandot (Giacomo Puccini), realizada em 2004. Os figurinos foram retirados do Centro Técnico de Produção e Formação (CTPF), espaço destinado à confecção e à salvaguarda do acervo das montagens artísticas da FCS. A mostra celebra o trabalho de Noviello como artista, exaltando sua ampla atuação como aderecista capaz de unir os mais diversos elementos em acessórios e figurinos repletos de magnitude.
Ao expor o trabalho de Noviello para o público, a Fundação Clóvis Salgado busca ressaltar a importância do trabalho de criação artística e do cuidado e preservação de sua memória cultural. O artista também contribuiu na realização de cenografias e figurinos para balés, óperas e peças teatrais produzidas pela FCS, além de outras mostras de artes plásticas. A obra de Noviello é recheada de manifestação, denúncia, resistência e amor, contados através de uma explosão de cor e luz, reforçando e recriando o gesto de colorir o mundo.
Além da sua rica produção no campo das artes visuais e no cenário de ópera belo-horizontino, Noviello construiu um legado para produção carnavalesca de Minas Gerais. Desde 1979 já atendia a convites da prefeitura para decorar a Afonso Pena, e em 1983, o artista levou o prêmio com a ornamentação mais bonita com o tema “Transamazônica”, como crítica ao “asfalto puro” da avenida. Na busca da sintonia entre as ornamentações do ambiente e dos foliões, ele começou a escrever o capítulo mais luxuoso do carnaval de rua belo-horizontino, que permaneceu até 1988.
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Nascido em São Gonçalo do Sapucaí, Minas Gerais, Noviello exerceu diversas funções em paralelo às suas atividades artísticas: lecionou desenho, geometria, matemática e topografia em colégios militares. Também exerceu o cargo de diretor artístico da revista da Academia Militar das Agulhas Negras e trabalhou como ilustrador da Biblioteca do Exército. Durante 20 anos atuou como professor de história da indumentária no curso de estilismo na UFMG. Cidadão honorário, personalidade do Carnaval e da cena teatral de Belo Horizonte, é representante da pop arte e da vanguarda brasileira, com participações e prêmios em vários salões, bienais e exposições no Brasil e no exterior.
A estreita relação que Décio Noviello manteve com a Fundação Clóvis Salgado ao longo dos anos é notável. Desenhista, cenógrafo, figurinista, gravurista e pintor, Décio foi um importante nome da arte pop brasileira. Sua exposição Cor Opção ocupou a galeria Genesco Murta durante a programação do ArteMinas 2018 e foi a última mostra em vida do artista belo-horizontino. Durante a abertura, Décio reviveu o happening que compunha a mostra Do Corpo à Terra, que integrou a programação de inauguração do Palácio das Artes, em 1970.
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