Fábrica de Graffiti transforma em arte um marco histórico de Bela Vista de Minas

De 1º a 12 de novembro, a Fábrica de Graffiti vai agitar Bela Vista de Minas (MG) com uma ação inusitada: a pintura do teleférico histórico da cidade e de 12 caçambas que serão distribuídas por praças locais.
O grafiteiro belo-horizontino Testa é o convidado da edição para a pintura da base do teleférico, que tem cerca de 36 m², e os artistas selecionados por convocatória com a participação do público, ficam responsáveis pelas artes das caçambas.
A edição conta, ainda, com uma programação cultural gratuita para a comunidade. O projeto tem o patrocínio da ArcelorMittal e o apoio da Prefeitura de Bela Vista de Minas.
A Mina do Andrade já estava em operação antes da fundação do município, desde 1946. O carvão vegetal retirado dela era transportado para a usina de João Monlevade em caçambas metálicas por meio do teleférico, que acabou se tornando um marco histórico da região.
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Hoje, o carvão é transportado por vagões, mas o teleférico não saiu da memória local. A pintura da estrutura e das caçambas é uma forma de homenagear a cidade, assim como as pessoas que a construíram e vivem nela.
“A cada edição da Fábrica de Graffiti, buscamos entender o que importa à comunidade anfitriã e alinhar o projeto com as suas expectativas. Nunca impomos um projeto, ele é feito para os moradores, por isso queremos que nossas ações carreguem sempre um senso de pertencimento às pessoas que vivem no local”, comenta a produtora executiva da Fábrica de Graffiti, Paula Mesquita Lage.
“O tema das pinturas foi, inclusive, sugerido por uma moradora: ela relembrou que a cidade foi construída às margens do Córrego do Onça e por isso se chamou Bela Onça antes do nome atual. Foi assim que optamos pela temática ambiental”, conta.
Os grafiteiros vão pintar as caçambas e o espaço estará aberto ao público. Os artistas selecionados foram: a indígena Auá Mendes, artista e designer de Manauara (AM), Ramon Phanton, de Brasília (DF), formado em artes visuais pela Universidade de Brasília (UNB), o arquiteto e grafiteiro Flávio Rodrigues, e a bióloga, grafiteira e ilustradora conhecida como Ludbird, de Palmas (TO).
Quando as artes estiverem finalizadas, as 12 caçambas serão içadas até o teleférico e as demais colocadas em algumas praças, fazendo da cidade de Bela Vista de Minas uma verdadeira galeria a céu aberto em diálogo com a comunidade.
“A ArcelorMittal Mina do Andrade tem grandes expectativas na realização do projeto Fábrica de Graffiti no município de Bela Vista de Minas. O projeto visa democratizar a arte, trazendo o olhar da comunidade e a história da cidade, onde possuímos uma operação de mineração, através da revitalização de algo faz parte de todo o contexto de criação e atividade do município”, declara a analista de relacionamento com a Comunidade e Responsabilidade Social da ArcelorMittal, Camila Sales da Costa.
Programação cultural da Fábrica de Graffiti
As atividades paralelas à ação de pintura em Bela Vista de Minas são abertas ao público. Aos primeiros 50 adolescentes e jovens da cidade que se inscreverem pelo site, o arte-educador da Fábrica de Graffiti dará uma palestra de introdução ao Graffiti (3 de novembro) e uma aula de Graffiti (8 de novembro), no auditório da Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Bela Vista de Minas (Aciabel), e os instruirão na pintura de um muro na Praça Bela Vila (11 de novembro).
O único requisito para participar é ter entre 14 e 21 anos. No dia de encerramento do projeto, 12 de novembro (sábado), a Fábrica de Graffiti realiza um Aulão de Hip Hop para toda a comunidade na Praça Bela Vila. Quem ensinará a história da cultura Hip Hop, seu conceito e suas diversas linguagens ao público é o arte-educador, dançarino e coreógrafo de street dance Eduardo Sô, que tem uma experiência de 30 anos na área.
Parceria com empresas que investem em ESG
Desde 2019, a Fábrica de Graffiti viaja pelo interior do Brasil levando arte para comunidades de distritos industriais que têm menor acesso à fruição e à formação artística. Isso só é possível graças às empresas que enxergam no investimento cultural uma forma de contribuir com o desenvolvimento social e se destacar no mercado.
ArcelorMittal, Belgo Bekaert Arames, Tigre, e EDP Renováveis já patrocinaram sete projetos via Leis de Incentivo municipais e estaduais nas cidades de Barra Mansa (RJ), Sabará, Contagem e João Monlevade, Rio Claro (SP), Feira de Santana (BA) e Tramandaí (RS). Até hoje, a Fábrica de Graffiti captou mais de R$ 3 milhões e pintou mais de 32.300 m², ou seja, transformou mais de 32,3 Km de painéis e empenas em obras de arte, deixando um legado para as comunidades locais. Depois de Bela Vista de Minas (MG), o Fábrica de Graffiti finaliza o ano em Vespasiano (MG).
Todos os projetos são acompanhados de um programa educativo, que realiza um curso profissionalizante de graffiti para adolescentes de escolas públicas, tendo formado quase 700 alunos, e outras atividades de difusão e valorização da cultura Hip Hop. A Fábrica de Graffiti também atua com responsabilidade ambiental. Todos os resíduos gerados pelos projetos, seja em plástico, papelão ou metal, são recolhidos e encaminhados para cooperativas locais de reciclagem, e a água contaminada por tinta é coletada e tratada antes de voltar para a natureza.
A iniciativa promove, ainda, diversidade e inclusão dentro de sua equipe. Dos mais de 200 artistas que já passaram pelo projeto, mais de 50% são mulheres e há forte representatividade negra, indígena e LGBTQIAP+. Todos e todas recebem cachês iguais, proporcionalmente à área pintada.
“A arte de rua é a expressão artística mais democrática que existe, porque ela nasceu de manifestações do povo e se encontra nas ruas para que qualquer pessoa tenha acesso. A inserção de grandes painéis de graffiti em distritos industriais proporciona bem-estar e até um refúgio àqueles que habitam e transitam pelo local, como muitos moradores já nos relataram. Transformar lugares de passagem em grandes galerias a céu aberto desmarginaliza a ideia do que é um território fabril e cria pontos turísticos na cidade. Fazemos isso de forma sustentável. Todas as características da Fábrica de Graffiti fortalecem a cultura e a imagem de empresas que praticam ESG, por isso elas sempre retornam para um novo projeto”, comenta a produtora executiva da Fábrica de Graffiti.
Empresas que investem na Fábrica de Graffiti são responsáveis pela realização dos maiores murais de graffiti do interior de Minas Gerais, Bahia e da América Latina, no Rio de Janeiro. Elas também contribuem com cinco Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU): Educação de qualidade, Igualdade de gênero, Trabalho digno e crescimento econômico, Redução das desigualdades e Ação contra a mudança global do clima.
“A EDP Renováveis acredita que projetos sociais só fazem sentido quando são estruturados e sustentáveis. Quando eles têm começo, meio e fim, mas que deixam um legado para as localidades por onde passa. Então projetos educacionais para EDP Renováveis são sempre muito importantes, porque mesmo quando o projeto acaba, o conhecimento fica, o desenvolvimento fica e as pessoas podem replicar o conhecimento que obtiveram para outras pessoas da comunidade, e isso é muito importante para o sucesso de um projeto”, destaca a Head de Ambiental e Social, Maira Zanduzzo.
“E aqui a gente entende a educação como uma educação inclusiva, de promover acesso a jovens, crianças, adolescentes, idosos, a processos educativos, usando a arte, a cultura, o esporte, para a formação integral dessas pessoas”, ressalta o especialista em responsabilidade social no Instituto EDP, Paulo Ramicelli.
“Para a Tigre, ser sustentável significa contribuir com a construção de um mundo melhor, no cuidado com a água, na condução dos negócios de forma transparente, ética e responsável, na valorização dos nossos colaboradores, no envolvimento com nossas comunidades e na inovação para o desenvolvimento de soluções. Na condição de promotores da agenda global da ONU para 2030, nos identificamos com o propósito da Fábrica de Graffiti”, afirma o presidente do Grupo Tigre, Otto von Sothen.
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