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Faroeste no Cine Humberto Mauro

Local exibe, a partir deste sábado (22) até o dia 1º de maio, a mostra inédita “Os Faroestes de Budd e Scott"
Faroeste no Cine Humberto Mauro
Crédito: Divulgação

A partir deste sábado (22), o Cine Humberto Mauro apresenta a mostra inédita “Os Faroestes de Budd e Scott”, dedicada a filmes realizados pelo cineasta norte-americano Budd Boetticher em parceria com o ator Randolph Scott. As exibições gratuitas seguem em cartaz até o dia 1º de maio (segunda-feira). A mostra conta com a exibição de “Seminole”(1953), “7 Homens Sem Destino”(foto), de 1956, “O Resgate do Bandoleiro” (1957), “Um Homem de Coragem” (1958), “O Homem Que Luta Só”(1959), “Cavalgada Trágica” (1960), “O Rei dos Facínoras” (1960) e “Pistoleiros do Entardecer” (1962). Já os longas “Entardecer Sangrento” (1957) e “Fibra de Herói” (1958) serão disponibilizados como conteúdo exclusivo na plataforma CineHumbertoMauroMAIS durante a mostra.

O período de maior popularização dos faroestes já estava em seu entardecer quando o cineasta norte-americano Budd Boetticher se aliou ao ator Randolph Scott na criação de alguns filmes nesse gênero. Por um lado, essas histórias haviam saturado o mercado: durante os anos 1950, o faroeste era o gênero mais popular em Hollywood e houve uma enxurrada de filmes de faroeste produzidos nessa década, fazendo com que alguns espectadores perdessem o interesse em lançamentos do tipo. Mas, por outro lado, no trabalho de alguns cineastas, era como se o gênero adquirisse um aspecto de maturidade, resultando em obras mais complexas e refinadas.

Budd e Scott (Boetticher dirigindo e Scott estrelando) formaram uma parceria duradoura e criaram justamente uma abordagem mais refinada de faroeste, que era mais sutil e, em certo sentido, mais realista. Isso foi apreciado por críticos e cinéfilos que estavam cansados dos clichês do gênero. Alguns dos filmes mais famosos de Budd e Scott, como “7 Homens Sem Destino” e “O Homem Que Luta Só”, são cultuados como clássicos extraordinários dentro desse gênero.

Os filmes da dupla são conhecidos por seu ritmo preciso, personagens com dilemas realistas e pela cinematografia impressionante. Eles trabalharam juntos em um total de sete filmes, nos quais Scott desempenhou uma variedade de papéis, incluindo anti-heróis e protagonistas falhos, o que era incomum para a época.

Boetticher enfatizava o desenvolvimento e a profundidade psicológica dos personagens, mas também desenvolvia suas tramas em paisagens deslumbrantes: Boetticher, aliás, era conhecido por usar a paisagem natural em seus filmes, rodados geralmente em locações nos terrenos acidentados da Califórnia, Arizona e México. Tais panoramas deslumbrantes aumentaram a sensação de realismo e autenticidade.

Muitos dos faroestes de Boetticher-Scott tratam de temas de redenção e da luta para superar o passado. Esses temas eram frequentemente explorados por meio do personagem do protagonista feito por Scott, que frequentemente tentava consertar os erros do passado.

Além disso, a influência dos filmes de Boetticher é vista em diretores contemporâneos, como Quentin Tarantino e Martin Scorsese, que têm falado abertamente sobre sua admiração pelos filmes de Boetticher com Randolph Scott. Embora não tenha feito o mesmo sucesso que alguns de seus pares, os filmes de Boetticher ainda se colocam no centro do debate cinéfilo e estão sendo vistos e revistos por uma nova geração de interessados pela sétima arte.

Para complementar a programação presencial, irá ocorrer uma sessão da mostra História Permanente do Cinema com o filme “O Resgate do Bandoleiro” (1957), dirigido por Budd Boetticher. A sessão será comentada por José Ricardo Miranda Jr, no dia 27 de abril, às 17h. Na narrativa do longa, após perder o cavalo em uma aposta, Pat Brennan enfrenta diversos desafios após pegar uma carona em uma carroça junto com dois recém-casados, Willard e Doretta Mims.

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